ASSALTO À SERPEN'CAST II

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ASSALTO À
SERPEN'CAST II

        Stok desfraldou o primeiro estandarte de Honöria, prendendo-o na seteira da barbacã acima da porta levadiça que ele tomara e baixara. Em seguida se concentrou para enfrentar os inimigos que estavam tentando derrubar a porta do aposento do lado de fora. Ao chão, amarrados, estavam os guardas que ele desmaiou, não quis matar aqueles pobres diabos de forma traiçoeira, sem dar chance de se defenderem, estando invisível. Mas agora seria matar ou morrer, desembainhou as esguias cimitarras gêmeas e chutou a barra de aço que mantinha a porta trancada e fez dançar as lâminas contra a enxurrada de inimigos que se precipitou empurrando a porta.

        Um estandarte idêntico, ostentando o tigre honöriano laranja e negro em campo amarelo, foi exposto na barbacã onde estava Harley.

        Então tudo aconteceu de uma só vez:

        Quando viram o estandarte do tigre, há anos substituído pelo da serpente, o povo soube que uma porta da fortaleza milenar estava tomada, era a primeira vez em mil Sóis de existência do castelo, até então se dizia que era uma fortaleza inexpugnável, construída pelos Unificadores para jamais cair.

        Para as tropas de Helden e Slaesh era o sinal de ataque. De um instante para outro os melhores guerreiros lenörianos invadiram a fortaleza inexpugnável de Serpen'Cast, galopando como loucos sobre a ponte levadiça, que nem havia ainda baixado por completo, e pelo túnel da barbacã, acessando o pátio central da fortaleza da cidade.

        Guardas temíveis e assustadores de Kitrina, com suas máscaras de metal em forma de caveira, puseram-se a defender a fortaleza com habilidade, fúria apavorantes e com silêncio perturbador. Eram rápidos, destemidos e fortes como touros, embora fossem, em geral, baixos e magros. Não usavam arcos ou bestas, apenas espadas e escudos redondos, como cavaleiros. Homens corpulentos os comandavam, eram os únicos que falavam, berrando ordens desesperadas, sobressaltados pelo ataque repentino e massivo, mas fugiam quando a morte encarava-os de frente. Eles usavam bestas quando distantes e brandiam cimitarras, machetes e khopeshs com habilidade cruel no corpo a corpo, mas, diferentemente dos mascarados, eram covardes. Enquanto os mascarados atacavam como loucos, saltando para cima das lanças e espadas sem medo da morte, os capitães fugiam ou recuavam sem pudor de mostrar covardia.

        Os guerreiros naturais de Honöria tinham por missão tomar a cidade externa, Serpens'Hall, e assim que o estandarte foi exposto sobre a ponte que baixava, eles também começaram seu ataque contra os incompreendidos patrulheiros da cidade. Os guerreiros e guardas reais, que circundavam Rei Helden, atacaram sete guardas que vigiavam uma praça elevada, quando três foram mortos, quatro se renderam, se ajoelharam e foram feitos prisioneiros.

        Os capitães, com suas vozes retumbantes (como convém a quem comanda) bradavam ordens a seus homens e convidavam escravos e homens livres a lutar por Honöria e por seu Rei do Povo, o filho de Dárus.

         Lorde Rikaro Melkar declarou aos brados:

        — Eu sou o Lorde Supremo de Norebran, e vos digo: Dárus nos deixou um filho e o proclamou seu herdeiro! — estava na mesma plataforma da praça que o Rei e Sor Ayvak, acessada por uma longa rampa íngreme. Muitos escravos e cidadãos o ouviram e viram rei a seu lado, coroado com um lindo aro de ouro e jóias, e se ajoelharam perante ele. Rei Helden se inclinou na direção de seu guarda, Auroque, para lhe dizer algo.

        — Honöria ressurgiu! — vociferou alguém de voz poderosa, enquanto Rei Helden terminava de falar.

        — Como Rei por direito — iniciou Auroque com forte brado —, Rei Helden liberta todos os escravos, e concede anistia aos guerreiros que lutarem por seu Reino ancestral — alardeou com sua potente voz.

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