Capítulo 72

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Precisei sair do quarto para deixar que entrassem e arrumassem a porta do box estilhaçada

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Precisei sair do quarto para deixar que entrassem e arrumassem a porta do box estilhaçada.

O meu corpo clamava por mais alguns minutos deitada, mas, por um bem maior, levantei e me organizei para sair do ninho confortável da cama. Uma luta, já que parecia que um caminhão tinha passado desgovernado e me atropelado em cheio.

Já era de tardezinha, quase noite, quando a senhora Francis entrou no quarto para me acordar e avisar que os homens do concerto estavam apenas esperando que eu saísse. No momento que ela veio falar comigo, a percebi de um jeito completamente abatido e a sua expressão de desalento me fez pensar e tentar procurar motivos para explicar o porquê de estar daquela maneira. Ela nunca foi de demonstrar esses sentimentos conflituosos e, por isso, fiquei curiosa. Entretanto, não achei que fosse da minha conta me intrometer em assuntos pessoais de uma pessoa que nem se quer poderia considerar uma amiga.

Antes de sair do quarto, e fui tomar um banho– extremamente necessário diga-se de passagem – parei em frente a pia e reparei em como ainda tinha os produtos de higiene jogados e um perfume meu quebrado.

Isso não foi nem o que me deixou surpreendida, e, sim, o estado do meu corpo depois das sucessivas entregas sem me importar com as consequências de toda a intensidade que aquele homem, o meu marido, estava me proporcionando. Ainda há inúmeras marcas dos seus dedos distribuídas por diferentes partes; quando me virei de costas e observei melhor, reparei em alguns pequenos cortes que, provavelmente, foram feitos quando ele me imprensou na porta do box, o fazendo quebrar em pedacinhos que se projetaram até esses locais pontuais das costas. O problema de ter um corpo sensível é que essas marcas não sairão nem tão cedo. Mas, pouco me importo. O significado delas tem um sentido real para mim e mostra o quanto consegui romper as barreiras do medo, dos traumas, e, enfim, cheguei ao nível de autocontrole que jamais pensaria que iria alcançar.

Enquanto tomava um banho de cabeça, eliminando todos os fluidos deixados, amparando os músculos doídos e judiados, pensava em outras coisas para não acabar virando uma mulher desesperada e neurótica por causa do que aconteceu. Eu também não imaginava o que estava acontecendo do lado de fora do quarto, por tanto, não fui tão rápida para acabar com o banho e com os pensamentos tranquilos.

Após terminar o banho, ainda peguei o celular para fazer uma ligação rápida para a minha irmã. Eu queria chama-la, assim como as outras, principalmente a minha pequena Laura, para virem passar o dia comigo. E, aproveitando o ensejo, fazer com que a Amy deixasse a Laura aqui para passar o final de semana e eu conseguir ajudar silenciosamente o Mikhail.

Minha esperança é que ela venha o mais rápido possível para casa, para a casa onde ela terá a mim e, com toda certeza, mesmo que de forma singela, a presença do seu pai.

Meu Deus, ainda é muito estranho pensar na grande coincidência... Quer dizer, Não tenho certeza, pode até ser que esse resultado seja negativo, mas sinto que os dois possuem um elo que ultrapassa barreiras que são impossíveis de serem compreendidas. A linda forma como se olharam no dia do meu casamento, foi algo inacreditável, porém completamente real e entregue. Ver a expressão menos fechada dele, foi como se eu estivesse vendo um ser de outro mundo, com uma carga a menos nas costas e uma vontade incompreendida.

A VINGANÇA DO CAPO - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora