CHEGADA DOS PRISIONEIROS

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CHEGADA DOS
PRISIONEIROS


       Após alguns dias de viagem em péssimas condições e por estradas horríveis, esburacadas e cheias de pedra, as carroças com jaulas que levavam os prisioneiros de Lenöria, incluindo a princesa e o general, chegaram ao castelo de Kitrina. Alguns prisioneiros morreram de fome no navio, outros foram cruelmente torturados até a morte, mas general Handrel, mesmo com a mão amputada, chegou vivo em Tenébria.

         Os guardas do grande portão abriram para a comitiva principal​, que levava os prisioneiros importantes, entrarem e serem levados à presença da grande Imperatriz.

        Os reféns foram obrigados a se prostrar e deixados aos pés do suntuoso trono de Kitrina, pedra e aço em forma de serpente.

        — Quem são estes dois? — indagou a Imperatriz a seus soldados. Estavam de mãos dadas à sua frente. Encardidos, andrajosos fedidos e magros.

        — É a princesa de Lenöria e o general do exército inimigo. Que também é noivo dela — respondeu o capitão.

        — Ora, ora! Quanta sorte. Então essa é a princesinha de Slaesh? Ela irá me ver conquistar Lenöria ainda mais rápido e facil.

        — Nunca! — se esforçou para dizer a princesa. — Meu pai nunca vai aceitar suas exigências, irá esmagar você para me vingar.

        — Morreremos com orgulho. Usurpadora! — insultou o faminto e cansado general Handrel.

       Kitrina pareceu ofendida, ergueu-se do trono, cerrou os punhos, mas em seguida, gargalhou e por fim disse:

         — Isto deveria ser um xingamento? Tenho orgulho de ter acabado com a linhagem fraca e Vergonhosa de Dayfus. Ele era um lixo, tal como seu filho. Agora, se acham que vão morrer, simplesmente, estão muito enganados. Não gosto de matar. Gosto de... deixar morrer — declarou rindo logo após. — Levem-nos para ver Hayden e os traidores. Mostre a eles parte do que os aguarda.

        — Sim grandiosa — anuiu o capitão. Os amantes se olharam abalados, Handrel tentando consola-la. Dois soldados os ergueram e seguiram o capitão pelos corredores até a porta onde estava o que sobrara de Hayden.

        Ao abrirem a porta, e assim que viram o corpo nú, ensanguentado, mutilado e definhante do jovem, os guardas riram e o casal sentiu náuseas e piedade, se estava assim devido a Kitrina era digno da caridade deles. A princesa se recostou ao peito de Handrel e chorou. Ele a acalentou e piscou forte os olhos desejando estar num pesadelo e despertar. O grande rapaz deitado tinha diversos ferimentos e sangue seco pelos braços e pernas, e estava deitado nos próprios dejetos e urina. Parecia morto, mas seu tórax subia e descia preguiçosamente.

        — Isto é o que vos aguarda — troçou o capitão. — Ela arrancará suas línguas e as comerá. Como fez com todos generais, capitães e lordes do antigo reinado, vermes traidores — finalizou gargalhando com terrível sadismo.

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        Kitrina ordenou que o casal fosse bem alimentado, banhado, vestido e trazido à sua presença.

       — Estão sendo bem tratados? — indagou Kitrina num tom suave e meigo que, vindo dela, era assustador e regelava a espinha, causando temor do que certamente viria à seguir.

       Nenhum dos dois respondeu. Estavam apreensivos, o único verdadeiro bem que Kitrina havia lhes concedido foi deixá-los juntos.

        — O mais terrível de ser bondosa é não ser valorizada — suspirou. — Sabe, general, com seus soldados eu não fui bondosa, mas eles foram comigo. Me disseram todos os planos de Slaesh antes de perderem a língua e serem levados para a escravidão — disse aproximando-se dos dois.

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