CONSELHO DE GUERRA

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CONSELHO DE GUERRA


        Rei Slaesh estava atormentado. Andava há horas de um lado a outro de seu salão do trono, aflito por notícias de sua filha e do ataque aos tenebrianos em Devos. Havia sete dias que seu general rumara para o ataque surpresa às embarcações da arrogante rainha que ousara extorquir seu reino. Estava com profundas olheiras, devido aos dias sem dormir e já estava fraco e pálido devido a parca alimentação. Era tarde da noite quando um esbaforido mensageiro chegou da longa viagem. Havia matado seu cavalo de exaustão, e terminou a viagem com o cavalo de um aldeão e correndo a pé por mais de dez milhas através de florestas gélidas.

        — Grandioso rei do Sul — disse o mensageiro prostrado e exausto. — Temo não ter boas notícias de Devos e também dos enviados ao grande continente de Grider'Kion.

        — Alguma notícia de minha filha? — quis saber aflito.

        — Lamento, majestade, não soubemos nada sobre ela. — O rei suspirou longamente e fechou os olhos resignado.

        — Quais as notícias de Devos? — indagou ele desnorteado.

        — General Handrel partiu para alto mar em perseguição à derradeira embarcação tenebriana. todos os navios deles foram abatidos, mas capturaram um dos nossos e fugiram nele, sendo perseguidos em seguida.

        — Maldição! Não podem escapar. Não podem alertar a rainha — enfureceu-se o rei. Se descabelando e olhando para o nada. — Qual o relatório dos ministros enviados a Grider'Kion? — disse voltando-se para encarar o mensageiro.

        — Infelizmente os ministros enviados para promover aliança foram interceptados e capturados. Estão em posse de Tenébria.

        — Então a frota de Tenébria foi enviada devido ao fato de terem aberto a boca — presumiu o rei furioso. — Covardes! Houveram prisioneiros de Tenébria?

        — Sim, meu rei. Diversos. Estão todos a caminho de vosso julgamento.

        — E que tal os guerreiros de Tenébria?

        — Majestade, a Usurpadora não para de superar sua crueldade. Mandou garotos mutilados para lutar. E eles são os mais poderosos e assustadores oponentes que Lenöria já viu.

        — Mas que tipo de aberrações mutiladas são esses garotos?

        — Não sei dizer ao certo, meu rei. Só posso afirmar que são garotos e meninas de doze a quatorze anos. Cabeça raspada. Marca em "S" na face feita com fogo. Usam uniforme negro e máscara de caveira em aço. Todos sem língua.

        — Maldita profana! Algo mais?

        — Há dois peculiares prisioneiros. Um rapaz de treze sóis e seu protetor. Afirmam ter importantes informações para vossa majestade. Foram capturados na praia, sem armas ou equipamentos de batalha, o mais velho realmente aparenta nobreza do antigo regime, Honória, não parece os rudes e impiedosos tenebrianos.

        — Ao menos algo de positivo. Sinto que nos trarão alguma esperança.

        — Sim, majestade. Isso é tudo de que fui informado. Se não houver mais nada que eu possa dizer... com sua licença — disse pedindo permissão para sair da presença real.

        Retire-se. Sinalizou o rei carrancudo e pensativo, virando o rosto para seu trono.

        O homem sai cabisbaixo e triste pelas terríveis atrocidades que viu e relatou, e pela condição de seu soberano. Não foi um encontro animador e esperançoso.

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