INVENCÍVEIS

145 38 30
                                    

INVENCÍVEIS

      Houveram vários combates entre os tripulantes capturados de Lenöria e os jovens guerreiros tenebrianos, nenhum deles saindo vitorioso contra as terríveis aberrações da rainha. A maioria não fora morta, foram escalados para trabalhar como escravos nas minas de estanho, ferro e ouro da região montanhosa de Caer Drüm.

        Na última luta, na qual um cavaleiro lenöriano chegou perto de vencer um tenebriano, o povo teve certeza da total supremacia de Tenébria sobre Lenöria, pois o garoto havia lutado vendado.

        Quando o garoto feriu o adversário deixando-o incapaz de seguir a luta e caído ao chão, o mestre da arena afirmou:
       
        — Agora teremos a prova cabal da vergonha de Lenöria frente a nosso poderio. Veremos dois homens considerados grandes guerreiros em Lenöria, lutando juntos contra um dos pequenos guardas de nossa imperatriz.

        A plateia tornou a ficar extasiada e alvoroçada. Seus gritos, palmas e assobios eram ensurdecedores.

        Hayden não conseguia decidir se era seu momento de agir e pedir para lutar, para em seguida desafiar Kitrina pessoalmente. Talvez ela não fosse uma grande guerreira, e o medo que gerava no povo não viesse daí, o que não seria nem um pouco estranho, afinal, raro seria uma mulher lutadora, assim, se ele vencesse, não seria nenhum mérito. Isto se o desafio não fosse tomado como insulto e ato de traição. Por outro lado, Hayden estava decidido a não matar, ou tentar mata-la sem honra, surpreendendo-a numa cama ou pelas costas, tinha de agir frente a muitos.

        Na arena, os dois lenörianos, tremendo e ofegando de temor, rodeavam e mensuração as habilidades do adversário, menor e mais mirrado que ambos. O pequeno garoto brandia duas espadas simultâneamente, quando o primeiro investiu contra ele o outro sentiu-se impelido e encorajado, e o atacaram flanqueando-o simultâneamente. Mas não foi suficiente para quebrar sua defesa. O pequeno tinha enorme habilidade com ambas as mãos, e bloqueava cada golpe com punhos firmes e ágeis. Ele girava o corpo, cruzava as espadas, bloqueava golpes de cima, de baixo, laterais, estocadas, e tudo sem grandes esforços ou partir para a ofensiva. Ele se manteve na defensiva por longos centúrios, deixando ambos adversários exaustos e com os punhos da espada frouxos devido aos pesados choques entre as espadas e a longa luta. A plateia já começava a vaiar a inferioridade de ambos e insultar Lenöria e rei Slaesh, pedindo que ambos lutadores de Lenöria fossem decapitados ou esquartejados.

        Kitrina gesticulou para o mestre de combate, ordenando que um fosse esquartejado e o outro feito escravo. O mestre transmitiu a ordem de Kitrina ao soldado. Logo em seguida o garoto escolheu sua vítima, o mais velho e forte dos dois, que ostentava o odiado brasão do leão, embora completamente encardido. O outro tentou interferir e atacar pelas costas, mas o garoto mascarado desviou, e deu com o pomo da espada na cabeça dele, desmaiando-o imediatamente e fazendo sangue esvair aos borbotões do corte em sua cabeça. O outro guerreiro aproveitou o curto instante e tomou sua espada de volta, brandindo com ambas as mãos numa busca por efetuar um golpe poderoso o suficiente, porém, o garoto o bloqueou com as espadas em "X". Em seguida o garoto forçou a espada adversária para o chão, prendendo-a no solo de terra batida, então atacou lateralmente o braço esquerdo inimigo, bem na altura do cotovelo, e praticamente dilacerou esta porção do braço adversário. Arrancando gritos de dor e terror. O braço ficou preso por poucos ligamentos e pele. O pobre homem gritava e tremia, caiu de joelhos segurando o braço destruído que jorrava sangue em quantidade. O rosto do guerreiro ferido se empalidecia pelo choque e pela perda de sangue.

        O seu algoz não deu mais oportunidades, afinal não havia mais recuperação para ele. O garoto atacou o outro braço, abaixo do ombro, deixando ambos os braços caídos ao lado do corpo e inúteis. O homem ficou em choque e desmaiou, caindo para frente com rosto na terra. O garoto então completou o que fora ordenado, arrancando suspiros de espanto e gritos ensandecidos da plateia. Ele arrancou por completo os braços, depois desferiu três golpes até decepar  cada perna, enquanto o homem desacordado se debatia em espasmos. A plateia gargalhou e comemorou. O homem morreu.

RELÍQUIAS SVÉKKRÖN I NIAT IOnde histórias criam vida. Descubra agora