— Por que tá vestido assim?
— Assim como? — Kei usava um sobretudo, por baixo um casaco com capuz levantado, depois um colete e finalmente a camisa branca, também carregava uma sombrinha escura para se proteger da chuva lá fora. Mal dava para ver seu rosto.
— Assim. — Enji apontou para ele todo.
— Está chovendo.
— Estamos dentro do elevador. — A música ambiente tocava enquanto desciam os andares. — E o carro está nos esperando bem na frente do prédio. Nem vai se molhar direito.
— Mas com essa proteção, eu garanto que não vou me molhar mesmo e estou estiloso. Não viu as tendências?
— Parecer um assaltante? Ou um serial killer? Ou um cabide com tanta roupa pendurada?
— Haha. Você anda tão engraçado, meu rei. Tem certeza que não está desperdiçando seu talento no mundo corporativo ao invés de seguir carreira no stand up comedy?
— É você que parece um palhaço ou um assassino. — Enji analisou Kei novamente. — Por que essa calça jeans não tem nenhum bolso?
— É estilo! Quero ficar elegante para o nosso encontro.
— Não é um encontro e você não está estiloso. Por que esse cinto é tão longo e a parte solta tá fora do cós da calça?
— É normal usar assim agora, nem todo mundo tá preso na Era Shōwa como você, meu rei.
— Parece um assaltante. — Parece que está se escondendo de alguém.
— Tenho certeza de que você nunca foi assaltado na vida.
— Você já foi? — Enji ironizou.
— Umas duas vezes e nenhum dos caras tinha uma arma de verdade, apesar de que eu tava em lugares perigosos.
— Aposto que eram bares. — Enji cruzou os braços sobre o peito.
— Você anda muito irritado, meu rei. Nem parece que eu passei as duas últimas horas chupando seu pau.
As portas do elevador se abriram. Enji falou baixo para Kei:
— Nada de falar sobre pau no táxi.
— Pode deixar. — Kei levantou o polegar e falou no tom normal ao saírem do elevador. — Não vou dar um piu sobre o seu pau dentro do táxi.
— Moleque. — Enji avisou.
Kei sorriu, levantou o capuz e abriu o guarda-chuva. Enji pegou o guarda-chuva da mão dele, envolveu os ombros dele com o braço pressionando-o mais contra si para caberem os dois embaixo da pequena cobertura fornecida.
— Olhe onde pisa. — direcionou ao chegarem na calçada encharcada onde o táxi aguardava.
— Okay. — Kei olhava atento para o chão e abaixava a cabeça para se proteger melhor mesmo com o capuz.
Enji abriu a porta do carro para ele e entrou logo em seguida. O guarda-chuva nessa curta distância já escorria muita água e quando o fechou fora do carro, água respingou na porta e nos seus braços cobertos pela blusa escura. Falou o endereço para o motorista.
*O período Shōwa foi do ano 1926 ao ano 1989.
As atualizações de hoje ainda não acabaram! Tem mais! Esperem aí.
O que acharam do capítulo? Deixem seus comentários, críticas, teorias e elogios.
Até daqui a pouco.
Bjinhus!
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Rei E O Passarinho
Fiksi PenggemarUma fanfic para sedentas (os) sem cronologia. Enji nunca foi um bom pai ou bom marido, a vida para ele sempre foi chegar ao topo do mundo profissional, apesar de que todos os seus esforços só o levaram ao 2º lugar, frustrado tentou passar a ambição...