Ainda aqui

159 25 2
                                    

Acariciava os cabelos de Kei sobre o seu peito, sentia o calor do seu passarinho contra si assim como o coração rápido.

Os cabelos de Kei eram macios e estavam cheirosos pelo banho que tomaram juntos. Kei estava no mesmo nível de grude de sempre, porém calado e desistiu de convencer Enji a ir para os lugares porcaria que gostava.

— Quer ir a algum lugar? — Enji perguntou com os dedos massageando as mechas de Kei.

— Finalmente meu rei vai me levar a um encontro? — Kei brincou com a bochecha contra o peito do homem.

— É isso que você quer? — Enji perguntou deixando de massagear os fios loiros.

Kei surpreso se sentou na cama com as mãos apoiadas nos travesseiros:

— É sério?! Você quer fazer algo que eu quero? Até mesmo para o club?

— Nada de clubs noturnos. Já tive o suficiente deles.

— Aaahh, mas você se divertiu! — Kei deu um tapinha no travesseiro e tentou puxar a bochecha de Enji.

A mão foi repelida com um aceno e foi a vez de Enji pinçar a bochecha de Kei. Gostava do volume que fazia quando o garoto apoiava o rosto no punho fechado, parecia mochi que comia na infância.

— O que você quer fazer? — Com a segunda mão apertou a nádega do loiro. Outro mochi, porém mais durinho.

— Não ficará com vergonha de sair por aí comigo? E o lance de “estamos em público”?

— Não vou comer você em praça pública. — A mão desceu da bochecha para a outra nádega. — Seu problema é abrir a boca para falar demais em público.

— Achei que gostasse da minha boca. — Kei brincou fazendo muxoxo.

— Gosto quando está ocupada e não livre para falar bobagens. — Abriu as nádegas dele.

Kei com naturalidade foi para cima do corpo do homem sentando-se sobre ele com as pernas abertas e joelhos apoiados em ambos os lados de Enji.

— Você está passando muito tempo nesse apartamento. — Massageava a pele macia e os músculos firmes da bunda do loiro. — Aconteceu algo?

— Apenas muito trabalho, meu rei. — Apoiou as mãos na cintura do homem maior. — Seu passarinho fica cansado.

— Você parece triste. — As mãos pararam de apertar Kei. — Não quero te ver assim.

— Oh, meu rei! Desse jeito vou achar que gosta de mim!

Enji ao mesmo tempo deu dois tapas estalados na bunda de Kei que o fizeram gemer levemente.

— Moleque abusado. — Apertou mais a bunda dele exatamente onde havia batido até a carne tenra se moldar entre seus dedos. Kei arfou.

Ele se inclinou para Enji e disse sussurrando:

— Me ensine a ser educado, meu rei, ou abuse mais de mim.

— Você é um doente. — respondeu sentindo a respiração quente dele contra si e seus olhos tão próximos que poderia contar seus cílios.

Seus dedos abriram mais a bunda de Kei, o indicador deslizou para seu ponto preferido ainda lubrificado por causa da hora anterior.

— Venha aqui que eu vou te ensinar umas coisas. — Seu dedo entrou em Kei.

— Claro, meu rei. — Kei inclinou-se mais e lhe beijou.

Quando terminaram, lá pela madrugada, Kei dormitava ao seu lado, a bochecha fofa sobre o travesseiro e as pernas enlaçadas na de Enji. Tirou uma mecha caída sobre a testa dele e melhor o observou dormir.

Kei estava estranho, não tinha como negar, passava muito tempo calado e não insistia mais para que saíssem. Alguma coisa aconteceu e ele não queria lhe contar, talvez fosse com a Comissão, talvez fosse pessoal, talvez fosse outro cara… Enji não gostava dessa última possibilidade. Kei lhe confirmou que não saía com mais ninguém, porém todo o histórico anterior de Kei era suspeito demais.

Mas Enji não achava de verdade que fosse simplesmente outro cara, deveria ser algo mais profundo… olhou para o anel de aço no dedo esguio de Kei, seria o professor? Seria um dos casos com homens casados retornando? Enji ainda era um homem casado em si e sabia que não tinha direito de bisbilhotar a vida de Kei desse modo. Mas ele estava se separando e o que tinham há muito tempo deixou de ser um caso…

Porém, a tristeza escondida nos olhos dourados lhe dizia mais. Kei era órfão e não tinha ninguém nesse mundo, Enji nunca perguntou como os pais dele morreram, seria isso? Estariam próximos da data? Deveria tocar no assunto e remexer ainda mais na ferida?

Kei somente ficava em casa e sua depressão era perceptível para alguém que convivia com ele tanto quanto Enji. O homem mais velho já viu esses comportamentos antes, na esposa e no filho mais velho, não queria que Kei seguisse o mesmo rumo. Faria o possível para ajudá-lo desde que Kei permitisse, desde que Kei quisesse. Queria sempre o ver sorrindo, mas sorrindo de verdade.

— Qual o problema, passarinho? — Enji acariciou a face sonolenta de Kei. A expressão do loiro suavizou e sua boca fez uma leve curva no sono.

Deitou-se ao lado de Kei cobrindo-o com o braço e sentindo que ele ainda estava aqui.

Capítulo curtinho e com os dois para aliviar o clima. Não se acostumem hahahahahahahahaha (tô brincando).
O que acharam do capítulo? Deixem seus comentários, críticas, teorias e elogios.
Até amanhã!
Bjinhus!

O Rei E O PassarinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora