RELÍQUIAS SVÉKKRÖN I NIAT I

NIAT 16 CORAÇÕES APUNHALADOS

CORAÇÕES

APUNHALADOS
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        Um punhal assassino descia às costas de Stok sem que ele se desce conta. Sentia apenas um arrepio na nuca. Um aviso sobrenatural da morte iminente. Ele seguiu seu instinto e se virou.

Shmyishthra arremessou a adaga que passou sibilante pelo rosto de Stok. Então o assassino traiçoeiro tombou como uma estatueta de madeira. O outro hesitou por um instante crucial, estava entre Stok e a jovem, ambos desarmados. Stok surpreendeu-o com estranhos golpes com as mãos nuas que paralisaram o homem do pescoço para baixo. O homem desabou como um morto de olhos arregalados, seu punhal voou para longe.

Stok não perdeu tempo.

— Vamos, rápido, me siga.

Eles desceram rapidamente da cabana da árvore.

— Shmiishthra corra para a vila — não há tempo para prender esses homens, tenho de salvar Hayden. Creio que ele está em perigo. Ele dorme como pedra.

Ela correu para um lado e Stok para o outro.

Stok corria enlouquecidamente quando ouviu sons de dor e de luta.

Já perto da cabana de onde vinha o barulho, quando tudo se silenciou por um instante, Stok pensou o pior.

Então ele ouviu um grito que parecia ser o derradeiro, um grito interrompido de forma a dar lugar a engasgos, gorgolejos e silêncio. Em seguida ouviu a vós de Hayden gritando pesaroso e desesperado:

— NÃO!!!

O ágil garoto subiu às pressas na árvore e na cabana cerimonial, sem usar as escadas de madeira e cipó. Apenas saltando acrobaticamente rápido. Já dentro do aposento, onde posou agachado de um salto através de uma das duas janelas, derrubou por trás um homem armado com machado, o qual cercava Hayden. Stok simplesmente o desmaiou com um chute certeiro e firme no pescoço.

Haviam mais três que perceberam sua chegada e se assustaram, primeiro pensando que fossem soldados, e depois por saberem que se ele estava ali era porque havia sido capaz de derrotar os soldados que haviam ido matá-lo.

Confusos e sem tanta vantagem, agora que eram três contra dois garotos inegavelmente formidáveis em combate.
Além disso um deles era uma aberração que lutava furiosamente mesmo com uma faca enterrada até o cabo no coração. Um deles decidiu fugir de forma desesperada, saltando da alta árvore para o chão. Cerca de quatro metros. Stok e Hayden ameaçaram investir contra os outros dois, o que foi suficiente para ambos fazerem o menso e fugir. Stok ia dar perseguição, porém, notou o amigo ensanguentado e tossindo sangue e a garota imóvel e banhada em sangue. Hayden à fitava de olhos espantados e horrorizados, Stok verificou os sinais vitais, constatando que estava morta.

Stok amparou Hayden que agora estava entregue. Colocou-o deitado ao chão enquanto tentava não pensar no ferimento mortal. Que por seu raciocínio lógico, já devia ter tirado a vida do companheiro.

Stok gritou por ajuda e fez prece aos deuses por um milagre. Ficou ali, confortando o enorme companheiro, por quem tinha fortes sentimentos de discordância, porém também de amizade e por alguma razão, pena. Piedade porque sentia que seu modo de ser e agir, sempre revoltado e irônico, se devia a sofrimentos terríveis. Que mesmo esquecidos e secretos à própria mente, se mantinham no coração, assim como sentia diversas coisas estranhas sobre si próprio em seu coração.