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Abri os meus olhos assim que a luz do dia iluminou o meu quarto, havia passado metade da noite chorando e a outra metade foi infestada por pesadelos. A minha vida estava uma confusão e eu não tinha motivos para continuar vivendo, não queria me esforçar muito. A noite anterior foi cruel e me lembrou de todas as coisas que gostaria de esquecer, não estava segura e com certeza não ficaria bem. A minha cabeça me pedia para pular do prédio e assim terminar com todo o sofrimento em mim, seria melhor para todos se eu simplesmente deixasse de existir.
Desejei correr para os braços de Taehyung, mas não podia. Me sentei na cama e respirei fundo, não podia magoar a única pessoa que estava do meu lado e eu necessitava achar uma saída para todos os sentimentos confusos que sentia. Não estar na presença de Taehyung o protegia de James, então, continuaríamos assim. Se reunisse provas contra James poderia me livrar dele, então, eu precisava seguir as suas ordens para poder me livrar dos seus braços. Respirei fundo e me levantei da cama, indo em direção a saída. Estava tarde e se demorasse para sair, levantaria suspeitas. Se o meu pai descobrisse o que havia acontecido, James acharia uma forma de me punir por isso. A minha garganta estava seca e eu não me importaria com o meu visual, nem com os meus cheiros. Caminhei pela sala e fui diretamente para a cozinha, eu me sentia mal. Por dentro eu estava completamente vazia, mas ninguém notaria isso. Os meus pais estavam sentados no sofá e assistiam televisão, passei por eles em silêncio e acredito que o meu pai não me viu. Não havia muito o que falar, então, não precisava me esforçar tanto.
— Bom dia. – ouvi a voz da minha mãe, mas não prestei atenção.
Prossegui em silêncio, não era um bom dia. Se não me comunicasse por duas semanas, provavelmente ela entenderia o meu ódio por sua pessoa. Também evitaríamos discussões e sofrimento para o meu pai se nos tratássemos assim. Abri a geladeira e peguei uma garrafa com água, a levando a boca. Estava em minha casa, logo podia agir do jeito que achasse melhor. Em seguida guardei a mesma garrafa na geladeira e me virei, queria voltar para o meu quarto e ficar lá por um bom tempo.
— A nossa filha não está bem. – comentou o meu pai ao me ver passar por eles. — Não a provoque mais.
Ignorei o momento e continuei em direção ao meu quarto, porém, não consegui entrar, pois, James estava parado na porta e me olhava com muita atenção.
— Alice. – senti o meu corpo tremer. — Não tenha medo, por favor. – sussurrou.
Procurei controlar a minha respiração e as minhas lágrimas, provavelmente o meu rosto já estava inchado e cheio de marcas. As dores da noite anterior eram reais e eu não podia me esquecer disso, não sonhava com um pesadelo, eu vivia um.
— Me desculpe por ontem. – continuou em sussurro. — Sei que venho magoando você e quando penso em agir diferente, sempre voltamos a estaca zero e eu cometo os mesmos erros repetidamente. – ele falava com calma. — Mas eu sinto muito por magoar você.
— O que você realmente quer de mim? – indaguei com raiva indo para o meu quarto. — James, eu prefiro morrer a voltar para você, então me mate logo. – ele me seguiu e esperou.
— Alice! – exclamou. — Não quero a sua morte, apenas o seu amor. – isso era surreal. — Eu sei que parece que quero matar você, mas não seria capaz.
— Você não manda em mim. – afirmei. — O que eu faço da minha vida não é da sua conta, você só está aqui por causa da minha mãe. – ele me olhava com seriedade. — Não gosto de você e espero que você me veja como uma pessoa morta.
Ele cerrou o seu maxilar e continuou sério, em seus olhos era nítido o que ele queria fazer comigo.
— Eu te amo e quero recuperar o nosso amor. – respondeu calmamente. — Eu mudei e quero te mostrar isso.
— Acha mesmo que mudou? – retruquei. — Você por acaso não tem espelhos em casa?
— Você está com raiva e eu compreendo isso. – murmurou. — Mas as minhas mudanças serão notórias, só se permita vê-las.
— James, por favor. – disse. — Pegue o seu amor e jogue no lixo, o seu amor merece florescer em um lixão junto com ervas daninhas e lixos tóxicos. – os seus olhos dobraram de tamanho. — Não quero estar perto de você e mesmo que você me torture, eu jamais amarei você. Então, te aconselho a me matar.
— Acha mesmo que o seu amor é um cantorzinho de meia-tigela? – questionou. — Acha mesmo que tem alguma chance com ele? Alice, ele só está usando você e quando não precisar mais, te jogará fora. Você acha mesmo que alguém famoso ficaria com você? – senti o meu peito doer. — Você não tem nada de atraente, eu fiz isso com você e nem sou famoso.
— Você não sabe do que está falando. – murmurei. — Taehyung tem caráter e isso é algo que você desconhece.
— Justo, talvez eu não saiba muito sobre a privacidade dele. – ele sorriu de canto. — Mas sei de todo o resto, Kim Taehyung tem uma fama muito vasta e eu não sei se você sabe, mas ele tem uma namorada. – senti o meu corpo tremer. — Se não me engano, eles estão juntos desde sempre e o seu nome não é Alice.
— Não adianta James. – disse. — Nada me colocará contra o Taehyung.
— Não pretendo te colocar contra ele. – retrucou. — Eu deixei bem claro o que acontecerá se você o vir de novo. – sentia medo. — Sei que você não será estúpida ao ponto de se arriscar.
— Eu odeio você. – era o que conseguia dizer no momento.
— Te garanto que você mudará de ideias. – disse me dando as costas.
— James? – chamei.
Ele se virou e me olhou nos olhos, por um momento pude ver que ele sentiu esperança.
— Eu tenho nojo de você. – as minhas palavras saíram do fundo do meu coração.
Ele saiu do quarto e me deixou sozinha. James era calculista, saberia usar o seu charme para fazer qualquer coisa que me prejudicasse. Precisava tomar cuidado ou realmente acabaria do seu lado, agora era a hora de reunir provas contra o seu comportamento doentio.
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No Rules | Kim Taehyung ✓
Fanfiction» Kim Taehyung se encontrava em um momento difícil, sua vida estava confusa e tudo o que ele queria, era deixar o mundo. Planejara a sua própria morte e estava decidido a tirar a sua vida, em uma tarde de Outono, porém algo de inesperado aconteceu e...