CAPTURADO

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CAPTURADO

        — Acalme-se, nada lhe acontecerá — disse Harley ao pequeno escravo.

        Stok lembrou-se dos códigos instruídos por Sor Ayvak, e concluindo que aquela era uma boa oportunidade, os executou.

        O garoto observou-o atentamente, depois parou de tentar se libertar. Respondeu com os códigos apropriados, então Stok sorriu aliviado.

        — Somos amigos de Sor Ayvak — sussurrou —, precisamos que nos leve ao garoto grandão. Você pode fazer isso? Lhe daremos mais mel e quando tudo acabar… você e seus amigos serão livres e terão comidas deliciosas todos os dias — prometeu Stok.  

        Sim. Anuiu o garoto, inquieto e ansioso.

        Ele gesticulou em sinal de espera e retirou-se levando seus equipamentos de limpeza.

        Harley e Stok consideraram o desfecho como além das expectativas. De toda forma, esconderam-se num outro espaço entre colunas, e ali esperaram-no retornar.

        A espera foi longa, mas foram perseverantes. Nesse meio tempo, Harley deu uma pedra amarela a Stok e disse:

        — Acordei após um estranho sonho com você e senti vontade de criar esta runa mágica. Talvez ela seja útil. Diga a palavra mágica Inignatis ao arremessá-la no alvo. Ele esplodirá em chamas mágicas.

        — Obrigado — respondeu lembrando-se de seu próprio pesadelo. Ia perguntar qual fora o sonho de Harley, quando viu sombras se aproximando.

        De repente o pequeno escravo  ressurgiu, carregando vestes marrons e grossas. Aproximando-se fez o sinal com a mão, dizendo que apenas um poderia vir com ele. Estava apressado e tremia de nervoso. Sabia, ao certo, que se fosse descoberto o castigo seria terrível, ou talvez fosse algo pior. Stok pegou as roupas, um manto com capuz, uma veste longa e grosseira e uma sandália de couro gasta. No capuz e no peito estavam bordadas serpentes verdes enroladas em folhas. Ele vestiu tudo rapidamente por cima de suas vestes.

        O rapaz moveu a mão para que ele o seguisse, gesticulou mostrando a Stok a postura que deveria manter: encurvado e andando com os pés a arrastar. Quando se deu por satisfeito com a performance de Stok, se afastou, pegou baldes cheios e o chamou a segui-lo. Ambos caminhavam lentamente. O escravo carregando baldes pesados e Stok se passando por um velho.

        Quando se distanciavam, o garoto apoiava os baldes no chão, recuperava forças e prosseguia. Passaram por alguns soldados, que Stok percebeu pelas botas e lanças apoiadas no pavimento. Pois andava olhando para os próprios pés, que se arrastavam em curtas passadas, e para os pés do escravo, que o guiava à frente, mantendo o rosto o mais escondido possível sob o capuz.

        O escravo finalmente se direcionou a uma das portas à esquerda do corredor. Stok o seguiu e o viu apoiar os baldes ao chão e fazer algo que fez soldados rosnarem, mas  a porta se abriu.

        Stok entrou logo atrás dele. Ía fechar a porta, mas o rapaz gesticulou para que não o fizesse. Foi a sorte, pois Harley os seguia invisível e entrou pouco depois. Exausto pela longo tempo que teve de se manter invisível até chegarem ali.

        O escravo apontou para uma cama à janela, e foi limpar alguns objetos no canto oposto. Stok aproxima-se da cama e Harley passou por ele, que sentiu algo estes homens, e se escondeu atrás de uma cortina verde da janela, do lado oposto da cama que Stok estava. Ele tinha o disfarce de um cão negro de Kitrina, estava com a máscara de caveira e com a roupa preta, mas os guardas à porta não entenderiam como ele entrara sem ser visto. Após se esconder ele finalizou a magia e fez:

RELÍQUIAS SVÉKKRÖN I NIAT IOnde histórias criam vida. Descubra agora