Péssimo desenvolvimento

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— Acho que é só. — Fuyumi olhou ao redor da sala onde Enji entrou na sua frente. — Como se sente, pai?

— Minha cabeça parou de doer. — A mansão sempre foi muito grande, Enji só reparava agora. Mas mesmo quando ela tinha todos os seus filhos parecia vazia.

— O senhor está com fome? Eu posso fazer. — Fuyumi tirava os sapatos antes de entrar.

— Não, obrigado. — Enji não tinha vontade de nada. Nem deitar em autocomisceraçao no quarto. — Acho que você deveria descansar, Fuyumi. Passou todos esses dias no hospital me acompanhando.

Fuyumi realmente estava cansada, dormir em uma poltrona que virava uma cama não fez nada bem para suas costas. Porém, não queria deixar o pai sozinho. Os ombros dele estavam caídos, o rosto cheio de remorso e os braços soltos ao lado do corpo como sem função. Nem erguer o queixo, ele erguia mais.

Ela queria muito respeitar o espaço dele ao mesmo tempo que conversar sobre Kei, contudo não achava que era o melhor momento. O pai desde a entrada no hospital passava todos os dias cabisbaixo, deprimido, ela achou que quando tivesse alta melhoraria. Mas agora o pai parecia a mesma coisa em um cenário diferente.

— Quando o senhor volta a trabalhar? — ela perguntou tentado distraí-lo. Ele adorava o trabalho ou ao menos levava muito a sério.

— Não sei.

Fuyumi levou um susto. O pai não ia trabalhar imediatamente?!

— O senhor tá bem?! — Ficou nervosa.

O pai apenas olhou para o lado no caminho para o quarto de Touya e não respondeu.

— Vou fazer o almoço. — Fuyumi decidiu.

Ele apenas sentou em um dos sofás da sala. O jantar foi tão morno quanto o chá depois, o pai mal reagia a qualquer coisa que Fuyumi falasse e logo ela desistiu.

A professora visitava o pai toda noite depois de voltar do trabalho, foi assim por uma semana. Andava tão ocupada que mal conseguiu acompanhar o que acontecia no mangá Sugar Flowers In The Breeze Of Sour Love, comprou o tankō e foi visitar o pai. O encontrou preparando um terno.

— O senhor já vai trabalhar?

— Sim. — Ele fechou a proteção da roupa e o pendurou no closet.

— Quando?

— Amanhã. — respondeu ainda cabisbaixo, porém com um pouco mais da seriedade costumeira. Era óbvio que ele tentava empurrar todos os sentimentos para dentro e falhava.

Ela voltou para casa frustrada e ficou mais frustrada ao ler o mangá. Era claro que Otoji e Kusabe não ficariam juntos no final, mas havia algumas indicações que poderia haver algo ali ou foi só sua mente de fujoshi que leu assim. No entanto, mesmo que eles não ficassem juntos e Fuyumi conformada com isso, toda aquela história rumava para um fim que não lhe agradava nenhum pouco. Fechou o mangá.


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Bjinhus!

O Rei E O PassarinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora