AUDIÊNCIA REAL

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AUDIÊNCIA REAL


         Um servo real adentrou o quarto pouco após todos se vestirem.

        — Bom dia, senhores. O grande rei Slaesh os convoca à sua presença — diz o servo, aguardando à porta.

        Sem mais demora todos se dirigem para os corredores, sentindo o frio das correntes de ar.

        Aguardam o servo tomar a vanguarda, então seguem-no rumo à sala do trono. O servo pára frente aos guardas da porta real, facilmente constatável pelos ornamentos em ouro, pelo porte dos grandes guardas e suas grandes alabardas e pelo símbolo real à porta.

        — O Rei de Todo Sul aguarda seus súditos para uma audiência — proferiu o servo aos guardas.

       Ambos puxaram as portas pelas grandes aldravas douradas para deixá-los entrar.

        O olhar de todos recaiu imediatamente sobre o rei, sua linda esposa a seu lado e sua bela e jovem filha ao lado desta. O rei aparentava uns quarenta, robusto, cabelos longos, castanhos e ondulados.

        Todos pararam frente ao monarca e cercados de nobres e servos, prostraram-se com joelhos ao chão, baixaram a cabeça e tocaram o pavimento gélido com ambas as mãos.

        — De pé — disse o rei pouco depois. Quando eles se ergueram o rei prosseguiu: — Fui informado que são verdadeiros heróis. Sobreviveram a piratas e ainda trouxeram seis deles vivos para serem julgados. Estou certo?

        — Sim, Vossa Altiva Majestade de Todo Sul — disse Harley — Embora com muita dificuldade, conseguimos sobreviver, escapar da escravidão e trazê-los presos.

        — O mais moço dentre vós é o portador da palavra? — inquiriu ele.

        — Não exatamente, Vossa Altiva Majestade de Todo Sul — disse Stok, igualmente firme e eloqüente. — Cada um de nós fala por si mesmo.

        — Ótimo, ótimo. Então me digam, o que os levou ao navio pirata desses ordinários?

        — O capitão pirata, chamado Jasper, levava homens de Lenöria com promessas de ir para Aragor e levava homens de Aragor com promessas de vir para cá — iniciou Harley. — Numa ilha, ele entregava os tripulantes para serem escravizados e íam para o outro reino, em busca de mais homens para escravizar.

        — Muito astucioso. E esse capitão conseguiu escapar... Como?

        — Nós não tínhamos mapas ou rotas a bordo para cá — explicou Stok — então tivemos de confiar nas orientações do capitão pirata, que embebedamos, para que falasse tudo que sabia e conseguíssemos chegar aqui.

        — Aparentemente algo não saiu muito bem?

        — Sim, Vossa majestade, o cão do mar conseguiu nos guiar direto para a ilha dos piratas — disse Jory. — Tentamos mudar a rota quando vimos a embarcação ainda ao longe, mas eles nos alcançaram, usavam uma embarcação a velas e remos.

        O rei empertigou-se no trono. Apesar de ser começo do dia parecia cansado.

        Eles seguiram por algum tempo narrando os fatos ocorridos, hora com um ou outro exagero, hora ocultando algum detalhe. Assim foi por mais de uma cintra.

        — Três vivas a nossos heróis ! — ordenou o rei ao final dos relatos. Todos bradaram em seguida.

        — Viva! Viva! Viva!

RELÍQUIAS SVÉKKRÖN I NIAT IOnde histórias criam vida. Descubra agora