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***

O silêncio entre nós, era reconfortante, isso não aconteceu muito. Sempre que estávamos juntas, brigávamos por alguma coisa que ela achava necessário. Mesmo querendo entender os seus atos, eu não podia aceitá-los e os tomar com certos. As suas palavras doeram em mim e saber que James machucou o homem que eu amava, me fez comemorar a sua morte. Alguém como ele não tinha o direito à vida, ele não merecia a felicidade que tanto procurou ter. Taehyung arriscava a sua vida e liberdade para proteger a minha família, mesmo não precisando. Ele sempre deixou claro que não gostava da minha mãe, mas não pensei que ele conseguisse perdoar os seus atos com tanta facilidade.

Ao assumir a culpa da morte de James ele deixou bem claro que não tinha nada contra a minha mãe e que não queria o seu mal. Ao agir assim, ele me deva um motivo para perdoar e seguir em frente. Mesmo negando, eu me importava com a minha mãe e por vezes ainda pensava nela e no seu bem-estar.

— Você está bem? – murmurou ela me arrancando dos meus pensamentos.

— Taehyung assumiu a culpa da morte de James para te proteger? – eu ainda não acreditava em suas palavras.

— Sim. – murmurou. — Depois que ele ouviu o disparo, ele veio em minha direção e me abraçou. – respirei fundo ao ouvir. — Pediu que eu fosse embora, que ele cuidaria de tudo.

— E o que você fez? – era tudo tão surreal.

Todo o carinho que ele sentia por ela mesmo após os seus atos.

— Permaneci ao lado dele, não posso permitir que ele se prejudique. – respondeu. — Ele quis assumir a culpa por algo que não fez, é louvável, mas não posso permitir. – por um momento senti orgulho. — Eu acho a atitude dele nobre, mas a nobreza dele não servirá de nada na cadeia.

Ela tinha razão, não podia perder a companhia de Taehyung. Não queria cuidar dos nossos filhos, sozinha, não era a melhor solução para ambos.

— Ele chegou. – confessei. — Todo machucado, cheio de sangue. Passei o dia preocupada com ele e quando o vi, o meu mundo desabou. – não queria chorar de novo.

— Ele está aqui? – questionou se levantando de novo.

— Sim. – murmurei.

— Posso vê-lo? – ponderei antes de responder.

Não queria expor a sua dor, mas gostaria de compartilhar o estado que os seus jogos nos deixaram. Tudo começou com ela, ela permitiu que James cometesse tantos crimes contra mim e o festejou por isso. Com a sua ajuda, tudo ficou mais fácil e ele aprendeu novas técnicas para me fazer sofrer, me usando do jeito que bem entendia. Me levantei e calmamente caminhei em direção ao meu quarto, ela me seguiu em silêncio. Abri um pouco da porta e esperei, ambas o contemplando de longe. A dor estava marcada em seu rosto e ele parecia dormir em paz.

Sem falar nada, ela entrou no quarto e foi em sua direção. Permaneci petrificada, esperando. Ela se ajoelhou ao lado dele e passou as suas mãos por seu rosto ferido, pude ver as suas lágrimas descerem por seu rosto e não soube como interpretar esse momento. Será que ao ver a bondade de Taehyung ela compreendeu que não queríamos nada além da nossa felicidade? Não pedíamos muito, apenas pedíamos paz.

— Sabe. – sussurrou ela. — Você encontrou um homem de verdade, um homem bom como o seu pai.

— Eu sei. – sussurrei.

Após alguns minutos acariciando os seus cabelos, ele se ergueu e lhe deu um beijo na testa, o agradecendo em sussurros. Sorrindo de canto ela veio em minha direção e esperou. Senti um movimento forte em minha barriga e me apoiei na porta, senti a dor e não entendi o que estava acontecendo. Respirei fundo e procurei recuperar o fôlego, eu não sabia o que isso significava.

— O que aconteceu? – indagou se aproximando. — Você está bem?

— Os meus filhos. – limpei a garganta. — Eles estão se mexendo. – sorri ao realizar ao momento.

— É a primeira vez? – retrucou. — Não deveria doer.

— Sim, eles nunca se mexeram antes. – respondi.

— Está quase ganhando essas crianças, como não se mexeram antes? – mudei o meu olhar e ela entendeu que seria melhor não perguntar sobre o assunto. — Posso tocar a sua barriga?

— Pode. – assim que ele pousou as suas mãos sobre a minha barriga, os bebês chutaram de novo e eu senti um desconforto.

Ambas sorrimos e eles continuaram, o momento era precioso, mas ainda cheio de amor.

— Vamos, descanse um pouco. – ela me apoiou e me levou para o sofá.

— O que acontecerá com James? – indaguei ao me sentar.

— Um amigo cuidou de tudo para mim. – o seu olhar ficou sério. — Aquele verme não existe mais e não magoará mais ninguém.

— Soa tão simples. – sussurrei. — Parece que não estamos falando de uma vida.

Querendo ou não, falávamos de um ser humano. James tinha uma vida e um coração, assim como uma família.

— É simples, não se preocupe com James. – disse sorrindo. — Cuide dos seus filhos e do seu namorado, espero que se casem em breve. Vocês possuem uma bênção. – pela primeira vez senti sinceridade em seu sorriso.

— Por qual motivo você veio? – ela me olhou com sinceridade. — Poderia ter ido embora sem falar nada, não esperava que se importasse com Taehyung.

— Pensei sobre isso. – murmurou. — Não seria justo, não sou o monstro que aparento ser. Fiz muitas coisas erradas e me arrependo, por isso, estou aqui.

— Muito bem. – queria acreditar em suas palavras, mas não sabia o que pensar.

— Eu vou indo. – disse indo em direção a porta. — Preciso contar ao seu pai e o preparar para o que pode acontecer comigo, não se preocupe com nada e se cuide.

— Mãe. – disse chamando a sua atenção. — Obrigada.

Ela sorriu e continuou em direção a porta, a abrindo. Me levantei e calmamente fui em sua direção, a tomando em meus braços. Não podia permitir que ela partisse sem saber que eu realmente estava muito grata por seus gestos. A sua presença aliviou o meu coração e provou que Taehyung era melhor que eu mesma poderia imaginar. Sem falar nada, ela sentiu o meu abraço e retribuiu.

— Eu te amo filha. – sussurrou ao me soltar.

Não respondi, apenas segurei a porta para ela sair. Não queria assumir sentimentos que não possuía em mim, me importava com ela, mas não a amava mais. Os momentos de dor foram tantos e suficientes para matar o resto de amor que ainda sentia por ela. Ainda em silêncio, ela saiu e caminhou pelo corredor até o elevador. Respirei fundo e fechei a porta, a trancando. A minha mãe saiu deixando algumas certezas, umas delas, era que o amor da minha vida era puro e sincero.

Taehyung era um presente do destino e eu não podia ignorar isso. Caminhei em direção ao quarto e o avistei de longe, queria estar ao seu lado para sempre. Ele merecia todo o amor do mundo e todo o carinho que fosse possível dar a alguém, hoje mais do que nunca, ele tinha o meu respeito e gratidão. 

***

No Rules | Kim Taehyung ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora