PESADELO REAL

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PESADELO REAL


        Ele despertou com a mente confusa, o corpo desobediente, amarrado e num ambiente completamente inesperado. Movendo a cabeça para ambos os lados pôde notar que estava numa construção pétrea e bem fixada em terra, mas parecia ainda sentir os sacolejos da embarcação em seu cérebro. Só não sabia em que terra estava. Lembrou-se dos últimos momentos de consciência que tivera. Parecia ter sido há poucos instantes, mas algo lhe dizia que fazia muito mais tempo: seu corpo estranho e desobediente, sua mente confusa, seus sentidos desorientados, seu ferimento bem melhor e a temperatura mais amena reforçavam esta sensação.

        — Ei! Alguém! — chamou ele. Seus olhos embaçados mal conseguiam lidar com a luz de archotes e da lareira.

        A porta a sua direita se abriu após alguns instantes. Ele viu figuras vestidas de verde, e uma outra, de marrom e cinza, que passou pelos demais e se aproximou dele. Sua visão débil não o permitia enxergar mais que a silhueta. O rosto do que veio até ele era um borrão.

        — Quem é você? Onde estou? — indagou à figura muda. — Que reino é este?

        A figura nada respondeu. Tocou seus pulsos, seu pescoço, seu peito, seu abdômen. Em seguida colocou algum líquido em sua boca e se retirou. Pouco após ele sentiu sua vista escurecer e apagou como um pavio de vela.

        Quando voltou a acordar já estava em um lugar completamente diferente, sua visão estava melhor, seu corpo estava livre de cordas, trajando apenas uma veste de seda. Seu ferimento estava regenerado. Estava em um quarto enorme e luxuoso, além da imaginação, mesmo para um príncipe de Drak'Nazit como ele. Tudo era composto de ouro, prata, seda, peles brancas de urso e lobo da neve, veludo e esculturas lindas de ouro cravejadas de pedras preciosas. Era o quarto de um poderoso rei. Ou melhor, percebeu pela presença de toques femininos, de uma rainha.

        A linda porta com grandes frisos e detalhes em ouro se abriu mostrando o quanto era grossa e reforçada. Por ela entrou uma mulher lindíssima.

        Não era uma jovem donzela, era uma senhora de uns trinta anos, vestia-se melhor que reis, quase como uma deusa

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        Não era uma jovem donzela, era uma senhora de uns trinta anos, vestia-se melhor que reis, quase como uma deusa. O ouro puro de suas jóias e coroa, parecia pesar sobre seu corpo esguio desenhado com perfeição. Sua face perfeita e aveludada denunciava cuidados do mais alto nível.

        Hayden se ergueu lentamente, pondo-se de pé ao lado da cama onde estava. Aguardou com estranheza a mulher fechar a porta atrás de si, aproximar-se suavemente dele através do enorme quarto e parar à sua frente sem dizer nada. Ela apenas encarava seus olhos com altivez e um grande poder de sedução. Essa mulher... essa coroa com forma de cobra... pode ser a rainha de Tenébria. Mas o que ela quer de mim? Pensou.

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