ENCONTRO INESPERADO

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ENCONTRO INESPERADO


        O grupo estava cercado na estrada, todos na mira de arcos, e Raposo com uma adaga afiada na jugular.

        Bem, vejo que há muita mulher nesse pequeno grupo — ironizou o chefe do bando rindo e se aproximando de Deidara com uma mão nojenta. A outra mão empunhava a adaga que era mantida na garganta de Raposo. — Não estariam com uma moça de pele pálida e olhos azuis, estariam? Temos ordens da rainha para levar todas desse tipo até ela.

        Lavena e Sindrael traziam capuz sobre a cabeça, e seus rostos e olhos estavam à sombra.

        — Agora larguem as armas! — voltou a ordenar ele —, e as duas, retirem o capuz.

        — Sem escolha Hidan, Deidara e Lavena começaram a retirar lentamente suas armas da bainha para as depositar no chão, o faziam com tamanha lentidão que pareciam esperar algum milagre repentino que os salvasse da captura ou da morte.

        Stok trocava olhares com Harley, o qual lhe retribuía sinais de equilíbrio e controle sobre a situação. Enquanto suas mãos e lábios se moviam ritualisticamente. Stok fingia também retirar e entregar a arma, mas esperava confiante o aviso de Harley. E este veio de uma forma que ele não esperava:

        — Todos vocês, larguem suas armas! — ordenou com uma apavorante​ voz de autoridade.

        Os homens silenciaram-se por alguns instantes, então estouraram em gargalhadas, até que Harley gritou algo em língua desconhecida e ao mesmo tempo asssustadora, movendo a mão com ímpeto para apontar um grande carvalho à beira da estrada, neste exato momento, aquele que apontava uma flecha à sua garganta disparou.

        Todos olharam para o pequeno ​antevendo a flecha cravada em sua garganta e sua queda do cavalo, mas, ao invés disso, todas as demais flechas dispararam sem ordem, deixando todos, arqueiros e capturados, surpresos. De igual modo as espadas inimigas saíram de suas bainhas como coisas vivas e rápidas, e tanto a adaga que ameaçava Raposo como as flechas disparadas.e as espadas, voaram como um raio para se cravar profundamente no carvalho que Harley apontava.

        Harley havia pensado em fazer outros tipos de magia, uma ilusória, mas esta pareceu mais efetiva e menos desgastante, esta foi a sorte, pois havia se esquecido de finalizar a magia defensiva de Escudo Mágico. Se não fosse a magia de Controle de Objetos, estaria morto ou agonizante, com uma flecha na garganta.

        De toda forma, foi realmente a melhor escolha, os soldados ficaram apavorados, todos eles, ao ver o garoto dando ordens a armas e flechas.

        Harley avisou:

        — Agradeçam-me por poupar suas vidas e sumam daqui. — Seus olhos brilhavam em um azul diferente do costumeiro azul pálido, eram agora um azul turquesa luminoso. — Avisem seu comandante, general ou rei que o domínio​ de Kitrina está se chegando ao fim. Eu sou o rei por direito, Rei Helden, filho de Dáros, filho de Dayfus, descendente dos unificadores e vou retomar meu trono e restituir a justiça e o reino de Honória. Agora vão! — gritou a ordem.

        Eles não fizeram cerimônia alguma, correram a pé e desarmados rumo a oeste de volta a seus senhores deixando armas e cavalos para trás.

        A escolta dos garotos também estava aterrorizada, seus olhos estavam em maior parte arregalados e suas bocas mudas e entreabertas. O primeiro a falar algo foi Raposo:

        — Você é mesmo quem disse ser? — indagou tomado de espanto e admiração.

        — Não, mas aqui nesta terra o sirvo com orgulho.

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