RELÍQUIAS SVÉKKRÖN I NIAT I

AMÁVEL MÃE

 AMÁVEL MÃE

      — Estás realmente certa. Sou de um reino perdido, difícil de achar. Chama-se Drak'Nazit.

        — Drak'Nazit? O quê significa mesmo?... Cavaleiros da Serpe de ouro? Ou Cavaleiros Sangue de ouro?

        — Como sabe esta língua? — Hayden espantou-se, a língua real é uma coisa. Mas como ela consegue entender algo na língua dourada, Svalakin?

        — Um de meus segredos. De onde você vem existem serpes e magia?

        — Mais do que eu suporte ver de magia. Mas serpes, o que são?

        — Répteis poderosos, às vezes alados, enormes e mágicos. 

        — Bem, deve estar falando de dragões. Há dezenas de anos todos os dragões foram eliminados de nossa civilização. Mortos por meus ancestrais. E há séculos segundo as lendas, os deuses aniquilaram a maioria e colocaram o restante para dormir.

        — Intrigante — respondeu deslumbrada. — São tantas perguntas que tenho a você. Como veio para cá? Com quem mais você veio?

        O que será que devo responder a essa bruxa? Creio que é melhor dizer a verdade. Não há nada que ela possa fazer apenas por saber alguns detalhes. Odeio ter de lidar com adeptos de magia. Nunca se sabe o que podem e o que não podem fazer.  — Digamos que não foi algo planejado. Aconteceu de repente. Fomos atacados e tive de fugir por ordens superiores. O maldito capitão Jorns com certeza falou dos outros. Melhor ganhar sua confiança. Vim com mais três amigos. 

        — E onde estão estes amigos?

        — Fomos atacados por piratas, eu estava ferido e fui capturado, não sei o que foi feito de meus amigos.

        — Vocês tiveram algo a ver com a aliança entre os reinos de Grider'Kion?

        Finalmente um interrogatório. Espero não dar declarações que prejudiquem nossa missão, nunca fui bom com a escolha das palavras, e do que falar ou não. Mas logo matarei essa vadia, nisso sou bom. Minha vida vale muito menos que os numerosos escravos que certamente esta mulher maltrata e assassina.

        Após uma aparente hesitação ele respondeu: — Não exatamente. As profecias exortam os seis reinos a se unirem sob o mesmo propósito, a grande guerra e terror que assolará todo o mundo se o mal e a escuridão não forem repelidos foi o que os levou a se unir.

        — Eu só conheço uma profecia. E é sobre mim. A profecia diz que o grande deus ressurgiria quando a mão dos deuses pairar sobre seu nascimento nos céus. Pois no dia e hora que nasci, uma enorme nuvem em forma de uma mão pairava sobre o castelo de meu pai. Me abençoando e me transferindo o direito de reinar sobre todo o mundo. Só preciso expandir meu império e mostrar a todos o poder da grande Kitrina, então minha verdadeira identidade será revelada e meu reinado como deusa iniciará.

        Primeiro pela força, depois pelo poder, então pela fé e devoção de todos a mim. A grande Imperatriz Serpente se tornará a Serpe que governa o mundo.

        As certezas da rainha, a loucura ébria de suas palavras e as declarações com fundo em comum com sua própria profecia, fizeram Hayden temer os possíveis mistérios escondidos naquelas palavras. Tudo que vai se tornar é um cadáver mais frio que uma cobra. — Isto sim é espantoso e memorável — disfarçou Hayden. Fingindo estar totalmente convencido.

        — E você terá um lugar de honra a meu lado — afirmou Kitrina.

        Ela parece completamente louca. Estará apaixonada por mim? Ou estará brincando com minha mente. Tentando ganhar minha total confiança, talvez, para que eu lhe transmita tudo que puder e depois seja eliminado. Como são difíceis essas guerras da mente. — Jamais mereceria algo tão grandioso, minha soberana. Mas se realmente for sua decisão, ficarei mais honrado que se fosse convidado para o banquete dos trinta e três deuses.