Capítulo 78

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Voltei para o quarto com o coração apertado e um sentimento estranho no peito

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Voltei para o quarto com o coração apertado e um sentimento estranho no peito. Depois que o torpor de tê-lo visto tão cedo da manhã daquela forma, com as roupas e mãos sujas de sangue, passou, me fez pensar no que poderia ter ali embaixo. Em nenhum momento vi qualquer ação irregular na casa, não tinha vozes diferentes ou ordens para que tudo se fechasse porque algo iria acontecer – lembrei de uma das minhas conversas com a Serena, quando ela disse que em situações onde trazem alguém para ser torturado, ordenam que ninguém saia, pois soltam os cachorros e só os prendem quando saem de lá de baixo –. Por isso, fiquei tentando imaginar, enquanto tomava um banho para tirar as bochechas meladas de sangue, o que ele estava fazendo.

Após o banho, parei rapidamente na frente de suas roupas e, olhando de um lado a outro, afastei as camisas e observei aquele imenso cofre mais uma vez. Era fato que eu não conseguiria descobrir a senha... As poucas informações que possuo de sua vida não são suficientes e muito menos eficazes para que eu pudesse ousar tentar colocar números condizentes e que fizessem sentido para um possível desbloquear. A certeza que eu tinha olhando para ali era: se, por um acaso, o pegasse aberto acabaria descobrindo coisas do seu passado e até mesmo o que ele deve estar pensando sobre a sua situação. Imagino que nesse momento, Mikhail esteja empenhado para buscar os agentes causadores do pior dia da sua vida. E, não seria surpresa alguma, se ali dentro estivesse seus esquemas pessoais sobre quem ele acha que pode estar por trás de tudo.

Mesmo recebendo suas indelicadezas, quero ajudá-lo. Porque eu sei que sua amargura e frustrações só vão ser diminuídas quando tiver tudo em suas mãos. Quando acabar com todos e conseguir ver sua família vingada.

Assim que saí do closet, olhei Laura ainda dormindo como se estivesse recuperando as suas energias de noites mal dormidas, e me preocupei em ter a sua espera uma refeição bem reforçada. Sendo assim, observei-a por uns longos momentos e ajeitando a coberta e praticamente a empacotando nos lençóis, fui pedir lá na cozinha que fizessem diferentes pratos de café da manhã. Pensei não apenas nela, eu queria muito que mais duas pessoas se juntassem a mesa... Seria muito bom ver o Mikhail e a Lana ali, sentados juntos tomando um dejejum em família.

Antes de retornar ao quarto, fui ver se Lana já tinha acordado. Quando entrei a primeira coisa que percebi foi que ela estava longe de despertar... Me aproximei devagar e a observei só um pouco, mas logo de cara vi que aqui ela está conseguindo realmente descansar. Talvez, esses poucos dias de sua estadia nesse recinto, estejam sendo realmente o momento que seu corpo e mente pararam para descansar. Consigo até imaginar o quanto ela estava perdida, sozinha, vendo tudo desabar por todos os lados que olhava.

Saindo do quarto em que a Lana dormia, retornei para o meu e fiquei sentada no sofá... Olhando para a filha do Mikhail, pensando e me perdendo em várias situações estranhas. Principalmente nos sonhos estranhos e em como vai ser o casamento da Alexia. Ainda não tive a oportunidade de confrontá-la e seria muito desconfortante da minha parte se eu a colocasse contra a parede no próprio casamento...

A VINGANÇA DO CAPO - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora