This is my history

O impossivel é possivel

Brandon on
 Havia algo naquela criança que não era normal. Qualquer um no seu lugar faria diferente, mas ele não. Brandon Carter era diferente de qualquer pessoa que estivesse naquele hospital, e não tinha nada a ver com o fato de ser o único herdeiro da maior fortuna do mundo ou porque tinha nos olhos os seus sonhos. Ele tinha câncer, estava morrendo e ninguém aceitava isso, não importava quanto dinheiro era gastado ou o tanto de esperança que era necessário ter, Brandon estava morto ou pelo menos estaria em algum tempo. Mas isso também não o afetava, porque para aquela criança cada segundo era precioso ele só desejava que sua familia não sofresse ou que sua mãe parasse de chorar toda vez que o medico abrisse a boca. Ele também queria saber se todos os anjos era parecido com Lily, porque para Brandon Lily era um anjo, ela tinha aquele olhar que ele chamava de céu, um sorriso que acalmava o seu coração e um abraço que só anjos poderiam ter, mas ele também tinha medo, como qualquer outra criança, e seus medos eram maiores do que desejava, era por isso que ele passava a maior parte da noite chorando porque assim que fechava os olhos se pegava imaginando como seria se não tivesse mais os beijos de bom dia de sua mãe ou os abraços de suas avós, também não queria pensar que seu pai não jogaria mais bola com ele, porque esta era sua parte preferida de todos os dias, ou como seria não pescar aos fins de semanas com seus avôs, mas não podia negar a vontade que tinha de sessar com a dor de vez, não suportava mais ter que passar mais um dia sofrendo calado, também não queria mais sentir seus braços sendo furados todas as quartas ou ter que passar por cirurgias, ele era pequeno mais estava cansado. As pessoas esperavam que ele melhorasse e ele só queria que fossem capazes de enxergar a verdade. E a verdade era que ele não estava melhor tudo nele doía, desde o ato de comer ao simples fato de respirar, Brandon queria poder correr atrás das gaivotas enquanto sentia o mar nos pés, queria sentir seus cabelos mexendo conforme o vento, mas tudo que tinha era um tufo maior em suas mãos, ele também queria a sensação quente que a mão de todo mundo tinha. Mas o que mais desejava era ver os olhos dos seus pais brilhando enquanto ele corria para abraça-los desejava passar o dia inteiro com Maria. Ele queria poder descansar, mas lá estava ele forçando seus pés a darem mais uns passos, repetindo que estava tudo bem não havia motivos pra ter medo tudo iria passar em alguma hora e se tivesse medo se sentisse dor tudo que precisava fazer era fechar os olhinhos e fingir não sentir.
 Flash Back on:
"É só uma agulhada atrás de outra Brandon" eu sentia o pavor por de trás de minhas palavras " Nada que você não tenha feito antes" mais um longo suspiro " E daí que doí? Tudo nesse lugar doí Carter" solto mais um suspiro forçando meus pés a darem mais um passo pra frente quando na verdade eu queria dá meia volta e sair correndo pro meu quarto, queria olhar para eles e dizer de uma vez por todas para eles pararem, que estava tudo bem, eu estava bem que eles não precisavam chorar escondidos ou sussurrar eu sabia de tudo. Eu sabia que a dor não passaria e que os remédios não dariam resultados, eu também sabia que por mais que eu quisesse meu cabelo de volta ele não iria parar de cair e que o sangue em minha boca e nariz iriam sair cada vez mais, eu só queria saber o porque. O porque disso tudo? O porque te ter manchas por todo o meu corpo? E o porque de minha pele ser gelada e branca? Mas eu não poderia fazer isso eu não tinha esse direito, Eu não poderia dá mais um motivo de choro pros meus pais. Eu só não queria escutar eles dizendo que me amavam como se nunca mais fosse escutar isso novamente. Eu queria sair correndo e sentar no banquinho e ficar sentado sozinho, queria que não houvesse mais dias, porque assim eu não precisaria me esconder das outras crianças não teria que lidar com seus olhares de medo como se eu fosse um monstro. E também porque apesar deles falarem tanto sobre quão belo era o dia eu nunca poderia ir lá fora e sentir o calor na pele ou sentir a brisa no rosto porque esses simples atos traziam consequências terríveis a minha saúde. Porém a noite eu tinha um céu cheio de vaga neons e um papai do céu que me escutava, eu podia desmoronar sem medo, eu poderia ser eu sem me preocupar, mas como sempre não se tratava das minhas vontades e sim das minhas necessidades e nesse exato momento eu precisava de mais uma sessão de quimioterapia fingindo não sentir dor.
 Flash back of.
Brandon não sabia o porque de tantas lembranças, ele havia prometido pra si mesmo que nunca mais voltaria para revê-las. O seu passado era o que era e ele não poderia mudar nada. Não importasse quantas vezes ele ouviria que foi um sobrevivente, para ele tudo isso era demais. Desde do dia da descoberta na véspera do natal ao dia do seu milagre. Porque eram assim que as pessoas o viam um completo milagre. Porém ele não podia negar os fatos, foi através daquele momento que Brandon decidiu não amar, afinal o amor era uma maquina de auto destruição e ele se recusava a destruir a vida de mais alguém. Brandon iria ser diferente, ele evitaria qualquer tipo de dor, por já ter experimentado o suficiente. Mas olhando pro seu reflexo no espelho tudo o que via era o seu mini eu. Ele ainda podia enxergar claramente os olhinhos amedrontados, a pele pálida como a neve, podia jurar que suas mãos estavam geladas , também podia sentir o gosto amargo de sua saliva graças ao sangue, por um segundo ele realmente sentiu as picadas e viu seus cabelos caindo. Ele estava com medo, medo de que tudo voltasse. Na tentativa tola de se livrar das lembranças, ele passa a mão sobre os cabelos fechando os olhos, ele se pegou repetindo as palavras " Porra Brandon você tem que parar com isso, são apenas lembranças".
 Não importasse o que ele fizesse ou quantas palavras ele falava seu passado estava te atormentando, sua mente estava concentrada a lhe pregar peças e seus olhos estavam vendo manchas vermelhas por todo canto.
 __Isso só pode ser um pesadelo__ Sua voz saiu apavorada demais e ele não gostou disso.
 Brandon não se sentia bem. Sua cabeça estava ficando pesada.... Ele precisava de ar.
 O frio da noite ou os burburinhos de seus amigos não estavam ajudando, enquanto percorria pra um lugar desconhecido ele era chicoteado por mais memorias " O que foi papai? "Porque estamos aqui?" "Eu quero ir embora. Me leva para casa por favor mamãe". Ele procurava formas de calar seus pensamentos, suplicando por uma ajuda que sabia que não teria. Lily, Brandon precisava do seu amuleto da sorte, precisava olhar no fundo dos seus olhos e saber que era tudo coisa da sua cabeça. 
 Um grito de Maju o traz a realidade, ele se virou pra ela e se sentiu a pior pessoa do mundo, ela estava perdida no sofrimento, nas lembranças, seu anjo precisava de ajuda e ele não podia fazer nada, sabia que era a dor do seu anjo que precisava ser estancada, sabia que alguém precisava cicatrizar suas feridas, então torceu para que Vitor fosse o suficiente, ele ficaria bem lidando com os seus monstros, mesmo não fazendo a mínima noção da intensidade da dor que Maju, Vitor e até mesmos as meninas estavam sentindo -ele poderia imaginar mas imaginar não era sentir- ele não poderia voltar para a sua própria dor, era egoísta demais para fazer isso. Brandon queria voltar para onde eles estavam e ser o porto seguro de Maju, queria que ela soubesse que ele se importava com ela, que ele a amava, queria ser o heroi de alguém por pelo menos uma vez, mas no momento era os seus próprios medos o assustando, ele estava preso nos seus piores quatro anos e tudo o que queria era sair correndo de lá. 
 Após mais uma onda lembranças sem fim, ele poderia jurar que suas pernas estavam tremulas como naquele dia em que confessou seu medo por corredores a Lily, esfregando a mão na calça ele novamente se pegou repetindo as palavras " São apenas lembranças" mentalmente como se isso fosse resolver os seus problemas. Ele tinha que calar o medo de alguma forma ainda mais quanto uma voz lá no fundo gritava sem parar "Não são apenas lembranças Brandon, é a realidade"
 Brandon of**  
Maju on