Sophie's Choice - VIII

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10 de novembro

Diário de Kat

- Preciso de todas, exceto Ellie.

Ontem foi noite de lua cheia. Naomi me encontrou no cemitério da cidade e eu enfrentei minha quinta Danse Macabre para finalmente me livrar da maldição.

- Ninguém nunca precisa de Ellie. – Resmungou a mesma, cansada.

- Ela só não quer que você seja morta, Ellie. – Anika disse. – Eles realmente querem você.

- Sei disso, mas estou frustrada.

- Por que você não passa o tempo todo se perguntando por que diabos todo mundo quer você? – Sophie disse, ajeitando o vestido.

- Para quê? Provavelmente tem algo a ver com a minha beleza fenomenal. – Ellie resmungou, cruzando os braços.

Fizemos o procedimento padrão. Encontre a casa com a localização perfeita. Mate os moradores. Tenha um covil.

- De qualquer forma, - Eu disse da janela observando o pôr-do-sol. Então me virei. - Eu preciso que Sophie fique escondida na floresta até que seja preciso.

Ela fez um muxoxo.

- Por quê?

- Porque Sophie não pode ser tocada, ela pode ser necessária para o ataque final. – Foi Miranda quem respondeu, animada.

- Sophie é a indestrutível. – Valentina concordou, com ritmo.

Eu aprendi a adorar ter as gêmeas por perto. Elas fazem qualquer coisa parecer divertida.

- Exatamente. – Eu disse, sorrindo.

E então estávamos todas prontas. Anika, Miranda e Valentina ficariam em uma formação triangular em torno da Danse, Sophie, como dito, ficaria escondida e eu e Naomi faríamos a negociação. Até aquele momento eu não fazia a ideia do que diria. Mas a ideia era justamente essa.

Saímos quando escureceu e encontramos Naomi sentada em uma lápide, parecendo uma legitima Petry. Foi aí que um plano se formou em minha cabeça. Lembre-se que não prometi nada e que não tinha mais nada a perder ou escrúpulos. O mais importante era não deixar a Morte entrar na minha cabeça. As meninas foram para a formação e eu fiquei conversando com Naomi conforme a noite passava. Pontualmente às 23h30, os estalos começaram. E a meia-noite os esqueletos começaram a dançar.

Bastou um "Katerina" para que eu me lembrasse. Já faz 27 anos. Era hora de uma conversa séria.

- Aparece de uma vez. – Gritei e todos os ossos se quebraram, sendo substituídos pela linda imagem da minha mãe.

Ela sorriu.

- Sempre tão educada.

- Eu mandaria você para o Inferno, se achasse isso uma punição justa.

Naomi me deu uma cotovelada.

- O que você vê?

- Minha mãe e você?

- Ela diz que a minha.

- Então as primas se tornaram amigas! – A Morte interrompeu balançando as mãos.

- Você não imagina como.

- Já decidiu o que fazer? Ou vai continuar com a brincadeira de me confundir?

- Ainda estou em dúvida, querida. – Eu disse, irônica.

- Ninguém engana a Morte, Kat. Quem tentou acabou morta. Veja só a sua mãe.

As Crônicas de Kat - A História CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora