Cicatrizes

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"The strongest hearts have the most scars. Os corações mais fortes  têm mais cicatrizes - Jeff  Hood"

Maju on

 Minha vó me disse uma vez que nada nunca nos machucará mais do que as marcas das feridas que deixamos em nós mesmo que ninguém nunca poderia me atingir com mais força do que eu e que algumas cicatrizes iram doer mais do que a própria ferida porque elas trazem consigo todo o fardo pesado das lembranças e que por isso o tempo nem sempre curaria porque as vezes o problema não eram os machucados mas sim quem os carregava. Mais uma vez eu sabia que ela estava certa as pessoas mais velhas costumam ter grandes ensinamentos guardados, minha vó nunca acreditou que o tempo curaria as suas feridas ela preferia senti-las do que vê-las cicatrizar ninguém nunca entendia o porque mas hoje eu entendo o que ela queria nos ensinar, minha vó preferia conviver com a dor das feridas porque assim ela estaria vivendo no presente suas cicatrizes seriam o passado e nada se pode fazer pra conserta-lo. Eu queria ter compreendido tudo isso na primeira vez que escutei queria entender seus ensinamentos e aprender com eles mas eu não fiz e por causa disso havia me tornado alguém que carregava cicatrizes pesadas demais, alguém que causava cicatrizes terríveis em pessoas que amava e eu não possuía o dom de cura-las.
 Algumas semanas haviam se passado desde que o passado resolveu me visitar, Vitor e Felipe haviam alugado um apartamento pra dividirem uma vez que Vitor estava pra entrar na Faculdade de Nova York e precisava fixar residência por aqui, Felipe ainda não estava muito certo sobre o que faria mas até lá moraria com Vitor, as meninas e eu estávamos nos adaptando a nova rotina sem tê-los por perto era estranho estarmos por nossa conta apesar de Vitor prometer que estaria a apenas alguns minutos de distancia se precisássemos dele. Isso fez que as marcas que eu causei ficassem ainda mais pesadas e eu estava me afogando em uma velocidade rápida demais pra ser salva, Felipe não sabia a verdade eu não havia sido capaz de contar a ele e temia que eu nunca fosse porque eu sabia o que aconteceria quando eu contasse.
Carol havia programado um dia na praia segundo ela todos nós precisamos de uma folga, de um dia em que os problemas não nos visitassem um dia longe da realidade, seriamos apenas um grupo de amigos curtindo um dia ensolarado na Coney Island  Beach depois de enfrentarmos uma nevasca terrível. O clima quente e o barulho interminável das ondas se quebrando eram mais do que bem vindos, crianças corriam por todos os lados e castelos de areias estavam espalhados por todo o local, toalhas de banho e guarda sol lotavam a areia, o parque de diversão estava repleto de adolescentes, parecia que toda a população nova-iorquina precisava de um dia de sol. 
Como planejado os meninos já nos esperavam no lugar marcado quando chegamos, Anthony até mesmo havia levado uma churrasqueira elétrica portátil e tinha alguns hambúrgueres assando, Kyle e Henrique terminavam de instalar os guarda-sol enquanto Diego e Aaron brincavam de frescobol. Meus olhos instantaneamente encontraram com os olhos azuis de Brandon eles pareciam cansados e distante e eu novamente me amaldiçoei por ser um monstro egoísta incapaz de notar os problemas das outras pessoas, seus olhos continuaram presos nos meus e um sorriso que eu sentia falta brilhou em seus lábios conforme eu me aproximava dele.
__Ei anjo.__Sua voz apesar de cansada trazia resquício de felicidade e isso aqueceu meu coração tornando impossivel não sorrir pra ele, meu coração pulava feliz com o apelido carinhoso saindo de seus lábios eu estava com tanta saudades.
__Brandon Carter.__ Digo me jogando em seu colo sem aviso, meus braços envolveram seu pescoço com toda a força que eu tinha e  como sempre ele me ofereceu um de seus abraços de urso o cheiro de seu perfume tomou conta de todo o meu ser, eu estava tão feliz por tê-lo de volta por saber que seus abraços de ursos ainda estavam ali pra mim que demorei pra perceber que ele estava rindo.
__Ei pequena ursa você vai me deixar sem ar.
__Desculpas.__ Digo me afastando somente o necessário pra encarrar seus olhos, e eu o amava tanto.__ Senti sua falta.
O sorriso em seu rosto se desfaz e seus olhos perdem um pouco do brilho que haviam adquirido, eu sabia que as coisas pra ele não estavam faceis  os meninos haviam contado como ele estava amedrontado e perdido com todas as coisas que estavam acontecendo e eu odiava a vida por faze-lo sofrer.
__Sinto muito.
__Não sinta.__ Digo sorrindo abraçando-o mais uma vez antes de solta-lo por completo.__ Quero que você saiba que como seu anjo a partir de agora não vou passar mais um dia sem vê-lo.__ Seus olhos se afastam dos meus brevemente e eu sei o que ele esta pensando, os meninos disseram que ele tem se afastado eu era boa nisso também.__ Não é uma opção senhor Carter.
__Os anjos costumam ser mandões ou isso é somente com você.__ Seus olhos brilham em puro divertimento conforme faço uma careta pra ele e bato de leve em seu braço.
__Temos uma filha juntos e isso me dá mais do que o direito de ter meus olhos sobre você. E além do mais nós dois sabemos que não se deve discutir com anjos
Vejo o sorriso de menino brilhar novamente em seus lábios e sorrio satisfeita eu estava indo pra enfrentar isso com ele, Brandon querendo ou não eu poderia não saber o que fazer e ele poderia querer me afastar como estava afastando a todos mas eu estava indo pra fazer meu caminho pra dentro de sua vida. A cabeleira cinza de Renata chamou minha atenção meus olhos encontraram com os olhos cinzas que me olham inquisitivamente, eles ainda eram incríveis, Júlia havia comentado que Carol havia feito questão que ela estivesse lá também Fernanda disse que todos eles estavam se esforçando pra acertarem suas desavenças e eu entendia isso, Brandon já tinha problemas demais pra lidar e Renata era importante pra ele e bom ele era importante pra gente, com isso em mente me afasto de Brandon e me aproximo da garota dos cabelos cinzas.
__É bom te ver novamente Renata.__ Digo sorrindo oferecendo minha mão pra ela seus olhos continuaram presos nos meus quando ela apertou minha mão.
__Olá Maju.__ Sua voz soava mais doce agora e eu sabia que ela estava fazendo o mesmo que eu.
__ Estou feliz por você estar aqui.__ Digo surpreendendo a mim mesmo com a sinceridade presente em minha voz, ela sorri deixando seus dentes perfeitos a mostra e sei porque Brandon é encantado por ela Renata era incrivel, simplesmente perfeita.
__Sim também estou.__ Ela desvia seus olhos dos meus e encontram os de Brandon que sorri feito uma criança, assisto ela se aproximar dele e abraça-lo.__ Sua amiga não me deu muitas escolhas.
__Ela costuma não dar.__ Digo sorrindo vendo Carol se aproximar com Diego e uma garota loira que eu nunca havia visto.
__ Ei princesa.__ O sorriso de menino brilhava nos lábios de Diego quando ele me puxou pra um abraço, eu tinha me esquecido como Brandon e seus amigos costumavam ter os melhores abraços.__ Fico feliz que você esteja aqui Carol esta me enlouquecendo.
__ Eu sei que está.__ Digo rindo enquanto ele se afasta e para ao lado de Brandon seus olhos presos nos da namorada, Carol por sua vez apenas da de ombros e o ignora.
__Acho que vocês duas ainda não se conhecem.__ Os olhos castanhos da cor da terra que fazem que os olhos claros sintam invejas focam em Carol antes de focarem em mim.__ Ivy essa é a Maju ela costuma ser o dengo de todos.__ O sorriso da minha melhor amiga brilha pra mim e sorrio de volta.__ E Maju essa é a Ivy o porto seguro do nosso princeso ai.
Olho em direção a Brandon que esbanja um sorriso tímido antes de olhar de volta pra Carol e a beleza loira.
__É um prazer conhece-la Ivy.__ Sorrio docemente pra ela oferecendo minha mão, ela sorri e a pega de bom grado.
__É um prazer conhece-la também.__ Seu sorriso me lembra a manhãs em familia ela parece ser uma garota doce e isso me faz sorrir.
__ Bom isso faz de Ivy a segunda loira do nosso grupo__ Aaron sorri abrindo sua garrafa de Corona e olhando pra nós.
Depois de ajudar Fernanda a organizar os alimentos que ela e Larissa haviam trazidos pra passarmos o dia aqui finalmente me permito a relaxar, Anthony e Kyle se revezavam com os hambúrgueres enquanto o resto de nós nos divertíamos com as historias malucas que Larissa contava, pela primeira vez a muito tempo estávamos realmente aproveitando a companhia um do outro sem o peso da realidade. Uma hora depois vejo o Ranger Rover branco do Vitor estacionar a poucos metros da areia, alguns segundos depois meu mundo todo para de funcionar quando Felipe desce do carro, seus fios castanhos estavam rebeldes formando a bagunça mais perfeita de todas, sua pele dourada estava escondida embaixo de uma camiseta branca lisa e um shorts de praia cinza, seus olhos azuis estavam escondidos atrás de um óculos de sol, ele sorria enquanto ajudava Vitor a pegar as pranchas em cima do carro.
__Você está bem.__ A voz de Júlia me faz desviar os olhos da cena que se desenvolve a minha frente e olhar pra ela, os olhos verdes brilham em contraste com seus fios vermelhos.
__Sim.__ Digo voltando o meu olhar pra Felipe que agora caminha com Vitor ao seu lado cada um segurando a sua própria prancha, Vitor esta vestindo sua camiseta preferida e um shorts azul escuro, seu boné da sorte esta virado pra trás e ele sorri apontando algumas ondas pra Felipe.
__Uau.__ A voz de Júlia soa como se ela tivesse a milhas de distancia quando na verdade ela esta do meu lado.__ Isso é tão familiar.
Com um aceno de cabeça assisto os dois garotos que eu sempre amei se aproximarem do nosso grupo eles parecem absortos em sua própria conversa em um momento é possivel ouvir Vitor gargalhar de algo que Felipe disse, nesse momento todos temos nossos olhos presos na dupla de amigos inseparáveis, parece que estávamos de volta a dois anos atrás quando nossas vidas eram perfeitas e tranquilas.
__ Achei que não fossem mais aparecer.__ Carol sorri se levantando pra cumprimenta-los Vitor é o primeiro a largar a prancha e abraça-la.
__Foi mal pelo atraso.__ Ele sorri se afastando dela que se aproxima de Felipe, um sorriso perfeito brilha nos seus lábios quando sua prima o abraça apertado.
__Vocês realmente não perderam muita coisa.__ Larissa sorri jogando uma garrafa de refri pra cada um deles antes de se juntar a Carol e Júlia.
__Isso é bom.__ A voz rouca que faz todo o meu mundo silenciar acerta em cheio o meu coração que bate como se tivesse acabo de acordar.
 Em silencio assisto Fernanda ser esmagada por Vitor que brinca com seus fios de cabelo antes de libera-la, ela sorri antes de se aproximar de Felipe que arruma seus fios e a toma em um abraço de irmão mais velho. Os olhos da cor de mel de Vitor pousam em mim e o vejo me analisar por um longo segundo, meu coração dói quando as palavras que disse pra ele brilham em minha mente. Um sorriso que estou acostumada a receber surge em seu rosto conforme ele abre os braças pra mim, sem pensar duas vezes corro pra ele seus braços se fecham em torno de mim assim que meu corpo faz contato com o seu e ele me abraça apertado me afundo em seu peito e respiro o seu cheiro.
__ Você sabe que eu te amo não sabe?!__Sua voz soa baixa como se ele tivesse se certificando que só eu pudesse ouvi-lo concordo com a cabeça eu sempre soube disso.__ Que bom.__Levo mais alguns segundos em seu abraço antes de me afastar sinto seus olhos em mim e sei que Vitor esta lendo o que eu venho tentando esconder, eu poderia fazer isso, poderia esconder a verdade de todo o mundo inclusive de Felipe mas Vitor sempre a encontraria. Seus olhos se afastam de mim e vão em direção a Felipe que conversa com os meninos.__ Isso é apenas um tempo ruim Maju vai passar.
__ Acho que é mais que isso Vitor.__ Digo olhando pra Felipe.
__ Eu não culpo você.__ A sinceridade em sua voz só me quebra mais ainda, meus olhos se prendem nos seus e me pergunto como um dia eu pude ser tão sem coração com ele.__ Nunca culpei e Felipe vai te perdoar quando souber a verdade você só precisa dá-lhe um tempo.
__E se ele não fizer?
__Bom eu sempre vou estar aqui.__ Ele sorri e me puxa de vota pro seus braços o aperto com força mantendo seu corpo colado ao meu.
__Você sempre esteve, obrigada por isso.__ Olho pra cima a tempo de vê-lo sorrir.
__É pra isso que os irmãos servem.
Sorrio antes de deixa-lo se afastar meus olhos encontram com os de Felipe assim que Vitor sai da minha frente, o óculos de sol que ele usava estava agora com Fernanda o que deixava aquele oceano magico exposto, o azul de seus olhos estavam em seu tom mais escuro hoje a íris preta brincava com a borda profunda da imensidão realçando aquele oceano hipnótico que eram seus olhos e convidando qualquer pessoa a se perder ali dentro pra sempre, minha avó me disse uma vez que os olhos dele era como o canto de uma sereia e que uma vez que alguém era atraído pra dentro deles não teria mais como voltar eles estavam assim nessa manhã perfeitamente prontos pra sugar cada pessoa que fixassem seus olhos nos dele. A imensidão azul desvia de mim pra focar em Vitor que sorri antes de se afastar e ir em direção ao restante me deixando sozinha com ele. Sem saber o que fazer vejo-o se aproximar de mim eu sabia que ele estava andando na velocidade normal, que o mundo ainda girava e que tinham pessoas além de nós ao nosso redor mas tudo isso desaparecia não havia razão quando Felipe estava por perto.
__ Ei foi um longo tempo desde que nos vimos.__ Sua voz rouca soava como um canto magico e eu procurei algo nele que não parecesse encantado mas falhei aos meus olhos Felipe brilhava.
__Pranchas de surfe?__ Olho pras pranchas fincadas na areia e o reconhecimento me acerta não eram pranchas qualquer, eram as pranchas de Felipe e Vitor as pranchas que eles tinham desde que aprenderam a surfar.__ Como elas vieram parar aqui?
__Vitor disse que precisava delas.__ A voz dele soa afetada seus olhos vasculhando cada centímetro da madeira desenhada.__ Disse que elas sempre esteve conosco em um dia de praia.
__Sim elas sempre tiveram.__ Digo sorrindo olhando pra elas.
__Maju.__ Meu nome em seus lábios soa com um certo desespero e meus olhos se fixam nele, seu rosto está contorcido e ele parece aflito.
__Felipe.__ Vejo a aflição em seus olhos diminuir um pouco quando ouve seu nome.
__ Não sei o que fazer.__ Ele admiti seus ombros caem em derrota ele havia sido nocauteado o homem em minha frente se sentia acabado e isso me partia em um milhão de caquinhos.
__ Você não sabe como surfar?__ Pergunto suavemente. Ele sorri tristemente e nega com a cabeça.
__Não sei o que fazer aqui.__ Ele olha ao redor perdido quando seu paraíso azul voltam pra mim vejo a intensidade neles, seus olhos estão mais revoltos que um oceano em tempestade.__ Não sei como agir e nem sei ser quem todos querem que eu seja, não me lembro das pranchas, das reuniões em amigos e eu nunca sei com qual Felipe as pessoas acham que estão falando.
 Em silêncio vejo seus olhos pousarem no oceano eles parecem tão perdidos sedentos pra se perderem naquela infinito oceano, olho ao nosso redor e vejo Vitor parado a alguns metro de distancia Diego e Anthony estão com ele mas seus olhos tão presos em nós. Volto minha atenção pro anjo ao meu lado e meu coração dói com o que vejo.
__Você não precisa ser ninguém agora.__ Digo entrelaçando nossas mãos atraindo a tempestade azul de volta pra mim sinto meus pés saírem do chão e meu corpo perder a gravidade.
__ E se eu nunca conseguir trazer o seu Felipe de volta pra você.
Consigo sentir meu coração mergulhar em uma dor cruciante quando seus olhos parecem incerto sobre quem somos, e se eu realmente tivesse perdido Felipe?
__ Eu... você...__As palavras se perdem no meio do caminho não há sentido em nada, desvio meus olhos dos seus não querendo que ele perceba a dor que isso me traz, sua mão continua presa na minha enquanto o mundo real se desenha em nossa frente.__ Eu ainda vou amar cada versão sua.
Mesmo que você não seja capaz de amar a minha. Quando volto a encara-lo ele esta quieto seus olhos presos em mim, sua respiração diminuindo gradualmente como a tempestade em seus olhos, ficamos em silencio encarrando um ao outro deixando que o mundo se perca ao nosso redor por fim vejo-o sorrir como na primeira vez em que nos encontramos.
__ Talvez Felipe apenas precise da Maria Julia pra ficar bem.
Tenho certeza que meu sorriso se assemelha ao mesmo sorriso que ofereci a ele naquele corredor de mercado, seus olhos suavizam e a imensidão azul parece rendida quando se encontram com os meus, sinto-me como se eu tivesse domado o oceano revolto, a energia que nos mantem sempre conectados trabalha seu caminho pra fora de nós e aquele sentimento que ninguém nunca explicaria brinca ao nosso redor.
__Talvez.__ Sussurro antes de me jogar em seus braços, as batidas do seu coração se encontram com as minhas e dita o ritmo pra elas, seus braços se fecham ao meu redor como sempre se fecharam, as lembranças de quantas vezes eu fiz isso de como seus braços me seguravam em um abraço que eu sabia que ninguém nunca teria me veem a cabeça me mostrando que o passado nem sempre é um lugar horrível. Aquele sentimento lindo e único que sentíamos um pelo outro estava ali vivo e presente.
Atrás de nós vejo Vitor sorrir antes de se aproximar e acertar Felipe com a bolinha do frescobol.
__Ei cara odeio interromper mas realmente está tendo uma sequencia de boas ondas, e eu queria cair no mar antes de me juntar aos outros caras pro futebol.__ Ele olha pro mar e depois pra Felipe.__ Sinto falta do surfe.
Felipe sorri me liberando dos seus braços e olhando pra Vitor.
__Eu espero que você ainda saiba como ficar de pé em uma prancha.
__Você vai ver quando eu pegar mais ondas que você.__ Ele sorri e joga seu boné em minha direção antes de caminhar até sua prancha.__ Eu sempre peguei.
Felipe olha pra mim pra confirmar o que seu melhor amigo está dizendo mas eu apenas dou risada.
__ Melhor você mostrar a ele como é que se faz garotão.__ Seus olhos brilham de empolgação e vejo o correr até sua prancha e seguir Vitor mar a dentro. 
__ Felipe consegue fazer isso?__ Larissa pergunta receosa olhando pra onde os dois agora nadam em direção a uma onda.
__Ele está bem Lari, só precisa de um pouco de tempo.__ Digo roubando sua bebida e voltando pra roda de meninas, todos os outros garotos estão se preparando pra uma partida de futebol. 
__Isso era meu.__ Ela diz fingindo estar indignada antes de se reunir a nós.
__ Eles realmente pegaram uma boa onda agora.__ Renata aponta pro mar e todas nós acompanhamos seu olhar, no mar Felipe e Vitor surfam como os dois amigos que eles sempre foram, estávamos quase de volta ao passado e isso me mostrava que as cicatrizes que causamos em Vitor causariam marcas profundas em Felipe.













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