No Rules | Kim Taehyung ✓

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Por mais que tentasse, não conseguiria dormir. A minha mente pensava em todas as probabilidades, mesmo muitas delas não estando perto de equações perfeitas. A minha mente não me proporcionava descanso e tudo o que eu queria fazer era redimir o meu erro. Não devia tratá-lo assim, porém, ao mesmo tempo eu não sabia o que fazer. Sem pensar muito, me levantei da cama e comecei a andar de um lado para o outro. A televisão era a minha companhia, mas nem mesmo o meu programa preferido ajudava a esquecer que Taehyung estava a poucos metros de mim.

A minha inquietação era acompanhada de curiosidade, queria saber se ele estava bem ou se estava desconfortável. Não foi certo deixá-lo dormir em um sofá que eu sei que não é confortável e que lhe causará dores. Provavelmente, ele também estava zangado comigo e triste por minhas atitudes, o que fazia da minha vida? Senti a curiosidade me dominar e lentamente caminhei em direção a porta do meu quarto. Ao abrir, pude ouvir a televisão da sala e ponderei se deveria sair. Se ele estivesse dormindo, eu o acordaria com os meus passos pela madeira velha do meu apartamento.

Mordi os meus lábios e respirando fundo, sai do meu quarto. Andei com muita calma e usei a pontinha dos meus pés para ter a certeza de que não faria um barulho exagerado. Andei até metade da sala e me estiquei procurando ver se ele estava dormindo. Para a minha surpresa, ele estava sentado no sofá e ainda vestia as roupas pesadas. Será que a sala estava fria demais? Será que os aquecedores estavam desligados? Como pude esquecer de os ligar? Ele morreria de frio ali, se não houvesse uma fonte de calor. Deveria tê-lo deixado dormir em minha cama ou no pequeno quarto de hóspedes que não uso.

Taehyung brincava com o controle da televisão e passava por vários canais, provavelmente procurando alguma coisa para assistir. O seu semblante era sério e toda a sua concentração o deixou mais bonito ainda, sorri de canto ao admirá-lo. Uma vez ou outra ele molhava os seus lábios com a sua língua e mordia os seus lábios, mesmo assim, ele ostentava uma imagem que me transmitia paz e muita serenidade. Era raro ver um comportamento assim, principalmente em um homem. Ou talvez, por não conhecer um homem assim, tudo para mim era "anormal."

A minha cabeça pedia para que eu voltasse para o quarto, no entanto, o meu coração queria ficar em sua companhia. Admirando os seus movimentos e agradecendo por todos os momentos que passávamos juntos. Respirei fundo e tentei conter os meus pensamentos para mim, estava em conflito comigo mesma e isso não acabaria de uma forma interessante. No final, acabaria machucada e me culpando por todos os nossos erros.

— Por quanto tempo você ficará me observando? – me assustei ao ouvir a sua voz.

— Desculpe. – disse limpando a minha garganta. — Não queria te acordar.

Senti o meu rosto corar, me sentia uma tola por me colocar nesta situação.

— Está com saudades de mim, Estónia? – continuou me olhando.

— Estónia? – retruquei sem entender.

— Um país muito lindo, mas muito frio. – revirei os olhos ao ouvir. — E aí, está ou não está com saudades de mim?

— Não. – bufei. — Estou com sede e aproveitei para confirmar se você não estava morrendo de frio. Acho que esqueci de ligar os aquecedores da sala e da cozinha, me desculpe. – não pensei muito e fui em direção a cozinha.

— Acho que não precisa ligar os aquecedores. – respondeu seriamente. — A sua frieza me congela de qualquer forma, então, não faz diferença. Mas, eu sinto que você está mentindo, porém, não posso provar.

— Por qual motivo eu mentiria? – indaguei pegando um copo com água.

— Não sei. – disse. — Curiosidades da vida.

Não disse mais nada, apenas levei o copo com água à boca e tomei um gole. Taehyung se levantou e começou a tirar as roupas que cobria o seu corpo, a minha mente entrou em erupção ao ver a delicadeza dos seus gestos. Mordi os meus lábios ao imaginar os seus movimentos em uma cena sexual, bem devagar, apenas para o meu prazer. A minha boca se encheu de saliva, estava com muito desejo. Levei outro gole de água até a boca e continuei contemplando os seus movimentos.

— Cuidado para não se engasgar. – disse, me trazendo de volta a realidade. — Pode ser perigoso.

Afastei os meus pensamentos e coloquei o copo na pia, indo em direção ao quarto. Não me sentia bem e precisava sair dali a minha mente me matava aos poucos com as ideias que tive de Taehyung sobre mim e em mim. Passei pela sala apressadamente, deixando o meu vento passar por ele, no entanto, não consegui ir muito longe. Senti uma de suas mãos em meu braço e com muito cuidado, ele me puxou para si. Não consegui falar nada, apenas observei os seus movimentos. Ele cuidadosamente me puxou para si, pressionando as suas duas mãos em minha cintura, ficando cara a cara comigo.

Sem esperar muito, ele encostou os seus lábios aos meus e me devorou com um beijo. Ainda tentei lutar contra os seus toques, colocando as minhas mãos em seu peito, mas foi em vão, não podia fazer nada para lutar contra ele. Taehyung me tinha em suas mãos e sem saber disso, ele dominava cada pedaço de mim quando me tocava com carinho. Os seus beijos tentadores me invadiram com força, por um momento me permiti sentir o paraíso dos seus lábios.

Sempre que os seus lábios invadiam os meus, eu tinha uma sensação única. E quase sempre, era essa a sensação que me pedia para ficar, fazendo com que eu me rendesse aos seus beijos. Fechei os meus olhos e me deixei levar pelo seu movimento, pelo seu sabor e por seus toques. As minhas pernas tremiam e não conseguiriam ficar firmes, o meu equilíbrio não era mais meu. Quanto mais ele me beijava, mais acelerado o meu coração ficava, me fazendo sentir dor.

— Ei, Alice? – sussurrou em meus lábios.

— Sim. – respondi baixinho, abrindo os meus olhos.

— Tem certeza de que não está com saudades? – murmurou.

— Tenho. – menti. — Você não é tão importante como pensa ser.

— Tem certeza disso? – continuou colocando ambas as mãos em meu rosto.

— Sim. – menti de novo.

Não consegui pensar direito, pois, no momento seguinte senti as suas mãos puxarem o meu corpo para si e em um movimento forte, ele me pegou no colo. Entrelacei as minhas pernas em sua cintura e prendi os meus braços em volta do seu pescoço. Taehyung sorriu e me olhou, mordendo os seus lábios. Os seus olhos indicavam aquilo que ambos sentíamos, mas não pronunciávamos.

— Eu tomei uma decisão. – sussurrou.

— Qual decisão? – retruquei.

— Eu vou te fazer minha. – disse sorrindo.

— Sério? – provoquei. — Como pretende fazer isso?

— Vou amar você como se não houvesse amanhã. – respondeu me apertando. — E quando o amanhã chegar, nada mais será importante além de você e o nosso futuro amor. – tremi ao ouvir.

As palavras de Taehyung fizeram o meu coração bater forte e todo o desejo que sentíamos, tomou lugar. Sem falar mais nada e me carregando no colo, ele foi em direção ao meu quarto. A velocidade dos seus passos e o seu sorriso confortaram o meu coração, me fazendo sorrir também. Vivíamos o nosso próprio curta-metragem de amor e em breve faríamos filmes diferentes daqueles que já conhecemos. 

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