TERROR MORTAL

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TERROR MORTAL


        Harley ficou estático, sem ação por um tempo, ao ficar completamente só quando Stok saiu porta a fora com lanças de dois guardas atrás de si rumo ao tal poço, onde teria de cumprir uma missão.

        Harley saiu do esconderijo e puxou os longos cabelos ralos esticando-os com força para traz, desolado e desesperado impotente e só. Sentia-se abandonado em um covil de víboras cruéis. E pior, cruéis e poderosas. Pois Harley sentiu na aura de Kitrina que ela possuía poderes mágicos e, obscuros. Não conseguia imaginar como ela havia desenvolvido tais poderes, mas sentia que ela os possuía.

        Harley não imaginava para onde Stok havia sido levado ou como iria encontrá-lo novamente, nem o que o esperava na missão mortal do poço. De toda forma ninguém possuía as habilidades de Stok para escapar de situações perigosas e impossíveis. Decidiu agir com o que tinha e precisava, pegar as coisas da mochila no corredor em que deixaram, onde estavam suprimentos e alguns equipamentos, investigar onde está Sindrael e o General Handrel, descobrir o máximo de segredos de Kitrina e seu domínio tirano, se possível captura-la e assim garantir a provável derrota de Tenébria, que contaria com a liderança de seu primo, Kalkaras. Um forte general, mas bem menos aterrorizante e poderoso que Kitrina. E muito menos temido pelo povo. Foi o que dissera Sor Ayvak.

        Harley estava preso por enquanto, num quarto com Hayden desacordado, atrás de uma porta trancada e vigiada por fora e apreensivo quanto ao fato de perder seus pertences e mantimentos. Quando ouviu passos próximos da porta se escondeu e preparou a magia de invisibilidade. Quando a porta se abriu ele a executou, ficando invisível, observou um velho de vestes marrons entrar, aproveitou para escapar porta a fora, ir pegar seus pertences e investigar. Não havia nada que pudesse fazer por Hayden. Esperava que alguém em Drak'Nazit​ pudesse, ou alguém independente​ do império. Talvez os elfos que o imperador Mewanaz O Rude, "e tolo", expulsou do império por ganância ou sabe-se lá quê motivo, conhecessem uma cura para resgatar a alma perdida de Hayden. Ponderou Harley.

        Depois de pegar os alimentos, uma corda e outros equipamentos, Harley deixou a mochila de Stok ali, para comprovar o que ele disse a Kitrina, assim como farelos de pão seco e migalhas. Talvez isso preservasse a vida dos responsáveis da despensa.

        Depois disso voltou a inspecionar e espionar o corredor mais repleto de guardas, onde achava provável e não tardou a encontrar a bela e inconfundível​ Sindrael, estava abatida, pálida, magra, desgrenhada, com profundas olheiras e com olhar distante e triste, mas era inconfundível e Harley a reconheceria mesmo sem ter visto seu belo retrato em Lenöria. Rosto redondo e altivo, olhos âmbar, cabelos dourados e pele branca. Muito diferente dos tenebrianos, de pele cor de bronze ou cobre, cabelos negros e olhos verdes.

        Gostaria de conversar com ela. Dar-lhe esperança, falar que não estava esquecida, perguntar de Handrel, falar para ela se manter forte, perguntar se sabia algum segredo a respeito da maldita rainha. Mas não era possível. Havia guardas à porta se seu aposento, que se mantinha aberto, mas visível aos guardas. Além disso, se ele entrasse e surgisse de repente à frente dela, sabia que ela gritaria. E, assustada como deveria estar, dificilmente confiaria em alguém que viu uma ou duas vezes (em Lenöria) e, por certo, pouco reparou e menos ainda se lembraria.

        Por hora bastava saber onde era sua prisão. Saiu dali exausto pelo longo tempo que mantinha-se invisível e foi comer algo, descansar e procurar onde estava Stok. Imaginava-se capaz de fazer algo por seu amigo, sentia que tinha algo importante a fazer. A mesma sensação que sentiu quando sonhou com ele viu-se na necessidade de lhe conceder a runa.

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