ESPERANÇA AO LESTE

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ESPERANÇA AO LESTE

        Os esforços de Harley eram tão intensos e contínuos que após a última barreira mágica criada, ele quase desmaiou. Desfaleceu e seus olhos reviraram, mas um dos arqueiros tirodanos o segurou antes que caísse ao chão. Em seguida Harley se agarrou às ameias e observou com olhar de desespero em direção às armas de cerco, ao longe. Seu último esforço sobre humano resultou tão somente em sangue escorrendo copiosamente de suas narinas, gerando uma palidez assustadora em sua face e lábios, que se tornaram esverdeados. Sua visão ficou embaçada, mas ele se esforçou para manter a consciência. Tentou focar nos inimigos ao longe, mas sua visão estava completamente desfocada, um borrão branco pela neve, cinza pelo céu obscuro e verde pelos pinheiros nas colinas. De repente surgiu frente a seus olhos uma mancha alaranjada, era algo brilhante e tremeluzente. Harley imaginou que alguém segurava uma vela frente a seus olhos, esticou as mãos para constatar o fato e neste instante ouviu brados de guerra bem distantes. Em seguida um de seus companheiros declarou à sua esquerda:

— Eles estão sob ataque! — Harley reconheceu pela voz que se tratava de Tom, um dos arqueiros tirodanos e um homem espirituoso e devoto aos deuses.

— Quem os está atacando? — murmurou Harley debilmente.

— Não sabemos ainda — declarou capitão Adrien, oficial de lorde Slayton e ótimo arqueiro, deixado no comando da arquearia. — Eles chegaram de Leste-norte, puseram fogo nos equipamentos e iniciaram a batalha.

— Avisem Sor Ayvak. É a chance de enviarmos um ataque.

— Harley, meu senhor, a última tropa foi enviada para a frente de batalha principal. Não há mais homens para lutar.

— Precisamos aproveitar. Sor Ayvak enviou pedidos de ajuda juntamente com provas da tomada de Serpen'Cast a todas as fortalezas, em breve a ajuda chegará. Envie a notícia a Sor Ayvak, ele saberá o que fazer — após o grande esforço Harley ficou exaurido, então caiu estirado ao chão.

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        Após Hayden dizer aquelas palavras a seu Kalazak, a besta enorme empinou ao mesmo tempo que soltou uma espécie de rugido. Imediatamente, todos os cavalos, inclusive os perfeitos corcéis de Kitrina e Kalkaras, começaram a saltar furiosamente entre as pernas de seus cavaleiros. Antes que o Kalazak voltasse a sua posição natural, todos os cavaleiros já haviam sido jogados ou saltado para ao chão. Os animais estavam enlouquecidos. Alguns escoiceavam, outros mordiam e outros pisoteavam seus cavaleiros. Os cavaleiros estavam aterrorizados, muitos tentaram ou conseguiram fugir do campo de batalha, outros tiveram de enfrentar seus cavalos como se fossem inimigos, e o som de lâminas se chocando contra cascos se espalhou pelo exército.

Kitrina sacou sua espada e decepou uma das patas e em seguida decapitou seu próprio corcel negro. Kalkaras, Serpe e capitão Jasper fizeram o mesmo, abatendo suas montarias. Mas quando se deram conta viram a cavalaria e toda tropa de infantaria de Honöria vindo em suas direções.

— Formação! — ordenou Kitrina e seu general.

Hayden empunhou o machado de guerra que havia pendurado na garupa do Kalazak e guiou sua besta enorme em direção ao flanco da infantaria que cercava Rei Helden, Stok e a massa da infantaria lenöriana. Os cavalos enlouquecidos, bufando e rosnando, seguiram-no com tamanha ferocidade em seus olhos rubicundo e esbugalhados, que pareciam uma alcatéia faminta agindo em uma caçada mortal. Muitos tenebrianos se renderam, aterrorizados sob aquela perspectiva aterradora, eles abandonaram suas lanças e correram para longe do caminho de Hayden e sua manada selvagem. Aqueles que não reagiram a tempo ou não optaram por fugir, também não tiveram tempo de ação para defesa, muitos sendo destroçados pelo machado sedento de Hayden, ou atropelados pelos cascos enormes e pelo peitoral férreo de seu kalazak.

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