Acho que eu posso amar você também

36 5 1
                                    

Felipe on

Você não pode em hipótese alguma mudar o passado, as suas ações, as suas palavras nada disso irá muda-lo, porque o passado é o que é, não existe uma forma magica de voltar no tempo e fazer as coisas diferentes, não existe uma maneira de apagar tudo o que foi feito por mais que se deseja, o seu passado sempre vai existir, ele sempre estará ali escrito nas paginas do seu livro, porque o passado faz parte de quem você é, ele é tudo o que você já foi.
 O passado é mais do que uma passagem de tempo, mais do que o ontem, mais do que já foi, ele era tudo o que eu não tinha, tudo que eu desejava ter, queria os fantasmas dele, queria as lembranças de quem fui, de como eu era, queria saber desesperadamente quem eu tinha sido e o quão especial Felipe Mendez foi pra que essas pessoas o olhassem diferente. Eu queria entender o que tinha demais em mim, porque cada uma dessas pessoas o amavam tanto, queria entender por que eles me olhavam como se fosse perfeito, e por que a admiração estava presente sempre que eles falavam de quem fui.
 Todas as historias que ouvi eles contarem pareciam irreais demais pra serem verdades, todos os relatos de quem Felipe Mendez foi não podiam ser real, a pessoa que eles descreviam sempre com muito amor não me parecia humana, não podia ser mas toda vez que escutava um deles falarem sobre esse cara tinha certeza de que eles não estavam mentindo, não era imaginação ou invenção, esse cara realmente existiu, ele realmente esteve ali pra eles e com eles, e cada pessoa dali parecia precisar desesperadamente dele.
__Ei cara__ A voz rouca e arrastada de Vitor surge para quebrar a frenesi onda de pensamentos sem resposta que se passam na minha cabeça. Viro em sua direção, e reparo nos pequenos detalhes, em busca de alguma velha lembrança, os olhos castanhos esverdeados eram cheios de vida e o sorriso em seu rosto era enorme. Ele caminha em minha direção como se fizesse aquilo a vida inteira, talvez ele tenha feito.
__Ei.__ Digo assim que ele se senta ao meu lado, ele sorri e leva a lata de refrigerante a boca, seus olhos percorrendo a bela paisagem que as meninas tinham, morar no 15° andar tinha lá seus benefícios.
__ Carol me disse que você estaria aqui.__ Ele fala sem desviar o olhar da correria de Nova York.
__ Eu precisava de um minuto.__ Digo levando o refrigerante a boca e me concentrando em um ponto qualquer.
__ Todos nó precisamos.__ Vitor diz mais pra si mesmo, penso em algo pra dizer mas antes que eu tenha a chance ele sorri e dá um soco no meu braço direito.__ Sabe quando eu te ofereci esse refrigerante não era pra tomar tudo.__ O sorriso em seu rosto me parece tão familiar.
__ Você sabe como é, fiquei quase dois anos sem isso.__ Digo enquanto dou mais um gole na bebida, realmente tinha um gosto muito bom.__ Preciso tirar o atraso.
__Bom saber... Daqui pra frente vou pensar duas vezes antes de te oferecer algo.__ Ele sorri e então volta a encarar o frenesi lá embaixo.__ Seus pais me disseram que você anda quieto, ta tudo bem com você?
 Penso em uma forma de explicar as coisas mas eu não consigo, não tinha o que explicar, e se tinha eu não sabia como.
__ Só estou tentado descobrir quem eu sou.__ Digo soltando um suspiro cansado.
__A velha crise de identidade...__Vitor diz sorrindo.__ Ouvi dizer que é terrível.
__Pode apostar.
__ Você ainda não conseguiu se lembrar?
__Não nenhuma lembrança.
__ E isso esta te deixando frustrado?
__Eu diria cansado.__ Digo brincando com o lacre da garrafa.__ Por mais que eu tente nada acontece, estou começando a duvidar de que um dia irá acontecer.
 Vitor apenas me olha em silencio, os olhos analisando cada detalhe, e me pergunto se ele esta procurando em mim os traços do seu irmão.
__ Talvez você devesse parar de tentar. Deixar as coisas acontecerem por si só.__ Ele para de falar e pega latinha da minha mão levando-a em direção a boca.__ Suas lembranças ainda estão ai cara, em algum lugar dentro de você, talvez apenas não seja a hora certa de encontra- las.
__Talvez.__ Digo cansado demais pra pensar nisso. Talvez ele estivesse certo, e eu só precisava deixar o tempo resolver as coisas,  confiar que Deus faria o melhor, porque ele sempre fazia, lembro-me bem das primeiras noites, quando eu não tinha nada, apesar de todo o vazio que minha vida era eu estava bem, porque eu acreditava que estaria, eu só precisava continuar acreditando. Enquanto o silencio reivindicava o seu espaço as luzes de Nova York ficavam cada vez mais brilhantes.
__ Você me perguntou se algum dia eu já me senti perdido.__ Vitor olha em minha direção e eu concordo com a cabeça.__ Eu acredito que todos já se sentiram assim Felipe, quando você se foi, ou quando pensamos que você tivesse ido, foi como se cada pessoa que te conhecesse partisse junto com você, nada do que as pessoas digam, ou imaginam vai ser tão doloroso como o maldito dia em que te perdemos.__ Ele para de falar e volta o olhar pra cidade.__ As lembranças daquela época é algo que eu venho lutando desesperadamente pra esquecer, quem eu me tornei depois daquela noite não é alguém que eu desejo ser. Muitas coisas aconteceram durante esses dois anos, as pessoas que eramos não é quem somos agora, nossas vidas mudaram em uma velocidade interminável, eu assisti a tudo isso, vi cada pessoa que conhecíamos seguir uma vida sem você, é verdade aquilo que as pessoas dizem, sobre o pior dia pra se perder alguém não ser quando ele se vai mais o dia que vem após meses se passarem. Mesmo sem querer as pessoas arranjam um jeito de seguir em frente, todas elas arranjam, isso não aconteceu comigo porém.__ Os olhos de Vitor novamente estão focados em mim, consigo notar uma camada grossa de umidade neles.__ Não consegui encontrar um jeito de seguir em frente, eu não queria Felipe, eu nunca quis, então eu continuava a fazer as mesmas coisas que fazíamos juntos, as pessoas achavam que eu estava enlouquecendo e talvez eu estivesse, eu não me importava, o fato é que parecia haver esperança pra todos menos pra mim, todos ficariam bem, até mesmo Maju, mas Vitor Menezes não estava melhor, eu me afundei quando você se foi, me perdi e mergulhei em um mundo de culpa e dor até não haver mais nada eu senti meus sentimentos morrendo dia após dia, cada um deles, me afastei das pessoas, e de tudo que era importante pra mim, por mais que eu me esforçasse pra que todos os outros conseguissem ser felizes, eu não fiz o mesmo por mim, eu me auto condenei, porque se a sua vida tinha acabado naquela maldita madrugada a minha acabaria junto com a sua.
__Eu sinto muito.__Digo lembrando das vezes em que minha mãe me contou sobre ele enquanto olhávamos o velho álbum de foto que ela guardava, apesar de não me lembrar de quem ele era, a pessoa que minha mãe descrevia era alguém que eu admirava de quem eu me orgulhava, o cara sentado ao meu lado agora não tinha uma sombra sequer do que me foi apresentado.
__ Não sinta, não é a sua culpa,  talvez não tenha sido culpa de ninguém, e é por isso que eu não culpo Ma...__Ele para instantaneamente como se estivesse preste a revelar algo sombrio, fixo meus olhos nos dele, enquanto franzo as sobrancelhas, eu sabia sem que ele precisasse dizer que era de Maju que ele estava falando, não era isso que eu queria saber, o que eu queria saber era o motivo pelo qual ele não a culpava, o que ela teria feito a ele, mas Vitor não disse nada e eu não iria insistir, isso seria algo que eu perguntaria a Maju, eu sabia porém que independente do que ela me dissesse eu não iria gostar, qualquer coisa que Maju tivesse feito a Vitor seria algo que eu não gostaria.__ Ninguém, a não ser eu mesmo.
__ Você não tem que se culpar Vitor, como você disse não foi culpa de ninguém, tinha que acontecer.
__ Isso é o que todos pensam mas não é a verdade Felipe, e eu sei a verdade e merda isso me faz culpado.
__Qual é verdade?__ Pergunto sabendo que nada do que ele pensasse o tornava culpado.
__Eu deixei você partir sozinho, deixei você ir e não fiz nada pra impedir, mesmo você pedindo, eu sei que você não se lembra mas foi eu quem implorei pra você sair de casa e nos encontrar, mesmo você não querendo, eu não fui embora pra casa com você quando me pediu e não fui capaz de entender todos os seus pedidos de ajuda, você estava implorando pra que eu te salvasse e eu não fiz, eu jurei nunca sair do seu lado mas eu quebrei a promessa naquela noite e desde então eu me culpo por isso.__ Ele termina de falar e desvia o olhar incapaz de me olhar nos olhos, talvez porque não quisesse ver minha reação, ou talvez por que não quisesse que eu soubesse o quão perdido ele esteve o quão pra baixo ele esteve durante todo esse tempo.__ Eramos Seal John e Hawkeye, mas eu falhei contigo.
__Eu não culpo você Vitor, nunca o culparia. Você não tem culpa, não podemos salvar todos sempre, algumas coisas simplesmente não são feitas pra serem salvas, tinha que acontecer, e eu estou aqui agora, talvez ainda não seja o seu melhor amigo, o Felipe que você conhece e talvez eu nunca venha ser, mas eu estou aqui, estou bem e você não falhou comigo, ainda somos Seal John e Hawkeye, se tudo o que você precisa é de perdão eu te dou isso. Eu perdoou você, sempre perdoarei você.
 Ele me olha em silencio, as lagrimas que estavam presas em seus olhos escorrem livremente pelo seu rosto, eu nunca me perdoaria por ter feito isso a ele, por tê-lo feito se sentir culpado, olhando pra ele agora eu sabia que Vitor era a pessoa que eu sempre amaria, ele era meu melhor amigo e eu não precisava de memoria pra saber disso, esse cara era meu irmão e eu nunca o deixaria novamente. Ele sorri e concorda com a cabeça.
 __ Preciso que você me perdoe.__ Digo me sentindo como se eu fosse o pior monstro do mundo, ele fica confuso e me esforço pra explicar.__ Quem quer que você tenha se tornado foi por minha culpa Vitor, por mais que você diga que não, eu sei que é, eu nunca quis fazer mal a você, nunca quis fazer mal a nenhum de vocês, é por isso que preciso do seu perdão, me desculpa por ter falhado com você também, você nunca me abandonou, a sua fidelidade a mim fez você se tornar alguém que luta desesperadamente pra esquecer, você foi fiel a mim em todos os momentos, o fato de não ter seguido em frente de ter se perdido mostra isso, e eu me culpo por isso, me desculpa por não ter feito o mesmo.
__Você não podia.__ Ele diz dando de ombros.
__Sei que não mas isso não muda nada, me desculpa.
__Eu sempre vou perdoar você Felipe.__ Ele sorri, os olhos se fechando nos cantos, era um sorriso sincero, de coração e alma.__ É o que irmãos fazem, e eu sei que você teria feito o mesmo, somos assim, e eu não te culpo nunca culpei.
__ Irmãos?__ Pergunto oferecendo a mão pra ele, vejo-o sorrir de orelha a orelha e apertar a minha antes de me puxar pra um abraço.
__Sempre.__ Ele diz e eu sei que a parte machucada em nós aquela em que ambos se culpam pelo fracasso do outro esta se curando, Vitor e Felipe sempre estariam ali um para o outro.
__Nunca mais vou abandonar você.__ Digo abraçando-o apertado.
__E eu nunca mais vou sair do seu lado.__ Ele diz antes de se afastar, os olhos castanhos esverdeados brilham me fazendo sorrir.__ Eu amo você maninho.
__Eu amo você.__ Digo 
 As peças do quebra cabeça que eram a minha vida poderiam nunca se encaixar novamente, a imagem mal tirada em minha memoria poderia nunca criar foco, e todas as minhas perguntas poderiam nunca ter resposta, e por mais que isso me assombrasse todas as noites, eu sabia que Vitor Menezes estaria sempre comigo, eu sabia que uma parte minha, uma parte do meu passado ainda eram meus, ele estaria ali sempre pra me mostrar que talvez o velho Felipe nunca me deixaria, que ele voltaria eu só teria que acreditar. Porque as coisas costumam ficar bem melhores quando se acredita que vai. Sem dizer nada como se soubesse que preciso ficar sozinho Vitor se despede com um aceno de cabeça e volta pra dentro do apartamento.  Eu estava só novamente mas dessa vez com a certeza de que alguém ainda estaria ao meu lado. Já havia começado a chover quando finalmente volto pra dentro do apartamento. Todas as pessoas que eu conhecia estavam sentados em algum lugar da imensa sala, dessa vez quando olho pra eles não tento descobrir quem são, vejo as meninas se ajeitarem ao lado de seus namorados, elas pareciam felizes, Fernanda lutava pra respirar entre risos, elas estavam bem e isso me deixava em paz, em um canto mais afastado vejo Vitor e Maju, ele sorria enquanto observava suas garotas e Maju parecia estar distante quase inalcançável, nenhum deles me viram, e eu achei melhor voltar, deixa-los sozinhos, mas então era tarde demais cada um deles tinham seus olhos em mim, como se eu fosse um imã gigantesco.
__Ei ai ta você.__ Júlia diz sorrindo, retribuo o gesto sem saber o que dizer.
__Vitor nos disse que você precisava de um minuto, tá tudo bem?__ Carol pergunta, seus olhos eram dois poços de preocupação.
__ Sim.__ Digo brincando com os meus fios de cabelo, ela continua me encarando decidindo se deve ou não acreditar em mim.
Vitor solta uma risada chamando a atenção de todos, ele  sorri pra elas e se levanta.__ Ele ta bem Carol, já chequei isso hoje.__ Ele passa seu braço entorno do meu pescoço, elas me encaram por mais alguns segundos então dão de ombros e voltam a sorrir.__ Você precisa parar de levar a mão a cabeça quando for mentir, você fazia isso antigamente e elas sabem disso.
__Vou me lembrar disso.__ Digo sorrindo.
__Grande bobalhão.__ Ele diz me soltando e voltando pro seu lugar.__ Por falar em cabelo já passou da hora de você arrumar o seu.
__O que?__ Pergunto.
__Isso é uma bagunça.__ Ele diz se sentando novamente, olho pra ele incrédulo. Não havia muitas coisas em mim que eu gostasse mas eu amava meu cabelo. O idiota ri alto assim como as meninas, ele tava me provocando.
__Filho da puta.__ Digo fazendo o rir mais ainda, desvio meus olhos dele e pela primeira vez desde que conversei com ela, permito que eles foquem nela. Maju estava perfeita, seus olhos azuis claros estavam cansados e tristes, o que fez meu coração parar de bater, seu cabelo estava despenteado e uma completa bagunça, ela tinha uma expressão perdida no rosto, e vestia o que eu julgava ser as roupas maIs velhas em seu closet, nenhuma garota estaria bem com aquela aparência, mas pra mim ela tava porra de perfeita, seus olhos pousam em mim, ela continua do mesmo jeito, fico a espera do sorrio que brota em seus lábios sempre que me vê, mas ele não vem, ela apenas me encara cansada e perdida, e novamente aquela necessidade de vê-la bem surge do nada com força total. Respirando pesado caminho em sua direção. Ela tenta sorrir mas fracassa, sorrio pra ela e me sento ao seu lado.
__Você....__Começo a falar mas paro, levo minha mão a cabeça e brinco com o meu cabelo merda eu não sabia o que dizer, ela olha pra mim, e um sorriso brilha em seu rosto.
__Ei.__ Ela diz sua voz arrastada preenche cada espaço vazio da minha mente, olho no fundo dos seus olhos, e ela se perde dentro dos meus. Vejo-a mudar rapidamente, os olhos cansados e tristes ficam vivos e cobertos por um brilho que deixaria qualquer céu estrelado com ciúmes. Um sorriso de verdade brilha em seus lábios, ela era porra de perfeita.
__Tá tudo bem com você?__ Pergunto deixando que a necessidade de saber como ela esta vença.
__Eu vou ficar... eu espero.__ Seus olhos se enchem de uma dor que eu não sei qual é o motivo.
__Posso fazer alguma coisa pra te ajudar?__ Pergunto brincando com uma mecha solta do seu cabelo.
__Você já faz isso.__ Ela sorri fraco pensativa antes de desviar os olhos dos meus me fazendo franzir a testa em busca de resposta.__ Eu sei que pode parecer estranho e você não precisa fazer isso se não quiser mas será que você pode me abraçar agora?
 Seus olhos estão de volta aos meus apesar do receio em seu rosto, a pequena piscina azul esta repleto de esperança, meu coração responde a sua pergunta antes mesmo que as palavras saiam da minha boca, e ela parece ouvi-lo, porque um sorriso genuíno brilha em seus lábios antes dela envolver seus pequenos braços em torno de mim, o cheiro de coco do seu cabelo me entorpece, o contato com a sua pele faz cada canto do meu corpo ficar em alerta total, minha respiração acelera e meu coração vai a uma frequência que só ela causa. Eu não sabia como agir, porque cada parte minha estava sendo entregue a ela, ela tava tomando tudo de mim sem ao menos saber disso.
__ Eu sempre amei ouvi-lo.__Ela diz me abraçando apertado como se eu fosse desparecer a qualquer momento.__ Eu sempre vou amar.__ O sorriso em meu rosto faria qualquer pessoa acreditar que  acabei de ver um anjo, envolvo-a em um abraço apertado, acabando com qualquer espaço que existia entre nós.
__Eu sei que você pode não se lembrar, e eu não quero te forçar a nada, mas esse sempre foi o meu lugar preferido no mundo.__ Ela olha pra mim, a pequena piscina azul era um convite irrecusável.
__Nova York?__ Pergunto brincando com as mechas do seu cabelo. Ela sorri e sem desviar os olhos dos meus rouba uma parte minha que eu nunca daria a alguém.
__Você... você sempre foi o meu lugar preferido.__ O amor que transbordava dos seus olhos estava me prendendo em um mundo só dela, eu estava preso naquele pequeno paraíso, e nenhum outro lugar parecia mais certo do que esse , ela sorri satisfeita me deixando confuso.__ Nunca achei que eu iria ver isso, mas você acabou de se perder em mim.
 Apenas sorrio enquanto ela deita sua cabeça em meu peito.__ Posso te fazer uma pergunta?
__Quantas você quiser?
__Você ainda me ama?__ Pergunto atraindo seus olhos de volta pros meus, sua respiração acelerada entrega o quão surpresa ela ficou, Maju não esperava que eu perguntasse isso, e pra ser sincero nem eu esperava, estava prestes a dizer pra deixa-la pra lá, que não precisava responder, quando ela sorri.
__ Nunca deixei de amar você Fe.__ Ela diz e leva sua mão ao meu rosto.__ Eu amo você.
 Eu deveria estar agindo igual a um idiota agora, porque ela estava admirada com o que via, eu não sabia como reagir e nem o que dizer, ela parecia tão certa disso.
__ Eu posso nunca voltar a ser aquele Felipe. __Digo olhando em seus olhos.
__Você nunca deixou de ser o meu Fe.__ A paixão em sua voz me fez sentir como se nunca tivesse partido, como se eu sempre estivesse ali com ela.
__ Acho que eu posso amar você também.__ Digo sem quebrar nosso olhar, ela me encarra sem reação e me pergunto se ela me escutou.
__O que... o que você disse?__ Ela diz se sentando ao meu lado agora.
__Acho que eu amo você, pra ser sincero acho que eu nunca deixei de te amar, eu não sei bem o que eu sinto, mas é diferente do que eu sinto por todas as outras pessoas, e aquele Felipe amava você, depois da conversa que tivemos, eu vi algumas fotos e videos que meus pais acharam que fossem me ajudar, bem o modo como Felipe olhava pra você... era como se você fosse tudo que eu tinha, você era o mundo inteiro e nada era mais importante.__ Paro de falar e levo minha mão ao seu rosto.__ O modo como ele te olhava... bem era como se o amor estivesse olhando pra você, acho que isso ainda existe, mesmo depois de tudo, e mesmo sem lembrar quem somos, ainda amo você, nunca deixei de fazer isso.
























This is my historyOnde histórias criam vida. Descubra agora