Entre todos os demônios do Inferno - II

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17 de outubro

Juliana

– Nós deixaremos a cidade um pouco antes do Halloween e eu pretendo contar a elas sobre você amanhã. – Explico para Alex, balançando os pés no chão de areia.

– Você precisa? – Ela pergunta.

Encaro o sol se pondo em tons de laranja atrás do prédio. O café onde Alex trabalha está com o movimento baixo e sempre que isso acontecesse podemos ficar conversando nos fundos da loja.

– Contar sobre você ou sair de Nova Orleans?

– Sair de Nova Orleans.

– Sim. Estamos no meio de uma missão. Você não tem medo do que 12 vampiras podem fazer quando descobrirem que você existe?

Alexandra dá de ombros. Ela fica mais parecida com minha mãe quando está se movimentando.

– Louise sabe e não fez nada. Algumas de suas outras irmãs também. Se eu sei qualquer coisa sobre lealdade vampírica, eu sei que elas não mexerão comigo porque eu sou sangue do seu sangue.

– Você soa fascinada. Estamos falando de monstros, Alex. Predadoras, que não hesitariam em matar você, nem por um instante.

– É tarde mais para você começar a me assustar, Juliana. Depois de todas as histórias que você contou, de todas as coisas incríveis que você fez nesses 17 anos... Estou mais encantada do que assustada.

– Não é tudo grandioso e incrível, Alexandra. É perigoso e terrível durante boa parte do tempo.

– Por que você está tentando me proteger de si mesma?

– Chame daquela lealdade vampírica que você citou.

– Então eu posso desistir das chances de você me transformar em vampira?

– Pode. Completamente.

Ficamos em silêncio. Eu estabeleci essa relação estranha com minha irmã, com o passar dos meses depois que Louise me trouxe ao restaurante. Não planejava contar a história louca sobre ser vampira e ter mudado, mas no momento em que disse meu nome, o rosto de Alexandra ficou chocado. Ela diz ter sido criada sob minha sombra, sempre precisando fazer o que eu faria. Adele Mayfair, fria e exigente quando eu era viva, desenvolveu uma espécie de adoração por mim quando me perdeu. E Alexandra, que nasceu como um consolo para quem ela tinha perdido, quase entrou em colapso quando me apresentei como Juliana.

– Fale mais sobre o demônio que anda como vocês. – Ela diz depois de um tempo, soando infantil.

– Ele é um hibrido de demônio e humano.

– Um demônio sexual.

– Sim.

– E ele é sexy?

A encaro.

– Ah, você é mesmo uma garota humana de 16 anos.

– Isso não responde minha pergunta.

– É claro que ele é sexy. Ele nasceu para ser sexualmente atraente.

– Como ele se parece?

– Aparência não é a parte mais importante de alguém, Alexandra.

Ela ri.

– Ele é metade demônio. Eu sei o que esperar da personalidade dele. Eu quero saber da aparência.

Bufo. Não sei como descrever Pierre. Nós éramos estranhamente próximos quando eu era uma humana paga para ser babá dele. Eu não tinha medo ao ver como ele era fraco e as suas respostas, agressivas demais para um prisioneiro, me faziam rir. Depois que eu entrei para o Exército e começamos a procurar pela 13ª vampira, passei pouco tempo com ele, mas sempre que eu e Louise éramos as responsáveis por tomar conta dele, acabávamos nas melhores festas, conhecendo as pessoas mais loucas e fazendo as coisas mais inacreditavelmente perigosas. Pierre sabe como manter-nos perto do limite da sanidade. Ele é metade da diversão do Exército.

As Crônicas de Kat - A História CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora