MOTIM

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MOTIM

         Ao ouvir Harley falar em motim, Hayden não se conteve e deixou escapar um sorriso, uma ponta de felicidade insana tomou conta dele, havia acumulado um grande ódio pelos terríveis capangas e pelo próprio capitão, que, embora fosse recluso e pouco desse as caras, quando o fazia, era suficiente para gerar asco e revolta.

        — Descobriu algo grave sobre eles não foi?, Eu sabia — disse Hayden, num franco sorriso. — Vamos dar uma lição em todos eles.

        — Acalme-se, temos de planejar tudo muito bem —, Harley falava aos sussurros — eles são muitos e bem armados, e nós somos apenas quatro — ponderou o jovem mago.

        — São todos uns lixos, eu sozinho dou conta da metade. O que acha?

        Hayden estava designado a cuidar, com outros dois homens, do mastro grande, que ficava perto do timão, o qual estava preso para manter o rumo fixo, ali perto havia um capanga, então Hayden permaneceu no local e Harley seguiu para avisar os demais amigos. Como eles faziam o descanso juntos, este seria o momento ideal para a reunião, afinal não podiam confiar na tripulação, mesmo que todos marujos estivessem cansados e pressionados pelos odiosos homens de Jasper, homens com medo são mais perigosos que homens gananciosos, pois são muito mais imprevisíveis.

        No momento indicado por um dos "oficiais," seguiram para a refeição e o descanso. Harley avisou de antemão aos amigos sobre o que ouvira, Stok certificou-se de ninguém estar espionando, então, enquanto comiam, iniciaram a discussão sobre o que fazer a respeito. Harley relatou tudo que ouviu detalhadamente. Todos concordaram que era claro, o navio servia para negociar escravos em segredo, e usava a própria tripulação como forma de enriquecimento e pirataria de escravos.

        — Devemos pegar nossas armas no armazém e matar todos! — Esbravejou Hayden.

        — Vamos ser realistas, nenhum de nós sabe comandar um navio, nem conhecemos as rotas — ponderou Stok. — Devemos decidir com sabedoria o que fazer.

        — O fato é que eles não nos levarão a nosso objetivo — disse Hayden. — Temos de acabar com todos.

        — A menos que obriguemos o capitão a nós levar a Lenöria... — insinuou Harley.

         — Faz sentido — concordou Stok. — É nossa única escolha. Temos de render seus capangas e forçá-lo a nos levar a Lenöria. Lá serão todos julgados.

        — Vou adorar a parte de acabar com os malditos capangas — animou-se Hayden com a oportunidade de vingança. — Infelizmente não morrerão aqui mesmo, sobre este navio. Mas acabar com a tirania destes malditos será muito prazeroso.

        — Temos de agir com cautela para não causar a morte de inocentes — afirmou Stok. — Principalmente você, Hayden. Temos de planejar tudo muito bem. Cada passo é crucial.

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         Passaram longo tempo discutindo as minúcias do plano, tomando extremo cuidado em debater apenas aos sussurros, sem alterar o tom de voz. Decidiram que seria melhor não envolver os tripulantes enganados de Aragor no plano, embora os mesmos estivessem em perigo; talvez acabassem colocando todo plano em risco por medo ou indiscrição, ou até mesmo traição de algum deles.

        Após decidirem tudo, deitaram para tentar dormir um pouco e recuperar as energias com o tempo que lhes restava de descanso, pois assim que fossem despertados, começariam a colocar o plano em prática.
 

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