EPÍLOGO

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EPÍLOGO

        Era uma noite escura na cidade orc de Vaulnash, sem luas ou estrelas. Uma fina camada branca de neve recente recobria o solo infértil, as cabanas, florestas e tudo até onde a vista alcança. Os orcs refugiavam-se em suas cabanas e tendas, e os escravos em sua vila de escravos.

Como de costume, o líder orc, Grillnash, dirigiu-se secretamente a cabana de seu sábio professor. Adentrou a simples moradia e ouviu por longo e deleitoso tempo as lições do sábio. Já ía se retirar para sua tenda quando ouviu uma poderosa trombeta soar, mas seus guerreiros não tinham trombetas e.sum tambores. Afastou a cortina e viu uma potente luz descendo dos céus e iluminando a cidade. Perplexo, viu que desciam do céu dezenas de seres envoltos em luz.

Voltando-se para o velho e fitando seus olhos com com expressão aterrorizada, disse:

— Os deuses! Os deuses orc das profecias voltaram!

— Não tenha tanta certeza. Lembre-se das lições aprendidas.

O velho mantinha olhos fechados e balbuciava ladainhas desconhecidas do orc, suas mãos gesticulavam. Ao seu lado a bela jovem despertava de seu sono exausto de escrava, sobressaltada pelos sons urgentes e aterrorizantes de trombetas, instrumento que jamais ouvira antes.

Lá fora um tumulto rapidamente se formou, e dezenas de pessoas passaram a gritar aterrorizadas, correndo de um lado para outro.

Observando novamente o exterior da cabana, Grilnash confirmou que os seres pairavam sobre a parte principal de sua cidade, sobre a ala dos orcs guerreiros. Percebeu então que os seres não eram deuses, nem suas luzes eram belas, eram terríveis criaturas, entre elas um enorme dragão vermelho iluminando o céu com chamas, wyverns montados por criaturas de negro, um grande homem ao lado de um homem dragão e muitas serpentes aladas.

— Grilnash — diz o velho com urgência. — Tome, guarde bem isso com você e use para o bem — disse entregando um livro ao orc.

— Mas por quê...?

— Esconda isso de uma vez. A magia não vai durar para sempre, bem como eu.

— Magia? — indagou com repugnância. — De que maldita magia se tá falando? — indagou escondendo o livro sob sua capa junto ao tórax. Jamais suspeitou que alguém executasse magias em seus domínios e desejava esclarecer esta história.

O velho se referia a magia que executava para impedir que a mente do orc fosse enganada pela magia poderosa do grande mago que surgiu nos céus, aquele por certo era o mago das profecias.

Ablon implantou facilmente nas mentes fracas de todos os milhares de orcs que ele e seus companheiros eram os deuses orcs citados nas profecias que ele bem conhecia, pois as havia forjado há mais de um milênio e meio.

Perscrutando com mais atenção as mentes dos orcs, Ablon conseguiu sentir que em um dos orcs sua magia não funcionou. Por um ínfimo instante isso fez seus poderes falharem e sua vontade vacilar. Por este instante cada orc os viu como eram, draconianos, magos negros, necromantes, dragões e wyverns. Mas logo em seguida Ablon apagou este flash de suas mentes.

Ao descobrir que um orc chamado Grilnash era o segundo mais forte, e se utilizando do próprio ódio que sentiu nele, o qual este nutria por seu líder, induziu-o a matá-lo e pôr fim ao misterioso orc que resistia a seu domínio mental, embora soubesse que sua poderosa influência estava enfraquecida devido a quantidade enorme de mentes as quais estava sobrando à sua vontade.

Todos os demais orcs aguardavam de joelhos e ouviam enquanto Mür'Dagon, o qual viam como se fosse Dagelsh (seu deus rei) os incitava a matar os humanos incapazes de marchar e erguer acampamento.

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