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***

Passamos o dia fazendo compras, estávamos exaustos e eu sentia isso na pele. Juntamente com Taehyung, escolhemos roupas e brinquedos para os nossos bebês. Não sabíamos o sexo das crianças, então, compramos cores diversas e não escolhemos padrões impostos pela sociedade. Os nossos filhos vestiriam as cores que os deixariam felizes. Após o crescimento delas, elas poderiam escolher as suas cores preferidas. Taehyung pagou por todas as compras e não me deixou tocar na minha carteira, além de escolher todas as roupas de marca. A maioria das roupas era da sua marca preferida, procurei lutar contra, mas não consegui. Adoraria decidir tudo sozinha, mas não podia, ele também tinha direitos.

Todo o dinheiro gasto para ele não foi nada, se não o parasse ele gastaria muito mais. Primeiro, lutei contra e procurei dividir as despesas, mas depois de tanto ouvir um não, eu acabei por ceder e deixá-lo pagar por tudo. Taehyung contou que o dinheiro ganho com o seu trabalho podia nos alimentar por algum tempo, ele não queria que nos faltasse nada. Todavia, eu também tinha o meu orgulho e havia juntado um bom dinheiro para me suprir por um tempo. Sem ele, eu também conseguiria cuidar dos nossos filhos e eu ganhava consideravelmente bem na editora onde trabalhava.

Voltei a minha atenção para ele e respirei fundo, desde que chegamos ali tudo o que ele fazia era estar no telefone. As mensagens não paravam de chegar e eu não sabia o que estava acontecendo, ele não me deu atenção. Sempre que eu perguntava o que estava acontecendo, ele desconversava e mudava de assunto. Em algumas das suas respostas, ele disse que eram vídeos de Jimin ou de Jungkook, mas não eram importantes para me mostrar. Sentia que algo estava errado, mas não sabia exatamente o quê.

Neste momento, eu sentia que havia segredos entre nós e isso me deixou triste. Procurei não ter segredos com ele e contei tudo, menos a declaração de Namjoon. No entanto, não contei para esconder, mas sim por não querer que ele visse Namjoon com outros olhos. Ele não mudou comigo e o respeito sempre estava presente, Namjoon não insinuava nada e nem me pedia nada, por isso, achei que não fosse necessário acabar com a ligação deles. Afastei os meus pensamentos e procurei pensar em outra coisa, quanto mais pensava sobre o assunto, mais louca eu ficava. Não me torturaria mais, em algum momento ele se abriria comigo e tudo ficaria bem.

— Está tudo bem? – questionou chamando a minha atenção.

Não sabia, mas não era importante.

— Sim. – menti. — Está tudo bem. – não queria prolongar um assunto que nos levasse a uma briga.

— Está com fome? – indagou me olhando com certa desconfiança.

— Não. – murmurei.

— Sinto que você está quieta demais. – continuou. — Isso me dá medo, por isso, quero ter a certeza de que tudo está bem.

Eu não estava quieta, ele estava ocupado com os seus telefonemas e mensagens. Não prestou atenção quando contei uma história sobre algo que li e as suas respostas eram tão frias que me fez calar a minha boca.

— Não quero atrapalhar. – murmurei. — Depois que você resolver os seus telefonemas, podemos conversar mais. – era uma indireta e ele compreendeu.

Taehyung sorriu e me puxou para si, me apertando em seus braços.

— Em breve você saberá o que se trata. – disse pousando a minha cabeça em seu peito. — Prometo que você adorará.

— Me sinto tão pesada. – comentei ignorando o que ele disse. — Mal posso esperar para segurar os nossos filhos.

— Não diga isso. – respondeu. — Você está linda e cada dia, fica mais bela. – ele sorriu e pousou a sua mão sobre a minha barriga.

Assim que ele pousou a sua mão sobre a minha barriga, os bebês começaram a se mexer e isso me arrancou um sorriso. Era bom sentir a minha família perto de mim, não queria que estes momentos acabassem e desejava ser mãe de mais filhos de Taehyung.

— Você sente alguma dor quando eles se mexem? – a sua voz rouca me causou arrepios. — Parece doloroso.

— Não. – sussurrei passando as mãos por minha barriga. — Mulheres são incríveis.

— Isso é tão surreal. – murmurou.

Respirei fundo e o olhei, esperando alguma reação.

— Do que você está falando? – questionei com certa confusão.

Ele me olhou com os seus olhos cheios de lágrimas, não compreendi o que estava acontecendo, mas não questionaria.

— Essa experiência, queria expressar toda a minha felicidade. – disse deixando as suas lágrimas caírem. — Estou completo e curado. – sorri de canto passando as minhas mãos por seu rosto.

— Oh, papai. – murmurei. — Te amamos. – pulei em cima dele e o assustei.

Ele soltou uma gargalhada e me acolheu em seus braços, me beijando.

— Te amo. – sussurrou.

Sorri e aproximei os meus lábios dos seus, o envolvendo em um beijo. Taehyung merecia todo o amor do mundo, sempre que demonstrávamos estes sentimentos, eu me sentia bem e completa. Senti que nada podia acabar com estes sentimentos e eu queria continuar vivendo esse sonho. Em alguns momentos, eu me imaginava sentada em uma varanda com ele ao meu lado, admirando o nosso jardim e os nossos netos correndo de um lado para o outro. O meu sonho no momento era envelhecer saudável podendo assim cuidar dos meus filhos com amor, para que em um futuro, eles pudessem criar os seus filhos com o mesmo amor.

— A sua calma me causa medo. – sorri ao ouvir.

— Por vezes, eu imagino o nosso futuro quando estivermos rodeados de netos. – ele soltou uma gargalhada ao ouvir. — É um futuro anestesiante.

— Também penso sobre isso, ainda sonho em ver a nossa casa cheia de crianças. – sorri. — Não se esqueça que teremos mais outros seis jovens que serão pais. – me levantei ao ouvir, essa conversa estava indo longe demais.

— Deus me livre e guarde. – respondi. — Até lá, cada um terá a sua casa. Sete homens e sete mulheres debaixo do mesmo tempo, com crianças, nunca viverão em paz. – me afastei e fui para o quarto.

Taehyung rapidamente se levantou e me seguiu para o quarto.

— Não quer mais morar com eles? – retrucou.

— Quero. – respondi ao sentir a sua presença. — Mas somente enquanto estiverem solteiros, depois de casados, tudo muda. – me joguei na cama e sorri.

— Não sabemos se estão. – murmurou me despertando curiosidade.

Taehyung parou na porta e me fitou, eu estava com desejos de novo. Se ele desejasse, eu também desejaria fazer amor com ele.

— Vai dormir? – a sua voz soou baixa e isso aumentou o meu desejo.

— Talvez. – sussurrei tentando soar sexy.

— Preciso fazer um telefonema e já volto. – ele saiu do quarto, caminhando lentamente.

Me sentia cansada e com sono, com certeza estaria dormindo quando ele voltasse e não saberia o que ele tanto falava ao telefone. Respirei fundo e fechei os meus olhos, esperaria por ele, mesmo sabendo que ele demoraria para voltar. Os seus telefones duravam muito tempo e o último demorou mais de duas horas, ele estava estranho e isso me casou raiva. Não queria vê-los assim com segredos, isso me machucava. 

***

No Rules | Kim Taehyung ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora