Já haviam passado mais três dias desde a primeira noite que dormimos juntos e só nessa manhã do quarto dia, que, por sorte, consegui acordar a tempo de vê-lo se organizando para sair. Estava sonolenta, mas, ciente de que precisava falar e pedir algumas coisas. Não aguentava mais ficar enclausurada na imensidão dessa casa, sem ter um contato com alguém que eu goste da minha família, e sem saber se eu poderia chama-las para vir até a minha, nossa casa. O cumprimentei hesitante, e ele me respondeu como imaginei que responderia.
Percebi que nesses dias, ele se tornou ainda mais recluso, e isso me fez pensar no porquê de ele estar assim... Infelizmente, não poderia perguntar para ele, no entanto, sabia de outra pessoa que podia me entregar essa resposta. Mesmo sabendo que seria um risco, não conseguia pensar em outra forma de começar a entender esse jeito instável dele de ser.
Eu pedi um celular, e ele falou que iria providenciar logo. Também perguntei se eu poderia sair, para visitar as minhas irmãs e isso ele negou de imediato, demonstrando que de forma alguma aceitaria meu retorno a aquela casa. Entretanto, deixou que minhas irmãs e minha mãe viessem para cá.
Por mais que ele tivesse deixado, ainda sentia que estava sendo mantida ali, longe de tudo. Eu queria poder sair para resolver coisas que envolvessem a minha intimidade, e quando perguntei se podia sair para resolver essas coisas, falou que tinha profissionais que poderiam vir até aqui. E que já cuidavam das outras mulheres da casa, no caso, a esposa e filha do Lorenzo.
Não questionei mais nada, o jeito que me respondia indiferente, sem vontade, foi o suficiente para eu entender que nada sairia do lugar.
As noites passadas mostraram o quanto ele não estava receptivo. Pelo contrário, estava muito mais frio que das outras vezes que o vi.
Não sei se há algo por trás que está o deixando dessa forma mais arredia, e por ele não estar me dando brecha para entrar em sua vida, tentarei de outra forma conseguir algumas informações que possam me levar a um motivo pelo qual fosse me fazer entender, ao menos, um pouco da sua mudança ainda mais profunda de temperamento.
Esperei que fosse embora e aguardei que a Serena descesse.
Pediria a ela para chamar urgentemente o conselheiro do meu marido aqui. Não sabia se seria possível ele vir, sem que o Mikhail desconfiasse, no entanto, usarei o poder que ela tem sobre ele, para conseguir fazer com que venha.
Pela manhã não teve nada de diferente, preferi tomar o café da manhã a mesa e depois fui esperar o tempo passar na varanda do meu quarto.
Serena veio depois do almoço ao meu encontro e antes de pedir a ela esse favor, conversamos bastante. Deixei que falasse sobre si e o que viesse na cabeça para não acabar a conversa. Só depois de não haver mais o que falar, pedi a ela o favor.
Ela ficou curiosa para saber o motivo de precisar falar urgentemente com o Adan, e só para amenizar qualquer desconfiança, falei que era sobre o comportamento instável do Mikhail. Ela pareceu entender e prontamente entrou em contato com ele.
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A VINGANÇA DO CAPO - PARTE 1
Romance"Todos têm o seu lado obscuro que - desde que tudo dê certo - é preferível não conhecer. " E é a partir disso, que entraremos na mente e vida do Mikhail Kutner. Obrigado a amadurecer antes mesmo de aprender a ler, Kutner precisou fugir de uma vida...