Chave inglesa

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— As coisas não precisam terminar assim. Você é tão inteligente, pode vir comigo, ter um futuro brilhante… você merece. Tenho certeza de que vão te aceitar.

— Você surtou.

— É um surto você continuar aqui.

— Você me enganou. — Os olhos deles se estreitaram cheios de lágrimas misturadas com ódio e desolação. — Eu pensei que você fosse meu amigo… eu deixei você chegar perto dos meus amigos…

— Eu sou seu amigo, Twice. Por isso tô aqui pedindo que venha comigo… vai dar tudo certo…

— Eu não vou em caralho nenhum com você, traidor!

— Eu não te traí. — Kei ficou magoado. Ainda dava tempo, ainda dava tempo. Ainda dá tempo.

Twice balançava a cabeça loucamente negando e tapando os ouvidos com as duas mãos enquanto andava de um lado para o outro no grande galpão.

— Você tá desperdiçando seu talento aqui. Pode ser muito mais. — Kei disse no tom mais persuasivo que tinha.

— E o que você tá fazendo com o seu talento, seu vendido?! Não, não, não! Você é igualzinho a eles! Não! É pior! É o brinquedinho! — Twice mal conseguia se manter de pé, ele parou perto de um dos balcões se apoiando.

— Isso… — Kei sentiu sua expressão tremer.

— Você também mentiu para mim sobre aquelas coisas? Inventou isso também?!

— Não…

— Eu sou um idiota.

— Não…

— É tudo culpa minha. Todos vão sofrer por culpa minha… culpa minha… eu sou um inútil… é culpa minha…

— Não, Twice…

— Vou resolver isso. Sim. Sim. Vou resolver isso…

A mão de Twice se fechou sobre uma grossa chave inglesa que na época Kei não sabia o nome.

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O Rei E O PassarinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora