Sophie's Choice - V

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Graz

9 de setembro

Diário de Kat

Acordei esta manhã e qual não foi minha surpresa ao encontrar cinco vampiras enfurnadas na Sala Secreta. Três lendo grimórios e duas brincando com facas.

- Mas que diabos está acontecendo aqui? – Gritei fazendo com que Miranda olhasse para mim ao jogar a faca e quase acertar o olho da irmã.

- Ah, Oi. – Sophie disse, se levantando - Feliz aniversário, Kat! Estamos fazendo uma pesquisa.

- Pesquisa? – As gêmeas voltaram a atirar facas – Meninas, isso está enfeitiçado... – Voltei a olhar para Sophie - Como vocês conseguiram a chave da Sala Secreta em primeiro lugar?

Ellie balançou a mão se mostrando culpada, mas não tirou os olhos do livro.

- Ellie!

- Nós apenas estamos fazendo o que precisamos para sair logo de Graz. – Sophie disse, justificando tudo.

- Não que ficar em Graz seja um grande problema. – Anika resmungou.

- Já conversamos sobre isso, Annie.

- Eu ainda sou contra sair daqui.

- Você quer mesmo passar toda a eternidade em uma cabana?

- Não vejo problema nenhum nisso.

- Toda a eternidade? – Sophie repetiu espantada.

- É, toda a eternidade.

- QUIETAS! – Ellie disse se levantando.

Toda a sala ficou em silêncio e Valentina e Miranda foram guardar as facas no estojo. Ellie então me passou o livrinho que lia.

– Quem é nessa imagem?

Encontrei um desenho feito de grafite de cinco pessoas, em frente à cabana em que estamos. Duas mulheres segurando cada uma um bebê e um rapaz alto e sério ao lado da mulher mais velha. É datado 1835.

- Eu, minha mãe, minha avó e meus tios Julian e Juliette. - Olhei a contracapa para descobrir de quem era o grimório e vejo o nome de Rudolf. – Esse grimório era do meu avô, mas eu tenho certeza de que isso não aconteceu de verdade.

- Espera, você tem uma tia da sua idade? – Ellie disse, respirando fundo - Seu avô era bruxo e ainda estava vivo em 1835? Eu estou confusa.

- Nada como começar a manhã do meu aniversário de 66 anos com a história da família Petry. Sentem-se. – Elas ocuparam as cadeiras e eu me sentei sobre a mesa. – É, eu tenho uma tia da minha idade. Minha avó era uma megera, por assim dizer, e meu avô não ficava muito atrás, então quando minha mãe fez 16 anos, adquiriu certa independência e começou a falar sobre o que desejava - ou seja, eu - minha avó resolveu ter uma filha também. É de tradição que todos os filhos de cada geração tenham nomes começados pela mesma letra, então minha tia ganhou o nome de Juliette, que significava a juventude eterna que ela traria à minha avó. Tio Julian, dividido pelas duas, mas odiando a minha avó acabou matando os pais e foi para França com tia Juliette, que se passava por filha dele e irmã mais velha de Alec. Por ter feito isso, ele sempre teve todo apoio da irmã mais velha para tudo que fazia, inclusive colocar um demônio no corpo do filho.

- E eu achando que um chefe que nos forçava a atirar facas uma na outra era muito ruim. – Miranda comentou, de lado.

- Mais alguma coisa? – Perguntei com muita vontade de sair dali e dar um passeio por Graz.

As Crônicas de Kat - A História CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora