Capítulo 9-BÔNUS

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Antes de voltar para casa, passei na farmácia para comprar os remédios, vitaminas e alguns pacotes de frauda

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Antes de voltar para casa, passei na farmácia para comprar os remédios, vitaminas e alguns pacotes de frauda.

Com tudo no carrinho vou até à fila do caixa e quando chega a minha vez,  coloco tudo em cima da bancada.

Quando vejo que o valor de tudo deu a mais do que tenho em espécie, procuro meu cartão e ao entregar a moça para passar, acabo tendo uma surpresa.

– Senhora, o cartão está sendo recusado. – Olho para ela e essa máquina só pode estar quebrada.

– Não pode ser a máquina? Eu não fiz nenhuma compra que excedesse o limite... – Ela pede para que eu retire o cartão e insira de novo. Na segunda recusa, começo a sentir vergonha e olho para trás ao ver a fila que se forma com pessoas impacientes pela demora. Isso nunca aconteceu! Nunca passei por tamanho vexame em nenhum outro lugar.

Pego na carteira o único dinheiro que tenho e priorizo as fraudas. Preciso ir ao banco verificar a minha conta conjunta com o Kutner. Não somos ricos, nem nada que chegue perto disso, mas temos uma certa quantia para eventuais emergências.

E também não entendo por que o limite do cartão foi diminuído, se eu nem usei essa porcaria.

Com apenas vinte dólares no bolso, tenho que ir ao banco andando, se não escolhesse ir a pé, não conseguiria voltar para casa de táxi. Eu poderia ligar para o Mikhail vim me buscar, mas ele desconfiaria e eu preciso dele relaxado para poder dizer que mais uma vez estou esperando um filho seu. Só em pensar no que pode acontecer quando falar me causa cala frios.

Da primeira vez que engravidei, não sei se foi choque ou susto que ele teve. Mas a sua reação foi a mais triste e inesperada. Palavras machucam, mas o silêncio tem seu poder arrasador. Ele me olhava como se eu fosse uma abominação, olhou para minha barriga como se ali dentro tivesse um ser de outro planeta pronto para destruir a terra. Se havia um brilho pequeno em seu olhar, tudo foi apagado quando revelei estar grávida do nosso primeiro filho. No entanto, com o tempo e com persistência da minha parte, ele aceitou e foi cuidando, do jeito dele, do nosso menino.

Andando pelas ruas movimentadas de Chicago, seguro as lágrimas que querem cair. Eu preciso ser sincera.... Tem vezes que não consigo ser forte. Há dias que chego no meu limite e só tenho vontade de voltar a ser a garota simples e sem problemas. Mas acredito que cada pessoa tenha a sua jornada a cumprir aqui e sinto que não estou nem perto de concluir o que preciso fazer. Então, faz parte ter que passar por tudo isso.

Se é por uma boa causa, aguentarei até o fim da minha vida segurar toda a barra que é ser esposa dele.

Entro no banco e dou graças a Deus por ter caixas vazios. Vou até um deles e procuro entender o que aconteceu. Ao abrir a conta, tomo um susto tão grande que me apoio no caixa eletrônico e respiro fundo para não surtar.

Mas como isso foi acontecer?

– Senhora, está tudo bem? – Tomo o segundo susto do dia, ao escutar a voz masculina atrás de mim. Me viro e o senhor de cabelos grisalhos me observa imparcial. Olhando-me profundamente, ele praticamente disseca minha alma através de seus olhos negros.

A VINGANÇA DO CAPO - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora