No Rules | Kim Taehyung ✓

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Para a minha própria surpresa, o meu dia havia começado cedo. Assim que os primeiros resquícios de luz se fizeram presente, eu me levantei e tomei um banho. Me sentia cansada, mas não queria passar o dia na cama como sempre fazia. Taehyung dormia como um bebê e como parte da minha rotina, eu contemplei o seu semblante por alguns minutos até conseguir continuar com os meus planos, agradecia por ele todos os dias. O seu aspecto pacífico me arrancou suspiros e me passou a impressão de que ele estava sonhando com algo bom, pois, em seus lábios havia expressões de felicidade. Para cumprir as promessas feitas a mim mesma, comecei o dia me alimentando bem e sem desculpas.

Parte do meu corpo ansiava por isso e a outra parte pensava em meus filhos, fazendo assim com que eu comesse muito. Enquanto ele ainda dormia, eu pude organizar o meu apartamento e conclui alguns trabalhos que a editora havia enviado para o meu e-mail. As crianças estavam agitadas e se faziam presentes em todos os momentos, sempre me arrancando sorrisos bobos por senti-los em mim. Apesar de toda a agitação, eu me sentia em paz e consegui concluir várias coisas que até o momento estavam pendentes. Agora, eu me encontrava perante uma situação desejada, mas incompleta.

Respirei fundo e voltei a minha concentração para os papéis em minha frente, necessitava continuar o que com tanto amor, havia começado. Este era o momento certo para colocar as minhas palavras em prática, Taehyung não estava presente por mais alguns momentos e eu teria algum tempo para escrever os meus sentimentos em uma simples folha de papel. Não pensei que fosse tão difícil estar neste momento, parecia simples escrever algo vindo da alma. Inspirei novamente e mentalizei que tudo ficaria bem, uma hora daria certo.

"Meus filhos,

Não sei explicar os motivos de todo o meu nervosismo, talvez seja por sentir que tudo está bem e que será mais fácil expressar o meu amor quando vocês nascerem. Me encontro em minha mesa de trabalho, em um apartamento que chamo de casa e que me proporcionou segurança em momentos ruins. Provavelmente vocês não terão a oportunidade de conhecer este lugar, mas o deixarei gravado em memórias. A sua história começou neste apartamento, foi aqui que vocês foram feitos e nestas várias noites ao lado do seu pai, o amor floresceu. Kim Taehyung é o nome do anjo que me proporcionou o amor que eu tanto compartilho com vocês. Neste momento ele dorme e sorri ao sonhar com coisas boas, lembre-se de sorrir em sonho por coisas boas.

Neste momento, vocês brincam de futebol dentro da minha barriga e eu me sinto bem com isso. Há dias que procuro expressar a minha gratidão, mas as palavras parecem não gostar do papel que eu escolhi para escrever. Hoje, marco aqui uma lembrança que eu espero eternizar em vocês. Essa carta é apenas um agradecimento, um compartilhamento de bênçãos que só pude presenciar ao ser a vossa mamãe. Anseio tocar, beijar e cheirar vocês, e agradecer pessoalmente por todos os momentos bons que vivemos juntos. Com lágrimas nos olhos, eu agradeço por tudo o que estou vivendo e por darem a mim, o maior amor do mundo."

— Alice. – me assustei ao ouvir a voz de Taehyung.

— Sim. – respondi escondendo a folha de papel. — Estou aqui. – conclui limpando as minhas lágrimas.

— Está tudo bem? – indagou se aproximando.

Taehyung caminhou com calma e sorridente veio em minha direção, ele era tão belo e fazia questão de esbanjar a sua beleza.

— Sim. – respondi. — Estava revisando alguns trabalhos enquanto você dormia. – ele não precisava saber.

Ao me encontrar por completo, o seu sorriso dobrou de tamanho e me fez arrepiar. Em seguida senti alguns chutes, os gêmeos sentiam o mesmo que eu, a nossa sintonia era única.

— Vamos comer algo? – indagou me dando um beijo na testa. — Estou faminto.

— Sim, papai. – respondi me levantando.

Sorridente ele me puxou pelas mãos e nos guiou para a cozinha, onde me sentou em uma cadeira e rapidamente começou a preparar algo para comermos. Permaneci sentada observando os seus movimentos, como ele era perfeito, se ao menos ele soubesse disso. Taehyung vestia umas calças larga e estava sem camisa, a sua pele mostrava o que eu mais gostava de ver e os seus cabelos largados o tornava mais delicado do que o normal.

— Farei um café da manhã bem coreano. – comentou chamando a minha atenção. — Hoje é dia de muito trabalho. – senti uma conotação sexual em suas palavras.

— Não quer ajuda? – ofereci. — Já que hoje é dia? – ele sorriu de canto.

— Não, meu amor. – sussurrou. — Mas me conte, você dormiu bem?

— Sim e você? – retruquei. — Por acaso sonhou com algo bom?

— Como sabe? – ele pegava todos os ingredientes com calma.

— Você sorria enquanto dormia, então, imaginei que estivesse sonhando com algo bom. – respondi apoiando o meu rosto em minhas mãos.

— Sonhei que tinha os gêmeos em meus braços. – ele sorriu ao falar. — Foi tão lindo. – sorri.

— Sabe, precisamos de nomes. – comentei. — Não podemos chamá-los de gêmeos para sempre. – ele sorriu e mostrou a sua delicadeza.

— Tem razão. – sorri. — Falaremos sobre isso mais tarde, eu já tenho alguns nomes em mente.

— Eu não estava com fome. – comentei. — Mas confesso que começo a ficar com fome novamente, você poderia se apressar? – ele me olhou e piscou.

— Me apressarei, mamãe. – a minha vida era tão perfeita.

Taehyung se concentrou na preparação do nosso café da manhã e não voltou a falar comigo. Ele andava de um lado para o outro e procurava preparar tudo o mais rápido possível, poderia me acostumar com isso. Aos poucos, me acostumava com a ideia de ter um amor leve e carinhoso, como se ele fosse meu para sempre.

— Daqui a uma semana vamos para a Espanha. – comunicou quebrando o silêncio.

— Sério? – eu não pensei que fôssemos tão rápido. — E quanto tempo ficaremos por lá? – não podíamos ficar muito.

— Não sei ao certo. – murmurou. — Voltaremos antes dos gêmeos nascerem, isso de certeza. – sorri de canto. — Já tem algum nome em mente? – indagou voltando ao assunto.

— Não. – murmurei. — Não pensei em nada.

— Está bem. – senti que ele queria falar algo. — Vamos comer e depois, você irá se repousar. – ele me olhou e cerrou os olhos. — Não pense que não notei o apartamento limpo. – sorri.

— Eu só descanso. – retruquei.

Ele sorriu de canto e pegou um pouco de comida, levando até a minha boca. Aceitei o seu gesto e comi a comida, em seguida ele lambeu o seu dedo e continuou cozinhando. Ele sabia o que fazia e eu entendia os seus movimentos como dicas para o que ele queria a seguir.

— Ei, Alice? – tremi ao ouvir.

— Sim. – murmurei sorrindo.

— Eu te amo. – disse.

E ali estava o "eu te amo" do dia e isso me fez bem. 

***