Capítulo 85

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Em todo o curso da minha existência, já passei por várias situações que me deixaram em um estado caoticamente devastado

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Em todo o curso da minha existência, já passei por várias situações que me deixaram em um estado caoticamente devastado. Mente, corpo, vontades, tudo parecia ter sido remexido e violado de uma certa maneira. Cada um veio de maneiras distintas, mas sempre causando-me uma sensação de extremo cansaço e indisposição no final. E, dessa vez, não está sendo nenhum pouco diferente. Assim que despertei pela quarta? Quinta? Sexta vez pelo início da manhã, procurei no fundo da memória sensorial como se respira normalmente. Acordava sempre sentindo uma falta de ar, uma mão invisível tocando-me na garganta e sufocando-me para que eu permanecesse de olhos abertos e sem descanso. Todas as vezes que eu despertava, só uma coisa aliviava e apaziguava a sensação de sufocamento... Ele, ali deitado ao meu lado, dormindo e quieto em algum sonho indistinto. Mesmo não estando tão próximo, ainda assim me enchia da mais pura segurança que um dia eu jamais pensei que pudesse ficar.

Voltei a dormir quando olhei rapidamente as horas no relógio digital, vendo que ainda faltava um pouco para o despertar normal. Dessa forma, fiz o possível para adormecer e finalmente descansar... Porque de uma coisa eu tinha certeza, nas próximas horas, dias, a minha realidade, assim como a realidade de muitos outros, iria ser transformada drasticamente.

Adormeci relativamente rápido, mas quando acordei pela última vez, eu só conseguia ficar quieta e tentando pensar como eu conseguiria mudar a sensação de ter sido pisoteada, atropelada diversas vezes. Mesmo estando desperta, ainda não tive coragem de abrir os olhos e encarar os fatos, e quando eu comecei a sentir o meu corpo protestando ainda mais, clamando por algo que pudesse aplacar as dores musculares, as dores nos braços e as dores finas que se irradiavam por toda a região da minha cabeça, é que preferi ficar imóvel mesmo, continuando do jeito que estava.

Para somar à minha necessidade de ficar no mesmo lugar, um peso e calor corpóreo de outro alguém foi a minha última cartada para prolongar a minha permanência na cama. Ainda não tinha aberto e não queria abrir os olhos com medo de perder a sensação do calor de um braço enlaçando-me de forma, ao mesmo tempo que protetora, possessiva. Não sei se ele agiu de propósito ou instintivamente, e esse conflito não me deixa mover um músculo dolorido se quer. Não quero perder esse momento, tenho medo de abrir os olhos e perder o que está acontecendo. Eu e o Mikhail nunca dormimos abraçados, ele nunca se aproximou e eu sempre tive medo de cruzar o espaço que ele nos implicava. Por esse motivo, eu só me moverei daqui quando for preciso de fato levantar.

A VINGANÇA DO CAPO - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora