Calmaria

121 23 8
                                    

— Eu falei, Fuyumi! — Natsuo começou assim que o rapaz loiro que agora não restava dúvidas ser o amante do pai partiu. — Ele tinha um caso! Não mudou nada! E não adianta negar agora! — Apontou para o pai — Segui você por dias e você acabou de confirmar tudo!

— Meu Deus, Natsuo. Você estava certo. — Fuyumi continuava de braços abertos sem saber o que fazer com eles. — Você estava certo.

— E nem era a amante! Era o amante!

— Natsuo, não é o que… — o pai respirava fundo tentando falar algo coerente, mas ele parecia totalmente desgastado.

— Não adianta mentir agora! Sei tudo e Fuyumi sabe também! Gente como você não muda, só piora! Trouxe ele até para essa casa como se não fosse nada!

— Meu Deus. — Natsuo estava certo, Fuyumi repetia para si mesma. Tremia. — Essa foi a coisa mais inesperada do ano.

— E arranjou um canalha igualzinho a você! Que sejam muito felizes juntos! Fuyumi, vamos embora.

Ela olhou para o pai e depois para Natsuo e o irmão estava certo novamente, seria bom eles irem embora. O pai estava totalmente desgastado, as mãos não paravam de tremer assim e estava prestes a desabar. Só o viu assim com a morte de Touya.

— Pai, eu volto depois. — Fuyumi assegurou. — Por favor, descanse.

— Você pretende voltar? — Natsuo perguntou tão exausto quanto. — Ele trouxe o amante para casa!

— Natsuo, já deu. — Ela pegou o irmão pelo braço e deixaram a casa. — Vamos embora, papai precisa de um tempo e você também. Todo mundo precisa de um tempo agora. Por favor, minha cabeça dói.

Fuyumi soube que assim que saíram da vista do pai, ele desabou de joelhos no caminho de pedras.

Calma aí que tem mais um capítulo para encerrar o ano.

O Rei E O PassarinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora