» Kim Taehyung se encontrava em um momento difícil, sua vida estava confusa e tudo o que ele queria, era deixar o mundo. Planejara a sua própria morte e estava decidido a tirar a sua vida, em uma tarde de Outono, porém algo de inesperado aconteceu e...
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Taehyung brincava com a minha barriga e se iluminou com a possibilidade de as crianças ouvirem o que ele falava. A minha mente vagava por todos os acontecimentos, eu me sentia bem mesmo não sendo correto. James estava morto e por mais que fosse algo triste, eu não estava triste. Me sentia feliz e pela primeira vez desde que mudei para Seoul, eu me sentia em paz. A paz que consumia o meu corpo era inexplicável assim como a segurança que sentia. Agora eu podia continuar a minha vida sem medo, com felicidade.
Se ele continuasse vivo, em algum momento ele voltaria para me crucificar. A minha mãe não mudaria o seu comportamento e continuaria ao seu lado até ele me conseguir de volta, contra a minha própria vontade. Às vezes me questiono o que ele faria se me tivesse, pois, eu seria uma ameaça a sua boa imagem. No fundo, eu sabia que James me amava, mas a sua forma de amor era cruel e me machucava muito. Não podia aceitar o seu amor envolto de sangue.
— Você acha que eles podem ouvir o que eu falo? – questionou Taehyung sorrindo.
— Com certeza. – afirmei.
Ele sorriu e se ajeitou na cama, pousando as suas mãos sobre a minha barriga. Vê-lo se divertir era prazeroso e reconfortante, desejamos esse momento por um bom tempo. Taehyung parecia uma criança brincando com as suas crianças dentro da minha barriga.
— A minha mãe esteve aqui. – comentei chamando a sua atenção. — Antes de você acordar. – ele me olhou com seriedade.
— O que ela queria? – as suas mãos tremiam sobre a minha barriga.
— Dizer a verdade. – murmurei.
Taehyung permaneceu em silêncio e a sua respiração ofegou, não queria brigar. Apenas desejava ouvir a verdade vindo dele, eu já sabia de tudo. Respirei fundo e esperei por ele, queria alguma reação, mas ela não parecia acontecer.
— Por qual motivo você mentiu? – precisava ouvir dos seus lábios.
— Não quero te ver sofrer. – ele engoliu a seco. — Você já sofreu tanto, não queria ver o seu sofrimento ao perder a sua mãe.
— Acha que eu me importo assim com ela? – retruquei.
— Alice, você a odeia e eu entendo isso. – respondeu me olhando. — Mas não é ódio, não pode ser. A sua mãe por pior que seja, ainda é a sua mãe. É a sua ligação com ela, está marcada em você e hoje olhando para a sua barriga, sinto que você sentirá o mesmo quando os nossos filhos nascerem. – respirei fundo. — Mães são mães, precisamos honrá-las mesmo quando elas não merecem.
— Acha que eu não sofreria vendo você pagar por erros de alguém que eu não quero ter por perto? – procurei controlar o medo em minha voz.
— Daria um jeito. – respondeu. — Namjoon não me deixaria ser preso e provavelmente ninguém saberia o que aconteceu. Você só precisava confiar em mim e esperar que tudo daria certo.
— Obrigada por colocar Namjoon nisso como conforto, mas eu fico feliz por saber a verdade. – murmurei me sentando. — Nenhum consolo deste mundo seria o suficiente para me confortar sem você, ninguém será melhor para mim do que você.
Taehyung sorriu e se sentou ao meu lado, como eu queria proteger o homem que eu amava.
— Alice. – começou ele. — A sua mãe salvou a minha vida, se ela não o tivesse parado eu estaria morto. – ele soltou um suspiro. — O infeliz foi covarde e usou os seus amigos para me prender. Quando eu estava quase desistindo, ele os mandou embora e continuou sozinho. – o meu coração apertou ao ouvir.
A ideia de perdê-lo para sempre me fez arrepiar, não suportaria uma vida sem Taehyung. Sem a sua presença, o seu sorriso e o seu amor, eu estaria perdida para sempre. Parte de mim, morreria junto, não queria pensar nisso. James sempre foi um covarde e sempre usou mecanismos baixos para magoar os outros.
— Amor. – murmurei segurando a sua mão. — Acabou. – ele sorriu de canto e beijo a minha mão.
— Eu te amo. – disse sentindo. — Te amo mais do que posso descrever.
— Agora que tudo acabou, podemos nos juntar aos rapazes. – sorriu olhando para a minha barriga. — Decidi que faremos isso após estarmos mais um pouco só nós dois, ou melhor. – disse olhando para a minha barriga. — Um tempo para nós os quatro.
— Eu concordo. – sorri.
— Podemos visitar alguns apartamentos maiores, achar um lugar para o Tan. – ele parou e olhou para os lados. — Espere, cadê o meu filho?
— Eu o perdi. – disse me levantando. — Não consegui ir atrás dele.
— Alice, como assim? – ele parecia desesperado. — Do que você está falando?
— Quando você não voltou eu resolvi ir atrás de você. – menti. — Mas no meio da rua, eu me senti observada e procurei fugir. No entanto, Yeontan se soltou de mim e saiu correndo pela rua. Não consegui correr atrás dele, apenas o deixei ir. – conclui saindo do quarto.
Taehyung se levantou e pegou uma cueca que estava em cima de uma cadeira, vindo em minha direção. Sem falar nada, ele me pegou pela cintura e me elevou, soltei uma gargalhada ao sentir, ele não era normal.
— Taehyung, cuidado. – disse procurando me soltar.
— Se você não me falar onde ele está, vou te levar para o quarto e você conhecerá o monstro tenebroso das cócegas. – já tinha conhecido esse monstro antes.
Ao ver que eu não responderia, ele me colocou no chão e esperou por mim. Não consegui falar mais nada, pois, ao fundo Yeontan latiu e ele saiu desesperadamente do nosso quarto e correu para o quarto de hóspedes. O segui em silêncio e esperei para ver qual seria o drama feito.
— Tani. – gritou me fazendo sorrir. — Filho, que dor pensar em perder você. – ele era tão bobo.
Ele saiu do quarto e se jogou no chão, onde Yeontan começou a lamber o seu rosto. Sorri ao vê-los, ele estava feliz de novo e a culpa parecia ter deixado o seu corpo. Será que poderíamos ficar assim para sempre? Sem as dores do passado magoando o nosso futuro?
— Estou faminto. – disse vindo em minha direção com Yeontan no colo.
— Posso preparar algo para você comer. – disse indo em direção a cozinha. — O que você deseja comer?
— Nada. – disse me impedindo de continuar. — Vamos pedir comida, existem alguns restaurantes abertos a essa hora.
— Eu não me importo de fazer algo. – afirmei. — Só me diz o que você quer.
— Eu sei. – disse ficando vermelho. — Mas pensei que poderíamos nos deitar de novo, quero sentir os bebês. – a sua reação era fofa.
— Tudo bem. – disse caminhando para o sofá.
Taehyung sorriu e pegou o telefone, sorri ao ver que ele estava bem. Permaneci sentada e observei os seus movimentos, ele era tão gracioso. Tudo o que ele fazia era perfeito e agora estávamos em perfeita sintonia, em paz e juntos conseguiríamos a felicidade que tanto desejávamos.