Capítulo 64

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As luzes piscam em compassos diferentes, ora lenta, ora aceleradamente

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As luzes piscam em compassos diferentes, ora lenta, ora aceleradamente. E para inteirar, o lustre de cristal perolado, começa a balançar e as pedras cristalinas, em formato de gotas, começam a ondular juntamente com o balançar mais rápido do que a sustenta. O vento entra gelado das janelas abertas por causa da grande chuva que cai e insiste em nos aterrorizar com o som excruciante de seus raios atingindo a terra.

O salão está repleto de pessoas apavoradas, correndo e procurando se abrigar da chuva de vento que entra e molha tudo que está em volta do lugar; uma mulher sentada na cadeira de uma das mesas, apenas olha tudo completamente impassível e calma. Seus olhos fixos nas janelas abrindo e fechando em batidas esporádicas e arredias, me fazem olhar também e observar o que tanto ela olha do outro lado, do lado onde alguns homens encapuzados se aproximam e param, segurando suas armas apontadas na direção dos homens que fazem a segurança do local.

Um estrondo da trovoada faz mais outras mulheres gritarem e segurarem na barra de seus vestidos, correndo desesperadas para o fundo do salão, achando, talvez, que os disparos já tinham começado e a guerra entre todos esses homens tinha sido iniciada.

Parada olhando tudo, tento procura-lo...

Queria saber se ele está bem e vivo, pois o meu marido foi o primeiro a sair na chuva e tentar aplacar junto com alguns soldados os outros que tentavam invadir e matar a todos que estão aqui.

Sinto uma mão molhada cobrir os dedos em meu antebraço e no susto acabo emitindo o som apavorado do medo.

– Calma, Louise! – Tento tranquilizar as batidas fortes do meu coração ao ouvir a voz conhecida e solto-me, virando para olha-lo.

Meu Deus... – Digo horrorizada ao ver o sangue descendo livre por um ferimento aberto próximo a sua testa, e as roupas encharcadas de lama e mais sangue por toda a camisa branca. – Onde ele está?

– Você precisa se esconder!

– Não, onde ele está? – Pergunto sentindo o pavor começar a me tomar, junto com o medo de saber a resposta. Minhas mãos gelam antes mesmo de ouvir, e o meu peito se descompassa acelerado, aflito e mostrando o quanto o meu coração bombeia sem uma parada rítmica baixa. Olho para os lados, para o outro lado oposto e por fim, cravo os meus olhos na direção dos olhos dele.

– Sua segurança agora está em primeiro lugar! Depois discutimos isso. – Em negação, balanço a cabeça imaginando várias situações e nenhuma delas são agradáveis o suficiente para me manter tranquila. – Porra, Louise! Vai, agora!

Dou as costas ao Adan e olho para a mulher ainda parada na mesa.

– Eu preciso fazer uma coisa antes... – Digo baixo, mas audível.

Tirando os saltos, e os jogando de qualquer jeito no salão molhado, corro na direção onde está a mulher toda ensopada e com os cabelos grudados em seu rosto e pescoço.

A VINGANÇA DO CAPO - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora