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Algo não estava certo e eu podia sentir isso. A minha intuição não costumava falhar e neste momento, ela me falava que algo aconteceria em breve. Os meus pensamentos queriam descobrir os mistérios por trás da reação de Namjoon. Assim que ele se afastou, os meus pensamentos vagaram por suas palavras e a dúvida pairava no ar e eu estava curiosa para saber o que tinha nas cartas que ele entregou em minhas mãos. Quando tudo aconteceu, eu não pensei que fosse importante e realmente acreditei que ele esteve ali a pedido de Taehyung.
Novamente, eu estava errada e isso se tornava algo comum no momento. Taehyung não mentiu ao falar que não pediu a Namjoon que viesse ao meu encontro e esse deveria ser o segredo que Namjoon queria manter entre nós. Passei alguns minutos ponderando o que poderia estar escrito em suas cartas, mas nada fez sentido. Respirei fundo e calmamente caminhei em direção a gaveta onde havia guardado os envelopes. Lembro de os esconder de James, mas não me recordo de os olhar com atenção.
Abri a gaveta e peguei os envelopes e com cuidado, caminhei em direção a minha cama. Não queria quebrar a confiança de Namjoon, mas depois de tudo o que havia acontecido ali, eu não podia correr o risco de me prender em momentos que não eram meus. Não podia me magoar novamente e mentir ou esconder coisas de Taehyung nos levaria a isso. Passei os meus dedos pela caligrafia delicada e sorri de canto, Namjoon era cuidadoso em tudo o que fazia. Ali dentro havia algo que eu não deveria saber, e eu queria saber o que era. Abri um dos envelopes e respirei fundo.
— Pode me devolver agora? – me assustei ao ouvir a sua voz ecoar.
Namjoon entrou no quarto e fechou a porta atrás de si, em seguida ele caminhou em minha direção e seriamente estendeu as suas mãos para mim.
— E se eu desejar saber o que têm aqui? – provoquei.
— Alice, por favor. – pediu se aproximando mais.
— E se eu não quiser entregar? – insisti, me levantando.
Sorri de canto e escondi os envelopes atrás das minhas costas, me afastei com calma e esperei por ele.
— Alice. – murmurou se aproximando mais.
Sorri ao ver e me afastei mais. Namjoon se aproximou de mim e colocou os seus braços em mim, procurando alcançar os envelopes. Busquei me soltar dos seus braços, não cederia tão fácil e ele no fim teria de me contar o que estava escrito nos papéis. Ele tentou de várias formas, mas não conseguiu. Soltei uma gargalhada e continuei me desviando dele, ele também sorriu e continuou tentando. Porém, não calculei os meus movimentos, sem querer ele me empurrou e eu perdi o equilíbrio do meu corpo. Namjoon tentou me segurar, mas também perdeu o seu equilíbrio e cuidadosamente me pegou pela cintura deixando os nossos corpos caírem sobre a cama.
O embate do seu corpo contra o meu fez com que eu soltasse um gemido aflito, os nossos rostos estavam próximos e o seus olhos devoraram os meus. Respirei fundo ao sentir o hálito quente de Namjoon encontrar os meus sentidos, ele tinha um cheiro agradável de morango e o meu coração bateu mais forte ao encontrar os seus olhos penetrantes. Procurei me esquivar, mas ele não se mexeu. O seu olhar percorreu o meu rosto e parou em meus lábios, fazendo com que o meu coração palpitasse mais rápido ainda.
— Por favor, não leia. – pediu em sussurros, voltando os seus olhos para os meus.
Senti um arrepio percorrer a minha espinha assim que a sua voz ecoou em sussurro.
— Tudo bem. – murmurei quase sem voz.
No momento eu só queria sair da posição em que nos encontrávamos. Ter o seu corpo sobre o meu era desconfortável e ao notar, ele se levantou e se sentou ao meu lado. Respirei fundo e fiz o mesmo, ele parecia triste e isso partiu o meu coração. Não compreendia o que estava acontecendo com ele e por qual motivo ele não me contava o que estava sentindo por mim?
— Ei, não abrirei as suas cartas. – murmurei. — Eu só estava te provocando.
— Eu não sou uma pessoa ruim. – respondeu me olhando.
Os seus olhos carregavam lágrimas pesadas e ele parecia inconformado com alguma coisa. Namjoon parecia zangado consigo mesmo e a minha confusão aumentou ao ver.
— Jamais pensei que você fosse. – murmurei colocando a minha mão sobre o seu ombro. — Não diga isso de você mesmo. – eu queria lhe passar um pouco de conforto.
— Promete acreditar em mim? – indagou se levantando.
— Prometo. – seria melhor não questionar. — Toma, a carta é sua e eu não quero te magoar ao ler. – conclui lhe entregando os envelopes.
Namjoon segurou os envelopes e sem falar nada, saiu do quarto. Permaneci sentada e procurei digerir os momentos ao seu lado, ele estava com medo de algo e isso me assustou. Se precisava prometer, algo de ruim aconteceria com a pequena amizade que tínhamos. O meu coração apertou ao imaginar que Namjoon me magoaria de alguma forma, não podia tocar no assunto e desejaria morrer sem saber. As minhas pernas tremiam e um arrepio ruim percorreu o meu corpo ao imaginar que seria magoada de novo.
— Aí está você. – disse Taehyung me assustando. — Está tudo bem?
— Sim. – murmurei.
— Eu te assustei? – indagou se aproximando. — Está tudo bem mesmo?
— Sim, não se preocupe. – sussurrei ainda sem o olhar.
— Você está inquieta. – comentou. — Passou mal de novo?
— Não. – respondi me levantando.
Ele me olhou e respirou fundo, desviei o meu olhar para a janela e sorri de canto. O dia havia terminado e com ele, as minhas forças. Não tive a chance de descansar e já sentia o meu corpo pesar. Os meninos provavelmente ficariam por mais um tempo, mas a exaustão não me permitiria ficar com eles.
— Taehyung. – murmurei o olhando.
— Sim, meu amor. – senti uma dor ao ouvir.
— Eu vou me retirar, preciso descansar. – disse ignorando a sua resposta.
— Mas já? – rebateu.
— Sim, estou com sono e cansada. – murmurei. — Não consigo ficar acordada por muito tempo e a minha cabeça dói. Por mais que goste da companhia dos meninos, eu não consigo. – ele me olhava com atenção. — Me desculpe.
— E a sopa que estou fazendo para você? – questionou com tristeza. — Você não se alimentou durante todo o dia, não pode ficar sem comer. – ele me olhou nos olhos e respirou fundo. — Está querendo matar o nosso bebê de fome?
— Saía do meu quarto. – pedi procurando conter a minha raiva. — Não preciso de você me provocando. – conclui indo em direção ao banheiro.
— Espere. – disse segurando o meu braço. — Me desculpe, eu sinto muito. Descanse que eu aviso os meninos.
— Boa noite. – respondi com frieza.
Pude ver em seus olhos que ele queria se aproximar de mim, mas não estávamos em um momento certo. Precisávamos dar um fim a tudo e isso seria doloroso para ambos, então, deveríamos adiar um pouco. Ele me soltou e calmamente saiu do quarto, eu precisava de um banho e de muito descanso. Não tinha forças para lutar e tudo aos poucos se tornava cruel.
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No Rules | Kim Taehyung ✓
Fanfiction» Kim Taehyung se encontrava em um momento difícil, sua vida estava confusa e tudo o que ele queria, era deixar o mundo. Planejara a sua própria morte e estava decidido a tirar a sua vida, em uma tarde de Outono, porém algo de inesperado aconteceu e...