Capítulo 71

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As duas se assustaram ao ver quem estava na porta da cozinha. Não esperaram que mais alguém pudesse escutar.

- O que foi que você disse, Mai? Perguntou ainda tentando entender se tinha escutado direito.

Maite: Poncho...eu...

Alfonso: A Annie está grávida? Perguntou ainda em choque.

Tisha: Não sabemos. Tomou as rédeas da conversa ao ver como Maite ficou sem saber reagir e diante dos olhos assustados do genro.

Alfonso: Como assim não sabem? A Maite acabou de falar que... Disse ficando cada vez mais confuso.

Tisha: Não temos certeza, Poncho. Isso foi só uma desconfiança que tivemos.

Alfonso: E por que desconfiaram? O que aconteceu? Ela falou alguma coisa? 

Território perigoso.

 Principalmente ao ver Maite e Tisha fazendo uma careta, como dizer a ele que desconfiaram depois que Anahí se sentiu mal? E Principalmente dizer ao marido que sua esposa não vem se alimentando direito e que ela pediu que não fosse contado a ele.

Claro que Alfonso não era bobo, ele sabia e sentia que tinha muito mais coisa ali que elas não queriam contar, que tinham coisas que elas estavam escondendo ou tentando maquiar para ele.

Alfonso: Se tem alguma coisa acontecendo com a Annie eu tenho direito de saber, eu posso estar no meio de um tratamento de câncer, mas ainda estou vivo e com forças o suficiente para chamar a atenção dela ou cuida-la se for o caso. O que estão me escondendo?

Maite: Ela nos fez prometer, Poncho!

Alfonso: Então é algo pelo qual devo me preocupar, já que ela não quer que eu saiba.

Tisha: Ela só não quer te preocupar. Não quer te trazer problemas ou preocupações.

Alfonso: Se ela me esconde as coisas isso sim me dá dores de cabeça e preocupações. Ela sabe que não consegue esconder as coisas de mim por muito tempo. Não me façam me sentir mais inútil do que já estou. Acham que não percebo que ficam me poupando de dizer as coisas? Que ficam policiando o que devem ou não dizer perto de mim? Que me escondem o andamento da empresa que por estar doente acham que não posso mais fazer nada?

Maite: Não achamos que está inútil, Poncho, ou que não serve mais para fazer as coisas. Só pensamos em poupá-lo de tanto estresse e aborrecimentos, não queremos que passe por mais coisas do que já está passando.

Alfonso: Eu sei disso, e agradeço. Mas ainda sim isso não me impede que eu me sinta um inválido, um incapaz. Então se tem algo que eu precise saber sobre a minha mulher, me digam agora. Porque não vou suportar saber que até sobre ela acham que não sou capaz de cuidar. Disse muito sério e Tisha respirou fundo antes de começar a falar. 

Tisha: A Annie teve uma tontura hoje, mas ela já tinha mencionado alguns enjoos e desejos algumas semanas atrás. Só que ela nos confidenciou que não tem se alimentado direito e pediu para não contar a você, não queria que ficasse preocupado. Disse ao genro que escutava tudo sério. - Então nós recomendamos que ela fosse descansar um pouco e que iríamos ficar observando se ela se alimentaria direito ou não.

Alfonso: Eu a deixei no banho quando sai do quarto, vim pegar um copo d'água, só não esperava ouvir o que ouviu. Disse assimilando tudo que tinha escutado. 

Tisha: Foi uma suspeita minha, Poncho. Ela nem sequer desconfia. Poncho ficou pensativo até esboçar um sorriso que Tisha e Maite gostaram de ver. 

Alfonso: Enjoos, tontura e desejos. Acha mesmo que ela pode estar grávida? Perguntou sorrindo de leve.

Tisha: Com a minha experiência em três gestações, tenho quase certeza. Disse também sorrindo para o genro. Maite olhava os dois e percebia o quanto aquela criança seria muito amada e muito desejava, só em olhar nos olhos de Alfonso, ela já percebia como aquela possibilidade o trouxe uma nova esperança.

Alfonso: Posso ser pai. Disse mais para si do que para as duas, testando as palavras. Ele acreditava não ser o momento, diante da situação que estavam passando, mas era um filho. Um filho que ele desejou desde de quando voltaram da lua de mel. - Preciso conversar com a Annie.

Maite: Sim, mas vão com calma. Pode mesmo ser só uma suspeita. Disse alerta com medo da amiga não estar grávida e os dois se decepcionarem. Alfonso assentiu, mesmo que quase zerando aquela possibilidade de não ser. Ele saiu da cozinha ainda com um sorriso bobo no rosto. Quando voltou para o quarto do casal viu Anahí penteando os cabelos molhados vestida com um roupão. Ela sorriu só pelo fato de o ver sorrindo.

Anahí: O que foi? Perguntou ao ver que ele não parava de olha-la.

Alfonso: Só estou admirando como minha esposa é linda. Anahí sorriu mais abertamente, gostava quando ele ficava daquela forma, lembrava os dias de pouco antes de se casarem.

Anahí: Saiba que eu também tenho um marido muito lindo e gostoso. Ele riu diante da malícia dela, sentia tanta falta dela, do corpo dela. Ele se sentou na cama e a chamou com o indicador. - Que foi em? Disse indo até o marido que a fez sentar no seu colo.

Alfonso: Já imaginou como seria um filho nosso? Perguntou a encarando.

Anahí: Eu penso sempre, penso em como seria se fosse menino e puxasse a você, ou como se fosse uma menina e tivesse os seus olhos. Ele começou a brincar com o laço do roupão dela.

Alfonso: Eu queria que eles tivessem os seus olhos, amo os seus olhos, essa imensidão azul que sempre me fez perder o juízo. Ela sorriu acariciando os cabelos dele.

Anahí: Quem sabe uma mistura nossa.

Alfonso: Seria perfeito. Ela assentiu ainda brincando com os cabelos dele, até sentir alguns fios vir na sua mão, a garganta parecia ter um nó, o peito apertou e ele percebeu a mudança. - Estão começando a cair. Disse ao perceber o que causou a mudança dela.

Anahí: Amor... Disse com o coração apertado.

Alfonso: Está tudo bem, amor. Sabíamos que isso iria acabar acontecendo. Estou pensando em raspar. Disse calmo, mesmo que por dentro estivesse arrasado.

Anahí: Amo seus cachos... Disse sentida. -Quero que nossos filhos tenham seus cabelos. Ele sorriu ao imaginar uma menininha com os cabelos compridos iguais ao dela, com oc cachos iguais ao dele, mas na cor dos da mãe.

Alfonso: Fui pegar água enquanto estava no banho e acabei escutando uma coisa que sua mãe e a Mai falaram. Anahí suspirou já imaginando que a amiga e a mãe tinha contado do mal-estar.

Anahí: Foi só uma indisposição, prometo que vou me alimentar melhor. Disse não querendo causar preocupações a ele.

Alfonso: É claro que vai. Disse firme e a encarou -Mas pode não ser só uma indisposição...

Anahí: Poncho...eu estou bem, foi uma tontura porque não me alimentei direito. Disse interrompendo a fala dele.

Alfonso: Pode ser mais, amor. Pode ser algo ainda melhor. Ele sorriu e ela ficou confusa até sentir o marido abrir o roupão e acariciar a barriga dela. A princípio ela ficou sem entender e até descartando aquela possibilidade, mas começou a penar nas coisas que gostava e passou a enjoar, no que não gostava e passou a desejar, na sensibilidade dos seios e na tontura  até se emocionou ao se dar conta que ali dentro poderia estar uma parte dela e do marido, uma vida sendo gerada, um serzinho que seria muito amado pelos dois. Ele também se emocionou ao ver que ela se dava conta do que poderia estar acontecendo.

Anahí: Acha que eu posso.. Ela nem conseguia falar direito.

Alfonso: Grávida... Completou.

Anahí: Amor...isso seria...

Alfonso: Perfeito, incrível, maravilhoso. Eles sorriram e colocou a mão por cima da dele.

Os dois sentindo aquela felicidade explodir no peito ao se darem conta que ali dentro estava uma combinação deles, um fruto daquele amor que demorou para florescer, a semente mais bonita de um amor verdadeiro, uma vida que seria gerada com amor e que traria um novo sentido para aquela família que se formava. 


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