Tentando acordar

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Kei não sentia todo seu corpo, a sonolência esmagava sua consciência e pesava suas pálpebras que se abriram com muita dificuldade e foi preciso força sobrehumana para sequer mantê-las entreabertas.

— Keigo?

Os cantos de sua visão estavam escuros e o centro embaçado. A figura sobre si era apenas um monte de manchas disformes: azul, branco e amarelo.

— Como se sente?

Kei tentou abrir a boca, mas percebeu que ela já estava aberta e havia um gosto amargo dentro dela, tentou falar, mas havia algo dentro da sua garganta e a dor lhe atingiu como lixas. Porém, não era o suficiente para lhe despertar por completo.

— Não fale, suas cordas foram danificadas.

Tentou erguer a mão em vão, seus dedos apenas lapsaram rapidamente, tinha alguma coisa presa neles. Conseguiu virar a cabeça para o braço e viu agulhas na sua pele conectadas a tubos transparentes levando líquidos para dentro do corpo.

— Você lembra o que aconteceu?

Kei acenou levemente concordando. Haviam coisas enroladas sua cara e a vontade de tirar a máscara sobre o nariz e a boca era instintiva. Entre a semiconsciência e o sono caminhava numa linha tênue, voltaria a dormir a qualquer segundo.

— É muita sorte que você tenha sobrevivido e o garoto Tokoyami tenha lhe encontrado a tempo.

Ficava tentando empurrando a cabeça para que ela rolasse na direção certa, mas o atordoamento não lhe deixava fazer nada.

— Tokoyami está bem. Teve apenas leves escoriações. — Tsunagu falou. Sim, era Tsunagu, Kei começava a reconhecer o timbre calmo e elegante.

Ah, então eu escapei. Que merda.

— Vou chamar um médico, por favor, aguarde.

Kei acenou levemente e logo depois seus olhos fecharam.

Peraí que tem mais.







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