∆ FUNERAL ∆

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  FUNERAL  




           — Bom dia, majestade. Mil perdões por entrarmos em sua presença já à mesa — disse Stok em nome do grupo.

— Não nos atenhamos à etiquetas num momento destes. Além do mais, são tão nobres quanto eu e ainda mais. — disse dando uma risada rouca e franca. — Vossas compleições físicas, vossos modos, vossas eloquência, pronúncia  e altivez não deixam dúvida, são feitos para serem reis.

— Agradecemos por sua benevolência e gentileza para conosco desde o início. — gratulou Harley solenemente — E creio que digo isto em nome de todos... — completou olhando os companheiros de modo inquiridor.

Todos, incluindo Hayden, anuíram com gratidão.

— Ah há, há, há! Bom, bom, muito bom! — disse rindo com espontaneidade. — Não quero que cheguem a Usdror e deixem escapar que não fomos bons anfitriões aqui em Ulfghard. Tratem de dizer à bela rainha Aldreem o quanto somos abençoados e abundantes em Ulfghard. Há, há, há!

— O Senhor foi muito mais que anfitrião e bondoso conosco, majestade. Muito mais que apenas cortês e acolhedor. — expressou Stok.

— Excelente! Agora vamos ao banquete. — disse alegremente.
Eles se deliciaram com as variedades do desjejum: pães, mel, doces, manjar e frutas doces. Leite de cabra, chá, suco de uva, pêssego e amoras dulcíssimos e refrescantes. E também vinho e cerveja.

Com as plenas memórias recuperadas, os garotos se deram por si do quão férteis eram as terras desta dimensão; enquanto nas melhores terras do império e do mundo civilizado de sua dimensão de origem os camponeses labutavam arduamente para tirar sustento da terra, aqui brotavam delícias com fartura e qualidade sem que os camponeses e fazendeiros demandassem grande conhecimento, tempo, esforço e ferramentas.

Os garotos imaginaram que os camponeses de Svak'Cërandir, hábeis conhecedores da terra e das artes da agricultura, contudo famintos e miseráveis devido ao solo e o clima, tornaram-se-iam bem alimentados e ricos se tivessem a chance de trabalhar uma terra tão rica, prolífera e fértil.

Junto a eles, no salão, que agora lhes era de aparência rústica, em comparação com as lembranças do palácio dos deuses em Drak'Nazit, estavam o rei e seu filho, um garoto de dez anos, e, o irmão do rei, que também era o general de Ulfghard.

— Amigos —, começou Rei Harold solenemente — agora que já fizemos a sagrada refeição, sinto lembrá-los que temos um homem a entregar aos deuses conforme suas práticas e costumes. Já há dois dias que está morto, não é auspicioso...
Mandei arautos apregoarem pelas vilas que o cortejo fúnebre de um grande herói será realizado hoje. Faremos um cortejo honroso pela cidade.

— Muito obrigado majestade. — gratulou Harley comovido. — Agora que minha memória retornou, sei que ele era como um bom avô para mim. Graças a ele me tornei um mago. Ele era um homem bom e merecedor das mais altivas honrarias.

Rei Harold ascentiu com a cabeça em lentos movimentos de sobe e desce, e com uma expressão séria, mostrando apoio e reverência à dor do garoto.
— Como deverá ser a cerimônia? — indagou o rei.

— O costume de seu clã —, iniciou Harley. — o clã do fogo, é a cremação em uma barca em rio ou mar. Aquele que desejar deve presenteá-lo uma última vez, em seguida deve-se atear fogo mágico ao barco. Mas, como não posso usar magia para cá do espelho, uma flecha em chamas deverá ser atirada.

— Este é um costume semelhante ao nosso. — assegurou o rei. — Com exceção deste fogo mágico. Usamos o fogo sagrado dos antigos, uma chama que brilha ininterruptamente desde os tempos remotos, quando este castelo foi inaugurado pelo pai unificador.

RELÍQUIAS SVÉKKRÖN I NIAT IOnde histórias criam vida. Descubra agora