MORTE E CONQUISTA

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MORTE E CONQUISTA

        Hayden e Kay beberam bons vinhos e bebidas fermentadas estrangeiras na Parada da Dama Branca, onde passaram a noite. Kay se divertiu com uma das garotas do estranho bordel e Hayden virou a noite numa das mesas de tampo negro. 

        Aos primeiros sinais da aurora, montaram nos cavalos emprestados e retornarem para a quinta de Mestre Zay'Ki, que ficava nos arredores da cidade, a poucos centures dali. Trajeto que fizeram mudos e taciturnos sob um vento cortante e a nevasca de inverno. Ao chegar, se esparramaram no salão de refeições próximos a lareira e esperaram passar um pouco o efeito das bebidas e do frio, então iniciaram outro treino com as kaynagays.

        Treinaram do amanhecer à hora do almoço. Estavam exaustos, mas riam um do outro sem dizer uma palavra. Escorriam de suor da cabeça aos pés.

        — Não aguento mais. Vamos nos lavar — disse Kay a Hayden, depois se dirigiu a velha criada. — Dyx, prepare um banho — requisitou sem muita cordialidade. Ela pareceu não gostar, e se foi sem dizer uma palavra. Zay'Ki sempre a tratava muito bem, assim como a todos os demais servos da casa de campo, ou qualquer pessoa.

        Enquanto esperavam, acabaram cochilando nos bancos de refeição em torno do fogo. Algum tempo depois foram acordados gentilmente pela criada para se banharem. Na sala de banho se despiram e adentraram na tina de água quente e relaxante.

        — Você se deitou com a rameira? — indagou Hayden pouco depois, com sua fala fanhosa, mas compreensível.

        — Sim — respondeu sem titubear ou abrir os olhos.

        — E...?

        — E, o quê?

        — Foi a primeira, não foi?

        — Que importa?

       Mal haviam começado a se lavar quando o criado chefe entrou desesperado no salão de banho fazendo a porta bater.

        — Meu mestre falou para vocês se vestirem, pegar seus pertences e ir para o portão das baias preparados para cavalgar, é urgente — disse afoito. — Rápido, vamos!

        Mal ele terminara de falar ambos estavam fora da banheira, pegando panos de secar e se vestindo com as pesadas roupas de frio. Rapidamente desceram pelas escadas de madeira. Ao sair para os fundos ouviram a voz na entrada principal, por onde chegaram mais cedo:

        Abram em nome do Imperador! Se recusarem serão mortos ou considerados traidores.

        Hayden segurou nos braços de Kay com um olhar tranquilizado e até sorridente. Como se a pressa com que fugiam se tornasse de repente motivo de piada. Mas o olhar e o gesto de negação que Kay lhe concedeu disse muito sobre toda situação, e de algum modo, com esse único gesto, Hayden soube que o Imperador não era o mesmo, ou melhor, não era o mesmo Imperador quem se sentava no alto trono de Drak'Nazit. E por alguma razão a urgência retornou a ele em dobro.

        Saíram pela porta e ali havia um cavalariço com duas enormes montarias preparadas. Eram dois lindíssimos Kalazaks. Um negro com patas e cabeça branca, e um preto brilhante com uma mancha cinza da testa às crinas e na cauda.

        Kay trazia seu martelo e escudo, e Hayden um machado e uma das espadas kaynagay que Zay'Ki lhe concedeu. Kay montou o de cabeça branca, Hayden o das crinas e cauda cinzas.

        — Ele disse para vocês irem para à Árvore Pastora — disse o cavalariço abrindo a porta de mata.

        — Árvore Titã...? — indagou Kay.

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