PRESSÁGIO NEGRO

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PRESSÁGIO NEGRO
 

        — Sor Ayvak — iniciou rei Helden de cima de seu lindo cavalo branco, digno de um Rei —, agora já estamos chegando?

        — No fim da tarde chegaremos — respondeu o Mestre de Guerra de cima de seu Marchador de viagem, bem menor que seu Corcel de Batalha.

        Estavam agora na travessia de um posto de guarda aliado, ao norte da fronteira natural formada pelos Despenhadeiros da Coroa, que separam Sandáris das terras da capital. Rei Slaesh, e seu destacamento, estavam acampados em outro castelo de fronteira, mais a oeste, no limite da cordilheira, onde esta começava a erguer-se. Dali serpenteava para o oeste, formando uma cordilheira de treze milhas de comprimento e alturas cada vez maiores, variando de cem metros, dos montes mais baixos, até penhascos de dois mil metros, culminando na Montanha Falcão, com quatro mil metros e seu estranho pico de neve perpétua, que se assemelha com a cabeça e o bico de um Falcão branco.

        — Rei Helden Honórius — disse Ayvak sorridente —, está cada vez mais parecido com seu pai.

        — Porquê diz isso? Nunca cometerei os erros que ele cometeu. Não me farei de cego frente aos crimes de ninguém.

        — É bom que tenha esta lição em mente. Mas seu pai não era um simples cego, era um homem bondoso, justo e de bom coração, mas governar é duro, como você tem visto. Seu erro foi mais não suportar as duras obrigações que não vê-las. Eu o alertei diversas vezes sobre... bem, não importa mais. A questão é: que punição dará a Usurpadora quando e se, a capturarmos com vida?

        — Não pode haver outra que não seja a morte pela forca. Todo mal que ela causou jamais será esquecido por todo reino. A única coisa que posso oferecer ao povo é a justiça.

        — Certifique-se de que não tomem isso por vingança. Esse reino já viu desgraças demais. E verá mais até o fim de tudo. Não podem temer seu novo soberano. Não podem suspeitar que você seja outro tirano ou um futuro senhor impiedoso e vingativo.

        — Então deveria prende-la? Exilá-la? O que está sugerindo?

         — A decisão, seja qual for, é sua. Estou apenas lembrando-lhe que este reino já tem cheiro suficiente de sangue e morte.

        O jovem Rei Helden pensou naquilo a manhã e a viagem toda. Mesmo depois do almoço, quando retomaram a marcha sua mente perambulou por tudo que aquilo significava, as torturas, escravidão, assassinatos, massacres, perseguições, fome, medo e sofrimento do povo em toda parte do terrível império de Kitrina. Quando se deu conta, havia escurecido. O sol não havia sido visto ou sentido em momento algum do dia, mas sua despedida foi naotada ao se esconder atrás dos penhascos serpenteantes a oeste, levando consigo a luz cinzenta dos céus nublados e concedendo em troca a escuridão purpúrea que arremeteu o céus rapidamente.

        — Agora chegamos, Sor Ayvak?, disse que chegaríamos esta tarde — desafiou o jovem Rei, ironicamente.

        — E chegamos.

        — Sério? — disse repentinamente confuso e procurando fogueiras ou muralhas à frente. — Não vejo sinal de exército algum.

        — Lembra-se para qual fortaleza estamos nos dirigindo?

        — Forte do Teixugo... Ah! Sim.

        — Exato. Ele fica além daquele penhasco.

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