RELÍQUIAS SVÉKKRÖN I NIAT I

NIAT CAP 28 REINO ULFGHARD

REINO DE ULFGHARD
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18/10/1618 da
Era do Despertar
Inverno Astral

         — Muito obrigado — disse Hayden após a moça lavar sua ferida e terminar o curativo com ervas e tecido de algodão.

Ela acenou positivamente tirando os cabelos dos olhos e da boca com um sutil sorriso e olhando nos olhos dele. Em seguida corou, virou o rosto e correu para a cozinha.

— Espere! Qual seu nome? — Hayden não conseguiu esperar para perguntar.

A moça retornou um passo, hesitou, olhou para trás e respondeu: — Myrela — em seguida adentrou a cozinha e lá permaneceu por um bom tempo.

Hayden ficou paralisado de pé.  Após ser puxado pelos amigos voltou a se sentar à mesa.

— Não vai comer, Hayden? — perguntou Kay.

— E vai beber apenas vinho hoje? — observou Stok.

— Hayden, é você mesmo aí dentro? — riu Harley.

— Ah! Entendi. Hayden está caidinho pela garota — Stok disse.

— Calem essa maldita boca e cuidem da vida de vocês! — disse Hayden voltando a si.

Todos se deliciaram com uma saborosa refeição. Durante todo jantar Hayden se esforçava para tirar os olhos da porta de serviços em expectativa ao surgimento de Myrela, tendo pouco sucesso neste teste de autocontrole; ao terminar a refeição todos subiram para os quartos, mas Hayden decidiu ficar.

Em um quarto ficaram Stok, Shmy e Maven. No outro Kay'Lee, Harley, Dêm e Hayashmoll.

Kay e Harley leram um pouco e praticaram um pouco suas artes antes de se renderem ao sono.   

Dêm desenhou e escreveu pensamentos e poesias para o mais breve possível entregar a sua amada família.

Stok assentou-se no chão coberto de tapetes grosseiros recostando-se em Maven para tentar tranquilizá-lo, a fera dormia um sono agitado, parecia acometido de horrendos pesadelos. Abanava as orelhas freneticamente, tinha espasmos e abanava o rabo sem parar. Franzia o focinho e movia as patas como se estivesse correndo. 

Quando o animal se acalmou Stok se manteve recostado nele lendo um dos livros sob a luz tremeluzente de um archote. Curioso, Stok ergueu a pálpebra do olho de Maven que um dia teve de arrancar. Ele deu um salto para trás quando viu que um globo ocular branco, com iris também branca e sem pupila estava quase totalmente formado, embora fosse pequeno.

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        Hayden bebia sem tréguas no salão comunal, poucos bêbados ainda se mantinham de pé ou acordados e a maioria dos lumes estava apagado.

— Milorde, melhor ir descansar — disse Myrela para Hayden.

— Você é linda, Myrela. Lembra muito alguém que eu perdi.

— Obrigado, milorde. E sinto muito pela perda, milorde. Foi incrível o que fez com aquele maldito — disse e em seguida sorriu.

— Não foi nada — Hayden se ergueu e se aproximou dela lentamente acariciando seus volumoso cabelos. — Incrível seria ganhar um beijo seu.

Ela se esticou ficando na ponta dos pés e ele se curvou e virou o pescoço para cheirar os cabelos dela. Então ambos fecharam os olhos e se beijaram.

Myrela sorriu de um modo faceiro e determinado — Venha, rápido.

Eles atravessaram o salão através dos camponeses bêbados que dormiam sobre as mesas. Myrela retirou uma chave do avental e abriu um dos quartos. Eles entraram e em seguida ela o travou por dentro.