Noites que parecem não ter um fim

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Brandon on
 "Se eu te falasse metade do que está preso dentro de mim você choraria-Solitário"

Talvez tudo fosse coisa da minha imaginação, talvez realmente fosse apenas lembranças, era normal se lembrar do passado, dizem que o nosso cérebro tem a capacidade de "esquecer" de certos momentos em nossa vida, principalmente quando somos crianças como uma forma de proteção, ele também armazena tudo para que possamos revê-las quando for o momento certo, talvez esse fosse o momento... Afinal não existe uma certa forma de apagar o que nos aconteceu, mas se você acreditar que tudo não passou de um sonho, de que não foi real, ele começa a acreditar que realmente você nunca passou por isso. Dentre as diversas habilidades que ele possui, ele consegue distinguir o que vemos do que é real, ele também detecta perigos, controla emoções e mais de 70 mil pensamentos por dia, interpreta o que o outros sentem e mantém a temperatura de nosso corpo. Ele é uma verdadeira maquina que trabalha 24 horas por dia, podendo arquivar 1000 terabytes de informações, tendo mais conexões que todas as estrelas da galáxia, podemos encontrar um total de 80 a 100 bilhões de células nervosas nele. Levamos apenas 13 milésimos de segundos para compreender uma imagem, e existe nele cerca de 160000 quilômetros de vasos sanguíneos o que daria quatro voltas pela Terra, ele também não possui receptores de dor, permitindo neurocirurgias com o paciente acordado, apesar de tudo isso, de todas essas incríveis habilidade e de ser considerado o "computador" mais poderoso do mundo não existia e nem existe uma forma de reverter um dano as células nervosas, ele não era ileso. Outro órgão que funciona 24 horas sem descansar e bate numa frequência de 100 mil batidas no dia é o coração capaz de bombear cerca de 7500 litros de sangue tudo num único dia. Conhecido como um dos milagres da engenharia mundial, ele é capaz de nos dá vida através do seu bombardeamento, sempre pensei nele como o meu protetor, não importasse quão ruim eu estivesse, ou que houvesse uma possibilidade do câncer afetar meu cérebro, tudo estaria bem, se minha armadura estivesse intacta, eu me afeiçoei a ele e as suas incríveis habilidade de bombear sangue para todas as minhas células, mesmo que algumas  estivessem mortas segundo após, esse simples gesto era uma fonte de esperança para mim, afinal ele não desistia de me manter vivo, e enquanto ele resistisse eu resistiria, seria seu companheiro para sempre. Afinal qual órgão seria mais magico que o nosso coração? Que sobrevive mesmo fora do corpo humano, ele só precisa de oxigênio e eu dele. E eu precisava lembrar meu cérebro de dá ordens a ele para que ele pudesse pulsar o sangue para minhas veias. Tinha que unir o computador a energia outra vez, tinha que achar uma forma de fazer com que ambos se tornassem um só, caso eu realmente passasse por tudo de novo.
__ Do que você realmente se lembra moreno?__ A voz preocupada de Renata surgia abafada pelo celular, a noite fria de Nova York e os constantes olhares de meus amigos me despertavam uma tremenda vontade de fugir.
Flash back on
 Não importava quantas vezes eu revirava na cama, ou qual a intensidade que eu forçava os meus olhos a fecharem, eu não conseguia dormi, eu não conseguia falar. O quarto repleto de brinquedos e móveis estava ficando cada vez menor, como se as paredes estivessem indo em direção uma da outra, sugando todo o ar, era eu o alvo delas, essa com certeza era a pior noite do ano. Esforço o meu corpo a se levantar e caminho em direção ao banheiro, a luz incrivelmente brilhante da lua atravessava a janela, o brilho branco amarelado me chamando a atenção. Talvez fosse pelo simples fato de eu nunca ter visto a imagem da lua no céu de Nova York, ou pelo fato de ela me representar paz. Enquanto admirava o brilho imensurável da lua uma onda de tontura me invade, me obrigando a sentar no chão, só nas minhas contas essa era a decima primeira do dia, eu não havia contado a ninguém, para todo mundo era apenas uma gripe, e eu não queria mudar isso, eles esperavam que eu estive curado ao amanhecer, e eu não tiraria a esperança deles, mas isso não tornava pior a sensação rodante que minha cabeça se encontrava, ou a insuportável vontade de vomitar, que eu carregava o dia inteiro. Eu só tinha que aguentar mais um minuto e tudo sumiria. Então de minuto a minuto eu repetia essa frase, ignorando a dor latejante que percorria o seu caminho sobre minhas costas, ou o piso repleto de vomito, ignorando a mancha vermelha debaixo do meu peito, ou a febre, as coisas poderiam estar pior, forço os meus olhos irem em direção da lua, mas não havia mais nada, o céu se encontrava novamente coberto pela camada cinza. Então eu permaneci ali, sentado contra a parede gélida do meu banheiro, fazendo das minhas mãos um suporte para cabeça, dizendo que tudo ficaria bem ao amanhecer, eu só não sabia que essa não era a pior noite, que noites piores viriam e que nada melhoraria no raiar do sol, que nem sol haveria no dia seguinte.
Flash back off
  Eu não planejava conversar com Re, mas depois da trigésima vez que ela ligou, meus amigos me forçaram atender. No começo pensei que ela estivesse brava por não ter atendido e que passaria as próximas duas horas escutando reclamar sobre o quão péssimo amigo eu era, mas Renata estava preocupada e suas primeiras palavras foram "Você esta vivo... graças a Deus", ela também havia sido acordada por lembranças do passado, e sentiu um aperto enorme no peito, como se algo tivesse me acontecido.
__São apenas lembranças Re.__ Digo encarando a neve cair pelas rua. Em alguma árvore distante um pássaro cantou.
__ Sabemos o significados delas Brandon__ Ela parou como se tivesse com medo de continuar__ E se você também tem passado por isso, sabemos o que significa__ Um soluço escapa de sua boca, e posso escutar ela murmurar a palavra droga.
 Ninguém nunca soube explicar se lembranças era algo que possuímos ou se era algo que perdemos, eu torcia fortemente pela segunda opção. Torcia para que assim que a recuperássemos ela desaparece de vez, mas essa noite algo me dizia o contrario, a forma como eu mexia na nuca, a onda de medo que me passou no exato momento em que Renata me contou sobre as suas memórias e a constante voz na minha cabeça me fazia acreditar de que nesse caso, lembranças não possuía nenhum dos significados que eu queria, ela gritava desesperadamente como uma forma de aviso, minha cabeça doía e meu coração acelerava.
__ Eu tenho lembrado de tudo__ Digo forçando as palavras__ Minhas memorias mais recentes são da véspera do natal, e da noite do banheiro, de como eu me senti perdido, do modo como minha cabeça doía, e meus olhos pareciam querer fechar para sempre, também me lembro do cansaço__ Levanto o olhar e me deparo com os meus amigos, todos concentrados em mim, eu não havia contado para eles sobre minhas memorias__ Eu me lembro que apesar de ter quatro anos, eu sentia tudo, lembro dos imensos corredores que ligavam meu quarto com a sala de quimioterapia, e de como eu forçava meus pés a andarem sobre eles, eu lembro que sentia medo de sair para fora e esbarrar em alguém, eu tinha medo dos olhares que eles direcionavam para mim, lembro da Lily segurando a minha mão enquanto eu chorava e da Ma com uma toalha gelada sobre minha testa para controlar minha febre, lembro das historias de dormir que meus pais contavam, e de meus avôs me abraçando antes de mais um transplante, e certamente me lembro das picadas__ Fecho os olhos por um segundo__ Lembro de como eu costumava achar estranho você me dizer que tudo ficaria bem porque eu tinha certeza que nada estava bem, eu costumava achar que aquilo era a sua forma de enfrentar a dor, lembro do Jay me contar que cada estrela no céu era na verdade vaga neons... Também lembro do último dia dele, quando ele me disse que estava tudo bem, que eu não precisaria sentir medo, que eu era um herói e que quando sentisse saudades era só olhar pro céu e lá estaria ele, brilhando para mim, mas é mentira Re, não há um santo vaga neon no céu esta noite.... Ele também me disse que quando eu não soubesse quem era, era só eu encarrar o espelho e lá estaria a resposta__ Sinto um sorriso triste formar nos meus lábios, quase congelados por causa da neve__ Que irônico né? Eu estou olhando pro meu reflexo e tudo o que vejo é aquele mini Brandon... Eu nunca deixei de ser ele né? Nunca estive bem, era tudo fingimento, porque no fim eu ainda sou aquele menino. E ainda estou tentando negar tudo como ele fez.
 Um silêncio insuportável se acomodou sobre nós, mas eu não me importava, estava me tornando entorpecido, estava preso a imagens do passado, procurando algum sinal de onde eu falhei. Existe uma teoria que afirma que um simples bater de asas no Brasil pode causar um tornado no Texas, essa teoria leva em conta a sensibilidade desses fenômenos nas suas condições iniciais, o tão famoso efeito borboleta ou teoria do caos, como se eu ao ingerir um remedio para dor de cabeça descandeava uma sequencia de fenômenos no meu organismo e resultasse no câncer. Eu queria saber aonde foi que um menino de quatro anos errou, eu queria saber o porque de lembrar disso depois de 15 anos, quando na verdade eu nunca esqueci, não era como se eu não soubesse do meu passado, eu sempre lembrei de tudo, eu apenas evitava meus pensamentos sobre ele, mas hoje, nessa noite eu não podia fazer nada, eu não tinha controle sobre ele, e eu odeio não ter controle sobre o meu corpo, odiava tentar parar o sangramento ou colocar um sorriso no rosto para esconder o que sentia.
__ Aonde você esta moreno?__ A voz de Renata saiu fraca e eu sabia que ela estava chorando.
Então novamente vaguei o olhar pelo local, procurando algum ponto de reconhecimento, não havia nada, não conseguia formar um único pensamento.
__Em algum lugar de Nova Iorque__ Digo passando a mão pela nuca, coçando o local fortemente como se aquele gesto fosse apagar todas as minhas preocupações.__ Pra falar a verdade eu nem sei onde estou.
__Meu Deus Brandon, está nevando em Nova Iorque.
__Eu sei__ Digo com um sorriso triste__ Eu só precisava de um min....
__ Não ouse terminar essa frase__ Pela primeira vez Renata parecia brava, eu não entendia o porque__ Você prometeu não usa-la mais. Você sabe o significado por detrás dessas palavras... Por favor não a use nunca mais.
 Tanto eu como ela sabia o porque de eu usar essa frase,  ambos sabia que essa era a minha rota de fuga, meu pedido de ajuda a mim mesmo, eu só a utilizava quando algo estava errado, não podia culpa-la por estar brava, Renata estava com medo, e sinceramente eu também estava.
__Se você não usa-la moreno podemos acreditar que são apenas lembranças, que nada esta acontecendo__ Soluços surgem desesperadamente nela__ Eu não posso perder você moreno, não posso nem conviver com essa possibilidade, você esta bem, nós estamos bem... Você é o meu lar, meu melhor amigo, e sei que tenho agido mal com você, mas eu estava com medo, medo de você não me amar mais, eu aceito ser sua segunda opção, mas você não pode estar doente, você não merece isso neguinho, você costuma acreditar que anjos existem, que não merece o amor, eu já lhe falei mil motivos que provam o contrario, mas você não acredita, e eu sei que quando você se olha no espelho você ve aquele mini Brandon, mas você é mais__ Ela para de falar, como se estivesse lembrando__ Sabe o porque eu nunca lhe tratei como os outros? Porque eu sempre acreditei que você se salvaria? Porque você era o meu anjo, não daqueles perfeitos mas mesmo assim você era um, e anjos não morrem, você era real Brandon, era a única verdade que eu conhecia, minha única certeza, meu porto seguro, eu podia e posso ser o que realmente sou ao seu lado. Eu não precisava esconder meus medos de você, porque você os enxergava e os curava, você sempre curou a dor de todo mundo. Você era a versão mais purificada do amor, você não procurava motivos para amar alguém, e não ficava dizendo mil e uma vez, como se precisasse provar algo, você simplesmente fazia, ainda faz, você não se importa com os defeitos, e não sabe condenar alguém, porque você se preocupava com os outros, e aguentava a dor de todos mesmo não suportando a sua, você é lindo por dentro e por fora, você coloca todo mundo na sua frente, e eu não posso perder você... Você é o meu herói.__ Ela dá mais uma pausa, nos dando um silencio ensurdecedor__ Desculpa por tudo moreno.
__Eu estou com medo Re__ Deixo que as palavras saem com uma veracidade nunca dita antes__ Tudo em mim grita isso, eu estou com medo, porque a voz dentro de mim insiste em continuar dizendo que não são apenas lembranças, eu estou com medo porque eu não sei se tenho o antigo eu, eu não sei se vou aguentar passar por tudo isso de novo. Eu não quero, eu sei que você sabe de coisas que ninguém nunca vai saber sobre mim, mas eu realmente não menti quando te dizia que doía numa intensidade incontável, que eu não tinha mais controle sobre mim... O que vai ser de mim? O que eu vou fazer se não for apenas lembranças? Porque sinceramente não me parece apenas lembranças. Tudo em volta me dá indícios de que é tudo menos lembranças. Eu não tenho ninguém Renata__ As lágrimas descem cortando sobre o meu rosto__ Ninguém para me dizer que ficará tudo bem, para segurar meu mundo, eu não tenho uma Lily, ou os meus pais... Eu não posso faze-los passar por isso novamente, minha mãe enlouqueceria, eu estou sozinho, e mesmo que você me diga que não é verdade, que eu tenho você. Ambos sabemos o que eu estou dizendo, ambos sabemos que eu não sei lidar com isso, que fugir é o meu mecanismo de defesa, mas eu não quero me tornar oco... Você já parou pra pensar que se não for apenas lembranças eu estou perdido, você tem noção do quanto vai doer? Tem noção que esse Brandon que você conhece vai desaparecer? Que eu vou afastar todo mundo? E se não for linfoide Renata? E se não for leucemia? O que eu vou fazer?
__ Eu não sei__ A voz abalada de Renata entrega que ela já pensou nisso__ Eu só sei que você está bem, que são apenas lembranças... tem que ser__ Ela para controlado um soluço__ Você tem que estar bem Brandon.
__A noite parece não ter um fim Renata.
__O que?
 Olho ao meu redor e encontro todos os meus amigos me encarrando preocupados, a respiração frenética da minha melhor amiga enquanto neve e mais neve cobre as ruas da cidade, nada nem mesmo ela parece dá um fim a noite.
__A noite__ Digo brincando com a barra da minha camisa__ É como se eu tivesse preso a ela, como se ela tivesse mais que doze horas, como se tudo acontecesse nela, como se você não fosse ter mais uma noite depois desta, como se tudo fosse acabar com os primeiros raios do sol.... Eu odeio noites assim, porque eu sei o que elas significam, eram noites como essas que eu considerava como as piores, eram essas noites que eu perdia o sono e sentia mais dores, a noite do banheiro foi exatamente assim, não importava quanto tempo eu estivesse ali, as horas pareciam congeladas, pior, era como se elas andassem para atrás ao invés de ir para frente. São noites assim que coisas ruins acontecem, é o pior momento para sentir dor, para se sentir doente, para se sentir vivo... tudo é feito numa intensidade maior, e não há como você correr, não há uma pitada de esperança, de paz, ou até mesmo um conforto, tudo é feito para ser marcado, como se todas as pessoas perdidas, todas as almas machucadas fossem soltas num labirinto em busca de uma cura, de uma saída. Mas não há cura, não há saída, não existe nada, e tudo o que você faz, cada passo, cada gota de suor, te corta, te machuca, então você senta e aceita, aceita o fato de que você merece tudo pelo o que esta passando, aceita que talvez você seja o escolhido. E é nesse momento Re, no momento que você percebe que não tem escapatória que a noite acaba.
  Não sei dizer ao certo que horas eu desliguei o telefone, e nem quanto eu andei pra chegar em casa, os meninos ainda continuavam ao meu lado, de vez enquanto eles se certificam de que eu estava bem, eu não precisava pedi para saber que eles sempre estariam ao meu lado. O hall de entrada estava incrivelmente quente e silencioso. 
__Senhor Carter__ A voz cansada do nosso porteiro me desperta do choque que havia me encontrado__ Achei que você gostaria de saber que temos novos hospedes.
 Vejo Anthony balançar a cabeça, e um pouco ao fundo escuto Diego sussurrar " Agora não Cooper, nosso amigão ai precisa descansar". Observo Henrique abrir a porta do meu elevador particular para que possamos entrar, e fico encarrando as enormes vidraçaria do hall até que a porta se fecha. O celular de Kyle toca mas ele apenas ignora, enquanto Aaron procura pelo meu olhar, ele estava preocupado e não sabia como perguntar se estava tudo bem, apenas dou de ombros e forço um sorriso, eu estava entorpecido. Sinto um alivio enorme me consumir quando o numero quinze aparece no letreiro do elevador, sabia que meu anjo estaria sã e salva, o que me despertou um sorriso, era reconfortante saber que Maju ficaria bem apesar de tudo. Minha casa continuava como se nada tivesse acontecido, os chinelos das meninas estavam espalhados perto do sofá, a televisão estava ligada em algum canal de filmes, as luzes todas apagadas, o segundo andar continuava silencioso, as portas dos quartos fechados, vi os meninos entrarem nos seus dormitórios, enquanto eu subia mais um lance de escadas, a porta do quartinho estava entreaberta, eu não me lembrava de ter aberta, de ter estado aqui mais cedo, encostei no batente da porta e fiquei observando, meu pai e eu havíamos criado aquele lugar para nos lembramos que não havia nada que não pudéssemos superar, assim que direciono pro meu quarto me deparo com Minnie deitada no lado de fora, ela levanta a cabecinha tentando descobri quem era, e assim que me reconhece  abana o rabo em vem em minha direção, a cama continuava bagunçada, as roupas de Maju estava jogadas no chão perto de minha escrivaninha, as cortinas estavam abertas o que possibilitava enxergar as luzes do Empire of States. Caminho até o banheiro, me preparando para um banho. A água quente me dava uma vaga lembrança de paz, já se passava das quatro quando me enrolei na toalha e sai do banho, vesti um shorts de moletom cinza desesperado para descer para sala, eu não iria dormir, eu não conseguiria nem que tentasse, meus pensamentos não me dariam folga, e não havia disposição para enfrentar pesadelos, esperava que as vozes dos personagens do filme fosse atraente o suficiente para prender minha atenção. O filme tratava de um comedia dramática, onde um casal tentava superar uma traição, o segundo era sobre drama, a menina havia perdidos os pais, e tentava reconstruir sua vida, estava no terceiro filme quantos os meninos se juntam a mim, todos sonolentos, observo Kyle, Anthony e Henrique sentar no meu lado esquerdo, Diego ocupa o Puff enquanto Aaron deita ao meu lado direito. Foi nesse exato momento, olhando os meus amigos que percebi que não importasse o que me acontecesse eu sempre teria eles.


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