A CARTA DE DÁRUS

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ABERTURA DA CARTA DE DÁRUS

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STOK & HARLEY

        Harley e Stok aproveitaram a chegada às terras da coroa e foram até o moinho Rishdür conversar com Felden. Tinham esperança de receber informações de onde estavam Kay e Hayden.

        — Felden, é bom revê-lo, amigo — disse Stok. — As coisas estão bem melhores agora do que quando estivemos aqui pela primeira vez.

        — É bom revê-los também — disse puxando-os para um abraço. — Bem, amigos, não posso dizer que as coisas estão excelentes por aqui. Com a chegada do inverno os alimentos já dobraram de preço.

        Felden convidou-os a sentarem-se para beber um vinho e comer algo. A mulher dele trouxe pão quente e cozido de coelhos com cogumelos.

        — Como estão andando os planos de Sor Ayvak? — disse ele parecendo fugir das verdadeiras perguntas que trouxeram os garotos até ali.

        — Está tudo muito bem Felden, mas estamos aqui para saber de outra coisa — disse Stok sem demora. — Sabe onde estão nossos amigos?

        Felden franziu o cenho incomodado.

        — Pode nos contar — encorajou Harley.

        — Bem — iniciou Felden após virar duas taças de vinho e se levantar. — Eu já nem sei o que vi naquele dia. Tudo parece ter sido um sonho, não sei.

        — O que houve? — apressou Stok.

        — Ele me pediu para levá-los até a árvore mais alta da floresta, depois disse para que eu partisse levando todos os cavalos. Eu fui, mas me escondi para espiar e ajudar, se algo desse errado, pois parecia que daria. O que ele poderia conseguir de uma árvore gigante para curar aquele jovem cheio de sequelas? Mas, após algum tempo, algo que ele fez... a árvore brilhou como se deixasse ver o sol através de seu tronco. Eu segurei um suspiro de espanto e mantive os olhos bem abertos para vê-lo carregar Hayden para dentro da árvore. Aquilo me deixou impressionado. Após passarem a luz diminuiu até desaparecer. Então cavalguei de volta até lá e vi apenas um desenho no tronco da árvore. Só por isso me obriguei a acreditar em meus olhos. Vocês não são nem um pouco normais não é?

        — Leve-nos até essa árvore.

        — O perigo está cada vez maior e presente em toda parte — avisou Felden —, mas os levarei até lá.

        Felden deu instruções a sua esposa para tomar cuidado, ordenou que a guarda redobrasse a atenção, deu cavalos ágeis e esguios aos dois, assim como para si mesmo, então partiram para ver a árvore.

        — Onde está o símbolo? — quis saber Harley.

        — Estava bem aí — disse Felden, atônito. — Não estou louco.

        — Não se preocupe — tranquilizou-o Stok. — Acho que é parte da magia dele. Afinal, ele é um guardião da natureza. Não marcaria uma árvore permanentemente. Nem deixaria um símbolo secreto à vista de quaisquer uns.

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