Analgésicos

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— Pai! — Fuyumi entrou no quarto depois de assinar todos os papéis dos exames. — Como o senhor está se sentindo?

O médico falou que tudo estava bem, lhe mostrou as radiografias e mostrou que foram apenas algumas concussões. O pai passaria uma semana no hospital só por precaução, pois as pancadas que recebeu na cabeça foram seguidas. No entanto, o pai parecia péssimo, ele estava sentado na cama encarando o vazio. Fuyumi foi avisada dos sintomas que poderiam ainda perdurar por algumas horas.

— Pai? — Fuyumi se aproximou devagar abaixando o tom de voz. O homem usava uma máscara de oxigênio, a polícia lhe disse que inalou um pouco de fumaça, e a roupa de paciente. — Pai? — Um tubo fino transparente saía do braço dele direto para o soro onde recebia os analgésicos. Ao menos todas as pessoas envolvidas foram presas.

Fuyumi se aproximou mais, a postura do pai estava estranha, curvada e suas mãos jogadas sobre o colo. Então, ela viu as lágrimas escorrendo dos seus olhos inchados, caminhos e caminhos úmidos traçados sobre as bochechas. Ele soluçou e se curvou mais na cama tentando desaparecer em si mesmo:

— É tudo culpa minha, Fuyumi! É tudo culpa minha! O que foi que eu fiz?! Eu matei o seu irmão!

E pela primeira vez na vida viu o pai desabar.

O Rei E O PassarinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora