VISITA INTEMPESTIVA

132 37 27
                                    

VISITA INTEMPESTIVA


        Rei Slaesh estava em mais uma de suas longas, constantes e exaustivas reuniões com Ayvak, seus três conselheiros maiores e alguns chefes guerreiros, quando uma mensagem chegou às suas mãos. Slaesh desenrolou o pequeno pergaminho, correu seus olhos pela caligrafia rudimentar e leu:

        Ao Grandioso
        Rei de Todo Sul.

        Majestade, está havendo grande alvoroço nas minas de Gewaldan, homens desapareceram e outros dizem ter ouvido sons pavorosos vindos da mina. Dez soldados locais foram então enviados para o local, nenhum retornou. Infelizmente as apressadas minerações de ouro para preparação da grande guerra e ferro para as armas a serem empunhadas contra Tenébria, estão estagnadas, e o número de homens que abandonam os trabalhos não param de diminuir. Os guerreiros mais corajosos se recusam a adentrar a mina. Afirmam que a criatura que a invadiu não pode ser ferida com armas humanas. Dizem que é um demônio.

        — Só faltava essa. Um bando de covardes. Eu mesmo irei matar essa fera que invadiu as minas. Só pode ser uma praga de Kitrina.

        — O que houve, majestade? — indagou Ragnar. Os demais mantiveram olhos e ouvidos atentos para a resposta.

        — Há alguma criatura atacando mineiros em Gewaldan. Nenhum dos soldados de saia se encorajam a matar a criatura. Talvez um leão ou urso da montanha. Eu mesmo irei até lá. A mineração não pode parar.

        — Majestade, isto não parece leão ou urso. Quantos homens morreram? — interpelou Sor Ayvak.

        Rei Slaesh não desejava responder esta pergunta, se dissesse dez mineiros seria suficientemente alarmante. Mas dez guerreiros com lanças, escudos, espadas e couraça, era desesperador, desolador.

        — Não importa o que seja, meu amigo, sem a produção de Gewaldan não teremos armas para combater Tenébria nem ouro para a preparação da grande guerra das profecias.

        Eu recebi um grande poder e devo usa-lo, sou o único que pode fazer algo contra esse monstro. Ponderou.

        A expressão de Slaesh não era de temor ou aterramento, era de compenetração e ponderação, mas foi suficiente para o sagaz Sor Ayvak identificar um brilho de desafio nos olhos do rei.

        — Permita-me acompanhá-lo, Grande Rei — ofereceu Sor Ayvak desembainhando a espada e apoiando sua ponta ao chão.

        Rei Slaesh anuiu com expressão séria.

        — Mas antes venha comigo. Conheça um importante refém que me vi obrigado a encarcerar.

        Eles dois se retiraram do salão, deixando dezenas de homens e chefes guerreiros conversando, bebendo e comendo.

        Eles caminharam pelos corredores sombrios do castelo até chegar nas masmorras. Foram até uma cela onde dois guardas estavam, a cela era diferente das demais, havia sido adaptada para prover algum conforto. Nela havia colchão de palha, mesa com divã e velas. Baldes serviam de latrina, mas não estavam em péssimo estado com era de se esperar em uma masmorra. Kay contava com seus pensamentos, tinta e livros da biblioteca real para se distrair.

RELÍQUIAS SVÉKKRÖN I NIAT IOnde histórias criam vida. Descubra agora