Coney Island

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"Nunca diga nunca. Nunca diga pra sempre"

Maju on  

Tinha alguma coisa errada acontecendo com o Brandon, durante todo o tempo em que ficamos na casa do Kyle, ele quase não havia dito nada, a única pessoa que conseguiu conversar direito com ele foi a Larissa, ele também havia me ignorado a maior parte do tempo, evitou qualquer tipo de contato visual,  a única vez que ele olhou diretamente pra mim foi quando eu estava dançando uma musica romântica da Litlle Mix com participação do Jason Derulo, eu estava rindo enquanto os braços do Vitor me envolviam, quando peguei Brandon olhando na nossa direção, ele estava sério e pensativo, mas depois ele foi embora, Kyle  havia dito que ele tinha ido pra uma festa na casa do Aaron um companheiro de time deles. E desde aquele dia eu não o via, pelo o que eu sabia ele ainda estava na casa dos pais dele, e também já tinha encontrado os meninos e as meninas diversas vezes, pelo o que tudo indica Brandon estava ignorando só a mim, o que me fazia pensar no que eu poderia ter feito de errado pra afasta-lo tanto assim, tudo bem que eu andei um pouco distante nos últimos dias, mas eu sentia falta dele, sentia falta daquele sorriso brincalhão, dos abraços de urso, e do tom da sua voz quando ele me chamava de anjo, eu sentia falta dos seus conselhos e do tempo que passávamos juntos. Eu queria falar com ele, queria saber o que estava errado pra que pudesse concertar, queria tê-lo de volta, mas a cada dia que se passava eu me sentia mais distante dele.
  As meninas haviam saído com os meninos, elas estavam tão empolgadas, queriam estar lindas pra eles, até onde eu sabia eles iriam ao cinema, mas elas estavam tão felizes, que eu achei que era bem mais do que uma ida ao cinema. Vitor estava dormindo, ele havia passado a maior parte da noite anterior acordado, assistindo filme com a Júlia e com a Fernanda, então eu mais uma vez estava só, e pela primeira vez eu consegui achar Nova York entediante. Estava trocando de canal da TV paga, eu nem me dava o trabalho de prestar atenção na programação, quando Vitor surgiu, ele estava usando o seu shorts de pijama, e seu cabelo estava bagunçado, ele pareceu surpreso por me encontrar jogada no sofá travando uma guerra contra os canais de TV.
__Que horas são?__ Ele pergunta se sentando no outro sofá.
__Quase uma hora da tarde.__Digo sem desviar os olhos do controle remoto.
__Tudo isso é raiva ou você só está  entediada?__ Ele pergunta apontando com a sua xicara de café pra Tv.
__Estou entediada.__Digo  desistindo da minha pequena guerra particular pra falar com ele.__E você como está se sentindo hoje?
 Ele toma um gole do seu café e depois olha pra mim.__ Entediado.
__Que ótimo somos dois entediados sem nada pra fazer.__Olho pra TV de novo antes de continuar.__E nem podemos contar com a TV.
 Ele solta uma leve risada que me faz sorri,  ficamos mais alguns minutos sem dizer nada um para o outro, Vitor já havia terminado de tomar o seu café, e eu estava preste a sair dali, quando ele resolve quebrar o silêncio.
___Escuta cunhadinha, que tal nós dois sairmos?
__Como assim?__ Pergunto deixando claro o tom de animação na minha voz.
__Sei lá, a gente podemos conhecer novos lugares, ou até mesmo irmos nos que já conhecemos, qualquer coisa é melhor do que ficar aqui em cas.__Ele diz se levantando do sofá, faço o mesmo que ele.__Você tem cinco minutos pra se arrumar.
__Pode deixar.__ Digo correndo em direção ao meu quarto.
  Meia hora depois estávamos no Coney  Island, um lugar em que é possível encontrar o  Luna Park, um antigo parque que possui tanto brinquedos clássicos quanto os brinquedos radicais,  Vitor parecia uma criança quando viu o Cyclone Coney Island, uma montanha russa que possui 27 mudanças de elevações, com uma queda de 60 pés e 60 graus a velocidade de 60 mph,e possui mais de 2,640 pés de trilha. Aquele negócio é assustador, sem chances alguma que eu iria andar naquilo.
__Eu não vou.__Digo parando de andar e cruzando os braços, Vitor olha na minha direção e sorri.__ Sem chances Vitor, isso é demais.
__Qual é loirinha? É só uma montanha russa.__Ele diz caminhando em minha direção.
__Se é só uma montanha russa podemos deixa-la ai e irmos em outro brinquedo.
__Sem chances Maju, nós vamos nessa montanha russa.
__Eu não vou Vitor, se você faz tanta questão pode ir que eu te espero aqui.
__Eu realmente quero andar nesse Cyclone.__Ele diz parando ao meu lado e ficando de frente pra enorme e assustadora montanha russa.__Olha só Maju, isso é incrível.
__Não sei o que ela tem de incrível.__ Digo olhando pro Cyclone e depois olhando pra ele.__Você sabe que eu tenho pavor a  brinquedos radicais.
__Eu sei, mas eu vou estar do seu lado, vamos lá loirinha, só uma vez depois você escolhe os próximos brinquedos.
  Eu queria muito dizer não, mas Vitor estava me olhando com aquela carinha de cachorro abandonado e eu  me amaldiçoei por ser tão sentimental. Depois de conferir que as travas do carinho eram seguras eu fechei os olhos e segurei na mão do Vitor enquanto passávamos pelas bordas, eu não sabia dizer o que era pior se era a subida, as mudanças de elevação, as quedas ou a velocidade. Só sei que assim que estávamos seguros no chão eu soltei um grito e comecei a bater no Vitor, que por sua vez ria, eu com certeza nunca mais iria em  um desses brinquedos com ele novamente.
__Espero que você tenha se divertido porque eu nunca mais vou andar nesse treco de novo.__Digo caminhando ao seu lado.
 Ele sorri e me dá um beijo na bochecha.___Obrigado, você foi a primeira garota que aceitou andar em uma montanha russa como essa comigo.
__Espero que você não se esqueça disso nunca mais.
__Eu não vou, quer tomar um sorvete, eu pago.__Ele diz, entrelaço os nossos braços, enquanto caminhamos.
  Depois de andarmos em diversos brinquedos, inclusive na Wonder Wheel, uma roda gigante de 45 metros, Vitor me levou pra conhecer o New York Aquarium, onde vimos pinguins, leões-marinhos, lontras e tubarões, morsas e outros animais. Fiquei extremamente encantada quando chegamos no Aquatheater, um lugar em que os leões-marinhos e os seus treinadores fazem algumas performances.
  Encerramos o nosso passeio na Brighton Beach, ou também a "Litte Russa", fiquei surpresa ao perceber que as pessoas daqui falam o idioma do leste europeu, mas Vitor me explicou que a Brighton Beach recebeu muitos imigrantes ente os anos de 1940  e 1950.
 A praia além de ser ótima possui um píer, onde  ficamos alguns minutos reparando a beleza do infinito mar azul, já estava anoitecendo quando resolvemos voltar pra casa, eu estava cansada, mas também estava feliz, esse dia passou de entediante pra magico, eu com certeza iria voltar mais vezes nesse lugar. Coloco Marron 5 pra tocar e adormeço escutando o lindo do Adam Levine cantar She Will Be Loved.


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