PREPARAÇÃO DE GUERRA

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PREPARAÇÃO DE GUERRA


        Os dias nasciam cada vez mais apáticos e frios. Nos dias que se seguiram a chegada de Ayvak e Helden, foram feitas várias reuniões e várias decisões foram tomadas pelo rei Slaesh, seu conselho e seus sábios anfitriões.

        Dois dias depois chegaram os prisioneiros da batalha de Devos. Alguns foram interrogados e transmitiram uma ou outra informação importante. Alguns mostraram-se arrependidos e pediram piedade aos deuses. Os garotos guerreiros, com máscara de caveira e faces queimadas, não disseram uma palavra ou deram uma resposta. Seja com gesto ou com os olhos. De toda forma, todos foram condenados à morte por decapitação ao fio da espada.

        Harley e Stok transmitiam tudo a Kay'Lee diariamente. Dando a ele algum conforto e o alento que seus carcereiros rudes não tinham preocupação alguma em oferecer: alguns momentos de conversa, confidências e apoio.

        Não paravam de chegar homens para o grandioso ataque a Tenébria, vindo de todas as cidades de Lenöria. Todos trabalhavam no transporte de enormes quantidades de mantimentos para o interior das fortalezas de suas cidades e traziam também muito alimento para a fortaleza real, na capital. Toda população estava também de sobreaviso, e ao menor aviso de ataque, deveriam se abrigar na fortaleza guardiã de sua terra.

        Após passar na capital e engordar os estoques da fortaleza, os guerreiros e soldados convocados à batalha seguiam para Devos, onde estavam sendo reunidos todos os navios do reino, e de onde partiria o ataque massivo contra Tenébria.

        Harley também iria, disfarçado de um dos soldados mascarados de Kitrina para ter mais liberdade de circular pelas dependências do castelo. Como era o único com características e compleição física semelhante aos mirrados guerreiros mascarados de Kitrina, usaria uma das roupas e máscaras dos assustadores soldados abatidos na batalha de Devos. Assim sendo, ambos se despediram de Kay'Lee e partiram para Devos, para em breve zarpar com destino a Tenébria.

        Sor Ayvak transmitiu informações de total relevância e fundamentais para ação dos garotos: detalhes das dependências do castelo, rotinas, horários e, um código para identificar e se comunicar com funcionários leais a Helden, e, que desejam ver restabelecido o antigo governo de Honória. Esses funcionários ajudariam a mante-los em segredo e alimentados. Os códigos variavam, para afastar suspeitas e traições, mas os sinais que receberam continuariam sendo usados por algum tempo. Os sinais eram trejeitos, formas de descansar as mãos e mover os dedos, piscar e erguer sobrancelhas e muitos outros.

        Numa última circunstância de risco, Harley usaria sua habilidade, já desenvolvida de ficar invisível, para escapar de ser capturado. Também seria de extrema importância quando a guerra iniciasse, seus poderes causariam grande temor nos mais supersticiosos, e mais guerreiros fiéis à rainha por medo de seus poderes sobrenaturais poderiam debandar para as tropas aliadas de Lenöria e dos homens leais ao herdeiro de Dáros.

        Após muita conversa entre Rei Slaesh e seus três conselheiros, Sor Ayak, Stok e Harley, a maioria acabou por decidir algo arriscado, mas de extrema importância: Stok realmente entraria no palácio, mas não como prisioneiro, e sim como ladino, invadiria o antiqüíssimo castelo pelas galerias subterrâneas, que Sor Ayvak provou conhecer tão bem quanto seu brasão e a própria sala do trono onde conferenciou por anos; os quartos onde dormiu; os aposentos por onde caminhou; masmorras onde aprisionou criminosos; calabouços que encerraram desertores e saguões onde viu Dáros correr na infância. Já que entrariam secretamente, levariam consigo o detalhado mapa feito por Sor Ayvak.

        Sor Ayvak e Helden receberam a liderança de uma grande companhia, composta de duzentos guerreiros, que se orgulharam de saber que lutariam lado a lado com o general da antiga realeza de Honória e com o pequeno rei por direito, Helden. Os duzentos juraram fazer de tudo para punir a usurpadora e restituir o trono a seu verdadeiro herdeiro, além de protege-lo.

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